segunda-feira, 16 de agosto de 2021



Rio da desilusão

Estou aqui escrevendo nesse
papel palavras que não posso
ignorar é algo sem pensar.

Não é bem assim mas o ciclo
se fecha e em minha mente
os olhos não podem ver.

Nada é o que parece e por
fim tudo se faz esquecer
sem ao menos eu perceber.

Pássaros voam em minha
volta negros como a noite
eles querem meus olhos.

Eles não enxergam e não
sabem a onde ir...cegos
eles voam baixo.

Isso não é assim mas
quem sabe pode ser
o fim.

Alguém passa e cospe
em mim e esse veneno
parece queimar no fim.

Sou um soldado do meu
próprio pecado e ninguém
quer ficar a meu lado.

Eu vejo o rio fluir e sei
que para onde ele vai
não tem fim.

Eu me afogo e tento
chegar a superfície
mas ele não deixa.

Eu não ligo mais e
apenas observo ele
enquanto afundo.

Sem palavras não
posso escrever pois
o melhor seria entender.

Sem palavras sem nada
minha voz se cala...

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