sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

 Assassinato na Mansão Marchand - Um caso de Louise Bonet


Capítulo 1 - Reunião de amigos

 

Eddie Mase chegou na estação Nice Ville ás 14 horas, em seguida pegaria um carro que o levaria de Nice até Paris onde encontraria com Louise Bonet. Preferiu ir de carro pois levaria apenas 1h20 minutos até Paris, não era muito fã de trens pois quando criança sofreu um acidente quando estava viajando com seu pai, o que lhe custou uma cicatriz na perna e muitos pontos. Ao chegar no ponto de táxi um homem baixo e acima do peso foi ao seu encontro, e logo foi se apresentando.

-O senhor deve ser Eddie Mase o detetive, sou Bernard e vou levar o Sr. até Paris a pedido da Sra. Louise Bonet, o Sr. só tem uma bagagem?

--Sim apenas essa mala, não pretendo ficar muito...e sim sou Eddie Mase um velho amigo de Louise,como o Sr. sabia que eu era Eddie Mase?

-Ela me falou muito bem do senhor, tem muita admiração pela sua pessoa, pela descrição que ela me deu não tinha como não reconhecê-lo.

-Somos bons amigos, Louise é uma pessoa incrível.

Ao embarcar Eddie perguntou ao homem se podia fumar no carro, agora tinha o hábito de fumar cachimbo, dizia que isso o fazia relaxar.

-Não tem problema, eu também sou fumante fique a vontade. Eddie acendeu seu cachimbo e encostou a cabeça no banco, parecia mais a vontade agora.

-Por que o Sr. Não foi de trem até Paris?

-Não gosto de trens, não me trazem boas lembranças...

-O que aconteceu, algum trauma de infância...se é que posso perguntar?

-Sim, quando jovem sofri um acidente de trem com meu pai, por isso sempre que possível evito entrar em um.

-Entendo...

-Como está Louise, o Sr. tem falado com ela?-Perguntou Mase curioso.

-Sim, eu levo a Sra. Louise em vários lugares, sou quase um motorista particular, sou muito amigo de seu pai por isso me considero próximo da família.

-Você tem sorte de conviver com uma pessoa como Louise, uma mulher extraordinária.

-Vejo que o Sr. tem muito afeto por ela.

-Nos entendemos bem, ajudamos um ao outro como podemos, criamos um vínculo de amizade e respeito. Se o Sr. não se importar vou tentar dormir um pouco, não consegui relaxar no trem e depois desse cachimbo acho que vou tirar um cochilo, me acorde quando chegarmos.

-Fique a vontade Sr. Mase.

Já eram 15h45 quando o carro parou em frente a delegacia central de Paris, Bernard se virou para trás e chamou Eddie que parecia estar em um sono profundo.

-Sr. Mase, chegamos..acorde estamos em Paris.

-Oh..desculpe Bernard, adormeci como uma pedra.

-Sem problema Sr. Mase, mande um abraço para Louise e diga que se ela precisar sabe onde me encontrar, aproveite Paris é uma cidade encantadora.

-Obrigado Bernard, tenha um bom dia.

O prédio da Polícia Central de Paris ficava em uma esquina bem movimentada, era em tons bege e tinha 4 andares com janelas grandes com vista para a cidade, Eddie entrou pela porta e foi direto a recepção, uma senhora de óculos e cabelo com mechas grisalhas lhe deu boas vindas. 

-Boa tarde, em que posso ajudá-lo cavalheiro?

-Vim ver minha amiga a detetive Louise Bonet, sou Eddie Mase da policia de Londres.

-Oh sim...Sr. Mase ,ela está esperando pelo Sr. em sua sala, siga pelo corredor é a última porta a direita.

-Obrigado senhora.

Eddie se dirigiu pelo corredor e parou em frente a uma bonita porta com vidro e nela em letras pretas estava escrito, Louise Bonet detetive de homicidios, Eddie sorriu e bateu na porta.Uma voz conhecida respondeu em tom delicado.

-Pode entrar...a porta está aberta.

Ao entrar Louise pulou da cadeira e foi ao encontro de Eddie, o abraçou carinhosamente e olhando direto em seus olhos disse.

-Eddie meu amigo você parece cansado, e está mais magro você não tem se alimentado direito?-Perguntou ela com ar de preocupação.

-Estou bem Louise, e você como tem passado?

-Muito bem meu amigo, apesar de que também não tenho dormido muito bem, esse caso está me tirando o sono.

-Entendo, desculpe não ter vindo antes mas tive que resolver um crime que me tirou muito tempo e algumas horas de sono.

-Eu vi nos jornais, a senhora Charlote...Deus que mulher corajosa e inteligente, tirar a própria vida e ainda criar todo um cenário de assassinato, se tem alguém que se despediu com estilo foi ela.

-Com certeza Luise, foi um dos casos mais interessantes que pude resolver até hoje, ela tem minha admiração eterna, que Deus receba sua alma em paz.

-Amém.

-Mas me diga minha amiga, como andam as investigações, algum suspeito ?

-Nada ainda..falta interrogar as pessoa que estavam na Mansão no dia do crime.

-E você quer partir de onde, já analisou a cena do crime?

-Sim mas não interroguei ninguém ainda.

-Onde aconteceu o assassinato?

-Na Mansão Marchand.

-A viúva Frances Marchand, dona do hotel mais famoso da França...Le Royal.

-Sim meu amigo, ela mesma.

-Ate agora você não me disse os detalhes, quem sabe vamos tomar um café e você me fala a respeito da cena do crime.

-Perfeito meu querido, vamos até o Café de La Tour, é bem perto e tem uma bela vista da cidade, e você vai comer alguma coisa está muito magro.

-Não se preocupe comigo Louise, estou em ótima forma.

-Não é o que parece meu amigo.

-Você está muito bem Louise, acho que as férias na Itália lhe fizeram muito bem.

-Não foram férias meu querido, não esqueça que acabei resolvendo o assassinato da cantora lírica Mirella Caruso...você lembra desse caso.

-Sim eu lembro, você foi perfeita...

-Apenas fiz meu trabalho meu amigo...


Capítulo 2 - A cena do crime/Por Louise Louise Bonet

 

O café La Tour era muito frequentado por policiais por ficar próximo a delegacia, Louise costuma ficar horas ali lendo sobre casos de assassinato. Mesmo em suas horas vagas não deixava de lado seu trabalho, sempre em busca de novas experiências e aprendizado. Chamou o garçom e pediu dois cafés e um croissant para Eddie, estava preocupada com o amigo, o achara muito magro e queria que ele se alimentasse direito.

-Não quero comer Louise.-Disse ele.

-Vai comer sim, está muito magro e precisa de forças para trabalhar.

-Está bem vou comer, satisfeita?

-Agora sim...

-Me diga você vem muito aqui?

-Todos os dias, esse lugar me ajuda a pensar.Sempre que tenho um caso novo eu venho aqui e fico estudando cada detalhe, as vezes perco a noção do tempo e quando vejo já se passou o dia.

-Entendo o por que desse lugar ser especial, um bom café com uma bela vista da cidade, é mais do que suficiente para um bom estudo.

-Estudar é algo que nunca parei de fazer, quanto mais estudamos melhor é nossa percepção das coisas, estudar abre nossa mente, nos torna melhores como seres humanos.

-Concordo com você, eu aprendo muito com cada caso que resolvo.

-Eu também Eddie, é como se aquilo tudo ficasse armazenado em minha mente...-Louise estava empolgada e fazia gestos com as mãos apontando para sua cabeça.

-Sua mente é incrível Louise, seu raciocínio é rápido.

-Você tembém Eddie, é o homem mais inteligente que conheço.

-Obrigado minha querida, fico feliz em ouvir isso de você. Mas me diga algo sobre a Sra, Frances, me fale como encontrou a cena do crime.

-O crime como você já sabe ocorreu na Mansão Marchand, a vitima foi encontrada sem vida em seu quarto pelo sobrinho Felipe Marchand e o mordomo Edgar. Foi por volta das 21 horas que Felipe foi até o quarto da Sra. Frances dar boa noite como sempre fazia. Ao chegar em seus aposentos que fica no segundo andar da Mansão Felipe bateu na porta mas ela não respondeu, em seguida bateu de novo e chamou seu nome. Tentou abrir a porta mas ela estava trancada por dentro, segundo ele disse bateu mais uma vez com força e a chamou novamente, como não teve resposta pediu para Edgard buscar uma chave reserva, mas Edgard disse que não existia outra chave, foi então que ele resolveu arrombar a porta. Pois temia que tivesse acontecido algo com sua tia, após várias tentativas conseguiram entrar no quarto.

-E onde estava a Sra. Frances?

-Ela estava em uma poltrona perto da lareira, a cabeça inclinada para frente com um dos braços para fora da poltrona e o outro repousado em seu colo.Como se estivesse dormindo, mas ao chamar seu nome ela não respondeu, foi então que Felipe se aproximou e viu sangue em sua roupa e um revolver 38 estava ao lado da poltrona, na hora os dois pensaram que se tratava de suicídio, mas após a chegada do médico da família isso foi descartado, ele tinha uma perfuração na nuca feita por arma de fogo, não teria como a Sra. Frances atirar em sua própria nuca segundo o médico, ele também tem uma casa funerária na região e entende um pouco sobre homicídios.

-Alguém tocou no corpo, ou mudou a cena do crime?

-Não, apenas Felipe tocou em seu pulso para ver se realmente ela estava morta.

-A Sra.Frances tem filhos?

-Ela tinha um filho mas morreu 5 anos atrás em um acidente de esqui na Suíça.

-Deus que tragédia...-E o que mais tinha de suspeito além da arma calibre 38.

-Ai que está o mistério Eddie, ao lado do corpo em uma pequena mesa havia uma taça de vinho e alguns comprimidos para dormir, segundo Felipe me contou a Sra. Frances tinha problemas pra dormir e sempre tomava uma taça de vinho com alguns comprimidos. Mas segundo o legista a dose encontrada em seu sangue era duas vezes maior do que uma pessoa normal poderia suportar.

-Então ela estava morta quando levou o tiro, ou desacordada.

-Ou o assassino a dopou antes de matá-la.-Disse Louise

-Mas por que ele faria isso, talvez simular um suicídio mas não faz sentido.

-E como ele entrou no quarto se a porta estava fechada, a não ser que seja alguém que ela conhecia.

-Mas como você explica a janela fechada e a porta, como ele saiu do quarto?-Perguntou Louise.

-A não ser que quando a Sra. Frances entrou ele já estivesse lá dentro escondido em algum lugar, ela fechou a porta tomou seu vinho com alguns comprimidos e desmaiou, foi então que ele saiu de seu esconderijo e atirou nela.

-E como ele saiu de lá Eddie?-Perguntou Louise.

-Se ele é alguém que frequenta a casa talvez tenha uma cópia da chave, simples atirou nela e saiu do quarto fechando a porta por fora, sem deixar rastros.-Explicou Mase.

-Vamos ter que interrogar cada um deles em separado, vamos ver se cada história se encaixa, temos que ter cautela pois se tratando de gente rica sempre vai haver um motivo, dinheiro, poder ou até ciúmes...quem sabe alguém que foi excluído de sua herança, não devemos descartar nada Eddie.

-E esse médico é de confiança?

-Sim é médico da família a muitos anos.

-Como ele se chama Louise?

-Eu anotei em algum lugar na minha agenda, deixe me ver aqui está Dr. Frank Stone, é membro da Academia de Medicina de Londres e gerencia uma casa funerária perto do Hospital Central.

-Hum!...me parece um homem bem esperto para ter uma casa funerária perto de um Hospital, digamos que os serviços prestados as famílias dos falecidos sejam feitos em sua funerária.

-Onde você quer chegar Eddie?

-Digamos que o nosso doutor deve gostar muito de dinheiro...

-Não deixa de ser verdade, mas o que ele teria a ver com a morte da Sra. Frances?-Louise estava curiosa com o argumento de Eddie.

-Por enquanto nada minha amiga, mas acho que devemos interrogar esse médico, e se ele esteve na Mansão antes do crime?

-É uma possibilidade...disse Louise.

-Vamos voltar a cena do crime, se as 21 horas Felipe foi até o quarto então a morte da Sra. Frances deve ter sido entre 20h e 20h30 mais ou menos, o doutor disse algo sobre a hora da morte?

-Não que eu saiba, não consegui falar com ele pois quando cheguei ele já tinha ido embora.

-E que horas ela foi para seu quarto? alguém deve ter notado sua ausência.

-Sim, Felipe disse que ela estava indisposta, e nem terminou o jantar.Foi mais ou menos ás 19h15 para se exata, ela pediu desculpas e se retirou.

-E ninguém a acompanhou até o quarto, uma mulher idosa e indisposta subir escadas sozinha é meio perigoso você não acha?.

-Sim concordo, o mordomo se ofereceu para acompanhá-la mas ela não aceitou, disse que estava bem e que podia muito bem ir para cama sozinha.

-Quem mais estava na hora do jantar?-Perguntou Mase.

-Apenas a família, Felipe, Norma a irmã e seu marido Louis, além da empregada Betty e o mordomo Edgar.

-E como todos reagiram a sua morte?

-A irmã está sendo medicada pois teve um desmaio ao saber da morte de Frances, o marido esta cuidando da esposa mas não aparenta nenhum tipo de tristeza, se tratando do cunhado até que é normal, e Felipe parece muito agitado como de costume, digamos que tem um sério problema com álcool e drogas.

-O típico sobrinho problemático, quem sabe rejeitado pela tia por seu comportamento inapropriado, quem sabe até excluído de seu testamento...é um bom suspeito.

-Não podemos descartar ninguém Eddie, até que se prove o contrário todos são suspeitos, nossa Eddie eu esqueci de mencionar o jardineiro David, ele me disse que por volta da 20 horas foi fumar um cigarro no quintal como fazia toda noite, e ao olhar para a janela do quarto da Sra. Frances viu alguém se movimentando, e não parecia ser a Sra. Frances, a luz estava acessa e parecia que alguém andava de um lado a outro.

-E o som da arma, será que ninguém ouviu nada quando ele disparou o tiro?

-O quarto fica no segundo andar, no fim do corredor e com a porta fechada não seria difícil escutar algo, e pela marca de queimadura na nuca da Sra. Frances indica que ele encostou a arma antes de atirar, talvez tenha abafado o barulho.

-Pode ser que sim Louise, faz sentido.

-Eu acho que devemos interrogar o Dr. Frank Stone, talvez ele saiba mais dessa família do que possamos imaginar.-Mase estava sério ao se dirigir para Louise..

-Você tem razão Eddie, ele deve saber muitos podres da família Marchand, agora coma seu croissant você nem tocou na comida.

-Vou comer, não se preocupe comigo.


Capítulo 3 - Quem é Frank Stone.

 

Frank Stone era clinico geral do Hospital Central de Londres, dono da funerária mais famosa da região, solteiro e sem filhos, gostava de luxo e de prostitutas caras, membro do conselho regional de medicina e presidente da Associação de médicos e Legistas de London Center. Conheceu o o Sr. Adrian Marchand em um jogo de pôquer e depois desse dia se tornaram melhores amigos, frequentava as festas na Mansão Marchand e se tornou o médico particular da família. No dia em que o Sr. Adrian faleceu estava em uma conferência na Alemanha mas largou tudo para atender a família Marchand. Ficou ao lado da viúva até o último adeus a Adrian, apesar de trabalhar muito sempre aparecia na Mansão para saber se a  Sra, Frances estava bem, era tratado como um membro da família apesar de Felipe não gostar muito se sua presença na casa, o achava manipulador e sempre suspeitou que sua tia tinha um caso com ele, algo que sempre foi negado por ela. Se algo que Frank apreciava era um jogo de pôquer, já havia perdido muito dinheiro mas sempre voltava a jogar, um vício caro que poderia sustentar sem problema, além de gostar muito de mulheres da vida, vícios de um homem solitário e de ambições sem limites. Certa vez em uma de suas aventuras acordou com uma prostituta morta em sua cama, uma overdose de cocaína, mas tudo foi resolvido pela família Marchand sem envolver o seu nome.Na manhã seguinte Eddie e Louise se dirigiram ao Hospital Central mas não encontraram Frank Stone, ele estava em sua casa funerária preparando o funeral da Sra, Frances, queria que tudo estivesse perfeito para a família.A Casa funerária ficava apenas a dois quarteirões do Hospital, por isso resolveram ir a pé apesar do vento frio que anunciava o inverno. Ao chegar em frente da funerária viram Felipe saindo com pressa, parecia aborrecido.

-Parece que alguém não gostou do trabalho do Dr. Frank Stone..disse Louise.

-É normal nessas horas em que tudo está a flor da pele.

-Mas o que esse rapaz faz aqui, por que a irmã da Sra. Frances não está aqui, afinal ele é apenas o sobrinho.

-Talvez ela ainda não se sinta bem...disse Eddie. Louise balançou a cabeça em negação e entrou na casa funerária com Eddie.

Se dirigiram a recepção onde uma jovem os cumprimentou gentilmente, Louise parecia aborrecida após ver Felipe saindo do prédio, foi um pouco grossa com a moça que que a olhou assustada.

-Queremos ver o Dr. Frank agora, somos da polícia. 

-Só um minuto senhora vou chamá-lo.-Disse a moça sem graça.

-O que é isso Louise, por que está agindo desse jeito?-Perguntou Mase.

-Tem certas coisas que me tiram do sério, e esse rapaz Felipe é uma delas, tem algo errado com ele e vou descobrir.

-Calma e lembre-se que estamos aqui por causa do Dr. Frank, esqueça por agora esse tal Felipe.

-Você tem razão, estou deixando meus sentimentos atrapalharem meu raciocínio.

Alguns minutos depois a jovem retornou, estava um pouco  visivelmente chateada pois a conversa com o Dr. não deve ter sido das melhores, pediu educadamente que os dois fossem até a sala do Dr. Frank pois  ele já iria atendê-los.

-Podem se dirigir a sala do Dr. Frank ele vai recebê-los agora, é no fim do corredor a segunda porta a direita.

-Obrigado minha jovem.- Disse Eddie.

A porta estava aberta e o Dr. Frank estava sentado a sua mesa tomando um café, parecia aborrecido e cansado.

-Com licença Dr.Frank.-Disse Louise.

-Podem entrar, sou Frank em que posso ajudá-los, fiquem a vontade e podem se sentar, querem alguma coisa um café.

-Não obrigado, sou Louise Bonet e esse é meu colega Eddie Mase.

-Eu sei quem você é, mas não conhecia seu colega, de onde você é Sr. Eddie?-Perguntou curioso.

-Sou de Londres mas vim a convite de minha amiga Louise, estou aqui como consultor.

-Vocês estão investigando o assassinato da Sr. Frances correto.

-Sim é isso mesmo Dr.,...disse Louise

-Em que posso ajudá-los?

-O senhor esteve na casa no dia do crime, notou algo diferente quando examinou a vítima ou algum comportamento estranho dos familiares.

-Eu fui chamado por Felipe naquela noite, quando cheguei ela já estava morta eu apenas confirmei a morte e me retirei, não tive tempo de observar nada, apenas prestei meu sentimentos e fui embora, foi uma visita rápida, mas tudo isso me deixou abalado pois tinha um carinho especial pela Sra. Frances.

-O senhor trabalha para a família a quanto tempo?-Peguntou Louise.

-Acho que mais de vinte anos, conheci o  Sr. Marchand ainda jovem em um jogo de pôquer e acabamos ficando amigos.

-O Sr. gosta de jogos de azar?-Perguntou Eddie.

-Sim, é um vício que tenho a muito tempo, claro já perdi muito dinheiro mas também ganhei algum. é mais por diversão do que por dinheiro.

-O que o Sr. pode me dizer a respeito de Felipe?-Perguntou Louise, Eddie olhou para ela com ar de desaprovação.

-É um rapaz com sérios problemas, muito agressivo e gosta de usar drogas.

-O Sr. acha que ele teria motivos para matar a Sra. Frances?-Indagou Louise.

-Motivos eu não sei, mas se ele seria capaz de matar alguém eu acredito que sim, acho que vocês devem ficar de olho nele.

-O Sr. pode me dizer mais ou menos a hora da morte? E onde o Sr. estava na hora do crime?

-Eu cheguei em ás 21h50 mais precisamente, acredito que a morte tenha ocorrido em torno das 20 horas, talvez um pouco depois não sei dizer com precisão, na hora do crime eu estava em casa.

-Alguém pode confirmar que o Sr. estava em casa?

-Não, mas por que a pergunta eu sou suspeito?

-Não ainda Dr. mas até que se prove o contrários todos são.

-Interrogue quem estava na casa, talvez ache o assassino...

-Faremos isso Dr., e quem estava no quarto na hora que o Sr. chegou?

-Felipe e o mordomo, quem abriu a porta quando cheguei foi a empregada Rose, estranhei o mordomo não estar lá quando cheguei, isso é trabalho dele.

-O Sr. alguma vez pediu dinheiro para a família?-Perguntou Eddie.

-Que tipo de pergunta é essa meu rapaz...

-Desculpe eu formulei mal a pergunta Dr. Frank, o Sr tem dívidas de jogo?

-Não costumo ficar devendo para ninguém, muito menos para uma banca de pôquer...se fizesse isso seria banido das salas de jogos.

-Nós vimos Felipe saindo da Funerária quando chegamos, o que ele fazia aqui?

-Ele veio trazer a roupa da Sra. Frances para o funeral.

-Eu notei que ele saiu bem irritado.

-Nós discutimos um pouco, nunca nos demos bem e não vai ser agora que isso vai mudar.

-Sobre o que vocês discutiram?..Louise estava desconfiada...

-Ele queria saber sobre o testamento, quando seria aberto e se eu sabia de algo.

-E o que o Sr. disse a ele?

-Que esperasse após o funeral, não sou advogado e não saberia responder...ele me encheu me disse algumas palavras de baixo nível e foi embora batendo a porta.

-O que o Sr. pode me dizer a respeito da família, todos se davam bem.

-Creio que sim, tirando Felipe como já mencionei...as irmãs sempre foram unidas.

-Entendo, desculpe atrapalhar seu trabalho...se souber de algo mais nos procure, tenha um bom dia.

-Com certeza se lembrar de algo mais farei contato. Frank se levantou para acompanhar Luise e Eddie até a porta.

-Não precisa nos acompanhar, obrigado.

Ao sair da funerária Luise se voltou para Eddie e falou em tom de desconfiança.-Acho que o nosso Dr. sabe mais do que nos contou Eddie.

-Eu também acho que tem alguma coisa errado com ele, parece que ele quer desviar a atenção para Felipe.

-Com certeza existe algo que não nos contou.


Capítulo 4 - O funeral da Sra. Frances


O cemitério do Pére -Lachaise era o local do sepultamento, a família tinha comprado uma área ao redor de um lindo jardim onde foi construído um mausoléu para toda a família, ,Frances queria todos da família em um único local, dizia que mesmo na morte todos deveriam ficar juntos, o local estava cheio de pessoa da alta sociedade pois a Sra. Frances era muito querida por todos, era Presidente da Associação de caridade Meninos de Rua que fundou a alguns anos, e costuma tomar chá com amigas no Country Club toda quinta-feira ás 17 horas. O dia estava bonito e fazia sol apesar do frio, e alguns flocos de neve começavam a cair, já era inverno e as temperaturas começavam a cair, já passava das 16 horas quando Louise e Eddie chegaram. Optaram por ficar um pouco afastados da multidão, queriam observar os familiares e suas reações.

-Veja Eddie a irmã está bem abalada, quase não consegue ficar de pé.

-Nem sempre o que vemos é a verdade, de boas atrizes o mundo esta cheio.

-Deus Eddie, não seja insensível meu amigo estamos em um funeral.  -Luise repreendeu Eddie em tom de desaprovação.

-Só estou analisando as possibilidades minha amiga. 

-Quem você acha que vai discursar no funeral?-Perguntou Louise.

-Vou descartar a irmã e o marido , acredito que o Dr. diga algo.

-Por que ele?

-Não sei, apenas um palpite.

-Aposto 10 libras que vai ser Felipe..disse Louise .

-Aposta aceita..me deve 10 libras.-Sorriu Eddie ao olhar para Louise.

-O que você acha que vai acontecer depois do funeral Eddie?

-Talvez mais uma morte após a leitura do testamento.

-Meu Deus Eddie, hoje você está cheio de sarcasmo.

-É o que as famílias fazem quando tem muito dinheiro envolvido, o dinheiro muda as pessoas minha amiga e por ele alguns são capazes de matar.

Uma senhora começou a falar um pouco mais alto e chamou a atenção dos dois, fazia gestos com os braços e foi contida por alguns familiares e levada para outro local.

-Quem é aquela Sra. Eddie?

-Não sei Louise mas vamos descobrir, venha comigo. Dois homens estavam parados em frente da Sra. que tomava um copo de água sentada em um banco, ela parecia nervosa e continuava a falar gesticulando com as mãos.

-Com licença cavalheiros, está tudo bem com a Sra.?-Perguntou Eddie.

-Sim ela esta bem, apenas não se sentia bem naquele momento...disse um deles.

-Sou Eddie Mase e essa é minha amiga Louise Bonet da polícia Francesa, podemos falar com a Sra. em particular. 

-Qual seria o motivo da conversa?-Perguntou ela.

-A Sra. é parente da família ? -Perguntou Louise.

-Sim, sou irmã de Adrian o marido de Frances., por que querem saber quem eu sou? 

-Estamos investigando o assassinato da Sra. Frances, o que a Sra. estava dizendo a pouco e por que foi retirada de lá.

-Eu estava dizendo a verdade sobre Frances, mas eles me impediram.

-E qual é a verdade Sra. qual o seu nome mesmo?-Perguntou Louise.

-Me chamo Emily, estou muito nervosa preciso de um minuto.

-O tempo que precisar.. disse Eddie.De repente a Sra. Emily começou a falar, parecia mais calma agora.

-Essa família tem uma maldição, o nome Marchand é envolto em sangue e tragédia, o único que prestava era meu irmão mas está morto. 

- O que a Sra. quer dizer com isso?-Indagou Mase. 

-Veja o meu irmão, morto em um acidente de caça, o filho morreu esquiando e agora Frances assassinada... 

-Fatalidades acontecem, naoquer dizer que seja fruto de uma maldição..disse Louise.

-Não concordo com você, meu irmão era um homem muito cauteloso e jamais sairia de casa sem inspecionar sua arma, a não ser que alguém trocou as armas.

-A Sra. está dizendo que ele pode ter sido assassinado ...quando ela iria responder os homens a chamaram para voltar ao funeral.

-Espere um pouco...Eddie foi interrompido por um dos homens.

-Tenha respeito, estamos em funeral e não em uma delegacia.Os dois ficaram se olhando e então Louise com voz calma disse.

-Eddie meu amigo, se cavarmos fundo nessa família vamos encontrar muitas verdades escondidas.

-Com certeza Luise, alguém não está dizendo a verdade, veja Eddie você me deve 10 libras.

-Não Louise, como você sabia que seria o Dr.?

-Palpite meu amigo, quem mais poderia se não ele...Começava o discurso do Dr. frank quando Eddie e Louise se aproximaram, o silêncio era quase ouvido quando ele com voz firme começou a falar.

- Meus amigos estamos aqui reunidos para homenagear a vida de Frances Marchand, vejam bem a vida e não a morte, porque essa mulher merece ser lembrada como um verdadeiro anjo, uma boa esposa, mãe e irmã, quando conheci frances fiquei impressionado com o seu carisma, sua bondade e principalmente sua honestidade. Muitas vezes participei de festas e jantares em sua casa e ela me tratou como se eu fosse um membro da família, dediquei meu trabalho e gratidão a eles, e sempre que era chamado vinha com muito prazer, dei o meu melhor para essa família e sempre vou ser grato por tudo que fizeram por mim, pelo carinho e por me tratarem como um verdadeiro Marchand, descanse em paz minha amiga, um dia nos veremos de novo, obrigado.

O padre perguntou se alguém mais gostaria de falar em nome da família, todos ficaram em silêncio...então ele pediu que todos rezassem com ele.

-Acho que tinha algo nequela água Eddie, veja a Sra. Emily está calma demais. 

-Eu percebi Louise, acho que ela é aquele tipo de parente que fala demais , você reparou que Felipe foi falar com ela em seguida que retornou?

-Não tinha reparado meu amigo, o que você acha que ele queria.

-Não sei, mas é estranho vindo de um homem como ele, até onde sei ele não é  uma pessoa agradável.

-Gostaria de falar mais com a Sra.Emily, mas aqueles dois homens não saem de perto dela.

-Talvez após o funeral, vai ter algum tipo de recepção para a família na Mansão, quem sabe vamos até lá e se dermos sorte falamos com ela. 

-Mas não fomos convidados Eddie, não vão deixar a gente entrar nem no portão.

-Por que não minha amiga, vamos prestar nosso respeito a família. 

Após o sermão do padre rosa foram jogadas no caixão, e enquanto ele descia lentamente Norma se sentiu mal e quase desmaiou sendo retirada pelo seu marido. As pessoa começavam a ir embora, apenas alguns ainda ficaram até o fim, Felipe passou reto por eles sem cumprimentar, e  o dr. Frank saiu junto com o casal Marchand.

-Vamos embora Eddie, nosso trabalho aqui terminou.

 

Capítulo 4 - Parte 2 - Depois do Funeral 

 

A última vez que aconteceu uma recepção na Mansão Marchand foi na morte de Adrian, após sua morte a Sra, Frances nunca mais deu festas e jantares, se isolou com a família e suas idas ao chá das 17 horas cada vez eram mais escassas, apenas seu trabalho na Associação a faziam sair de casa com mais frequência.O movimento era grande na Mansão e ninguém estava verificando os convidados, foi então que Louise e Eddie aproveitaram para entrar sem serem notados.

-Vamos nos separar Louise, fica mais fácil de localizar a Sra. Emily e juntos chamamos muita atenção.

-Combinado Eddie, nos encontramos mais tarde na entrada principal. 

O lugar estava cheio e havia muita comida e bebida, algumas pessoa sorriam enquanto bebiam champanhe como se fosse uma festa de gala, Eddie avistou Felipe conversando com um dos homens que estavam com a Sra. Emily, parecia nervoso e fazia varios gestos com as mãos, Eddie tentou se aproximar para tentar ouvir o que conversavam. Foi então que alguém o tocou no ombro, ao se virar viu que era o Dr. frank...ficou surpreso ao ver que estava sorrindo para ele.

-Senhor Eddie que bom que veio, encontrou algum suspeito até agora?-Perguntou ele com sarcasmo na voz.

-Não estou aqui a trabalho Dr, vim em respeito a família.

-E onde esta sua amiga, Louise é seu nome correto?

-Sim Louise, ela deve ter ido ao toalete.

-Fique esperto detetive, essa família tem mais segredos do que as Pirâmides do Egito. 

-Se me permite vou falar com Norma, até breve Sr. Mase. Quando Eddie voltou os olhos para Felipe ele havia sumido.

Louise aproveitou a ocasião e pegou uma taça de champanhe, queria se misturar sem ser notada mas até agora nada da Sra. Emily. E se a Sra. Emily não estiver na casa pensou ela, e se ela foi embora após o funeral sem ninguém perceber, ou talvez esteja repousando em algum dos aposentos da Mansão. Após o que aconteceu no funeral não seria bom que ela andasse entre os convidados dizendo coisas sobre a família, algo esta errado e Luise sabia. Resolveu procurar no andar de cima e dar uma olhada nos quartos, todos estavam muito distraídos e ninguém notou quando ela subiu as escadas. Um corredor enorme cheio de quadros e vasos com flores enfeitava o local, havia mais dois corredores que se dividiam em L, um para direita e outro a esquerda, todos iluminados e com a mesma decoração do anterior, Louise teria que verificar em todos os quartos, mas alguém a encontrasse ali que desculpa poderia dar, talvez se perdera procurando o toalete pensou. A primeira porta que encontrou era exatamente um pequeno banheiro, talvez dos empregados, mas não seria correto eles dormirem no mesmo andar que a família. Na segunda porta um quarto com cama de casal, talvez seja da irmã da Sra. Frances mas estava vazio. Apenas uma porta ainda não tinha sido vista nesse corredor, quando abriu escutou passos vindos do corredor, entrou rapidamente no quarto e ficou escutando atrás da porta, parecia a voz de Felipe conversando com alguém.

-

-Cuide para que essa velha não saia do quarto, não quero ela falando mentiras sobre minha família para os convidados.

-Sim senhor, pode deixar comigo...vou ficar de olho nela.

-Não me decepcione Edgard.

Era mesmo Felipe conversando com Edgard o mordomo, mas como ela faria pra falar com a Sra. Emily se Edgard estava ali vigiando a porta, e como sairia daquele andar sem ser vista por ele. Foi então que lembrou que tinha um banheiro na porta seguinte, saiu em silêncio e entrou no banheiro, esperou uns minutos e saiu batendo a porta para ser vista, o mordomo apareceu no corredor e ficou olhando para Louise com desconfiança.

-Desculpe incomodar, mas depois de algumas taças de champanhe eu precisava muito me aliviar, não sabia onde era o toalete e acabei me perdendo.

-A Sra. não é aquela detetive que esteve aqui no dia do assassinato da Sra. Frances?

-Sim sou eu mesma, Luise Bonet..se me da licença preciso voltar lá para baixo, passe bem senhor.

Luise desceu as escadas com pressa, queria encontrar Eddie o mais rápido possível e aencontrar um jeito de tirar o mordomo da porta do quarto onde estava a Sra. Emily. Eddie estava conversando com um senhor perto da lareira, Louise se aproximou e pediu para falar com ele um minuto.

-O que foi Louise, você prece ofegante encontrou a Sra. Emily?

-Sim, mas temos um problema...ela esta em um dos quartos no andar de cima mas esta sendo vigiada pelo mordomo a mando de Felipe.

-Como vamos chegar até ela, ele não vai nos deixar entrar.  

-A não ser que você vá até lá e invente uma desculpa, diga que estão precisando dele na cozinha...diga que Betty o está procurando com urgência a pedido da Sra. Norma.

-E se ele não acreditar e desconfiar de mim.

-Ele não conhece você Eddie, não tem por que desconfiar.

Eddie subiu as escadas e se dirigiu até o corredor que dava acesso ao quarto onde estava a Sra. Emily, ao ver o mordomo fez sinal com a mão.

-Desculpe incomodar, mas o senhor se chama Edgar?

-Sim sou eu mesmo.

-Uma senhora está procurando por você lá embaixo, acho que é Betty o nome dela..parece que tem um problema na cozinha e as Sra. Norma pediu que ela o chamasse.

-E quem é o senhor?

-Um amigo da família, Eddie é meu nome.

-O senhor pode me fazer um favor?

-Sim claro que posso...diga o que é.

-Pode ficar aqui por uns minutos enquanto vou até lá resolver o problema, mas não deixe ninguém entrar no quarto a não ser o Sr. Felipe.

-Claro que sim, pode ir que eu fico aqui até você voltar.

-Obrigado senhor....Saiu as pressas pelo corredor, Eddie proveitou e deu uma olhada pela fechadura, la estava a Sra. Emily sentada na cama, em seguida Louise apareceu e os dois entraram no quarto.A Sra. Emily levou u msusto ao ver os dois entrarem de repente no quarto.

-O que vocês estão fazendo aqui?-Perguntou.

-A senhora lembra de nós do funeral?-Indagou louise.

-Sim eu lembro...disse ela.

-Nós não temos muito tempo, eu só queria fazer uma pergunta para a Sra.-Disse Luise.

-E que pergunta seria essa minha filha.

-Quando a Sra. falou que seu irmão nunca teria ido caçar sem verificar sua arma, o que realmente estava dizendo?

-É óbvio minha querida, ele foi assassinado assim como frances também, eu disse que essa família tem uma maldição mas ninguém me escuta.

-E a Sra. tem idéia de quem seja esse assassino?-Perguntou Mase.

-Se eu soubesse ele já estaria na cadeia, vocês não são detetives por que não descobrem a verdade.

-Não é tão simples assim Sra. Emily.

-É só isso que tenho a dizer, agora preciso descansar vão embora.

-Obrigado pelo seu tempo, e desculpe por incomodá-la.

Eddie e Louise sairam com pressa do quarto, Eddie ficou na porta até o mordomo voltar, Luise desceu rápido, combinou de encontrar com Eddie na entrada principal da Mansão.Após alguns minutos Eddie apareceu.

-Vamos embora Eddie,  temos muito que conversar.

Ao entrar no carro Eddie olhou para Louise, seu rosto estava sério e pensativo que até chegou a gaguejar umas palavras.

- O que foi meu amigo, esta tendo um derrame...

-Não Louise, estou tendo um ataque de ansiedade e fico assim quando acontece.

-Você esta bem, quer que eu chame o Dr. frank.

-Não Louise estou bem, me dê um minuto. Após alguns minutos Eddie respirou fundo e olhando para Louise  disse.

-Você já parou para pensar que podemos estar diante de complô?

-Por que você acha isso meu amigo?

-Se o assassino da Sra. Frances armou para matar seu marido, pode ser mais de uma pessoa com interesses em comum.

-No caso dinheiro, é isso que você quer dizer.

-É o que vamos descobrir após a abertura do testamento..disse Eddie com brilho nos olhos.


Capítulo 5 - O testamento


Na mansão dos Marchand, após o funeral da Sra. Frances, o advogado da família, sr. Olivier, procede à leitura do testamento, mas alguém o interrompe logo no inicio, era Felipe com seu jeito mal educado de falar.

-Por que o mordomo e a empregada estão sentados a mesa com a família? Olivier fechou o testamento e com uma voz de autoridade disse.

-Sua tia em vida mudou seu testamento duas vezes, e apesar de você discordar a Sra. Rose e Sr. Edgard estão nesse novo testamento, portanto eu gostaria de não ser interrompido até que termine de ler o último parágrafo, todos de acordo. Todos balançaram a cabeça em sinal de aceitação, Felipe foio único que fez caras e bocas.

-Continuamos então, de acordo com o novo testamento da Sra. Frances ,  autenticado em cartório no dia 02 março desse mesmo ano, e como testemunha esse que vos fala. Na questão do hotel Le Royal, deixo 50% de minhas ações para minha irmã Norma, e o total controle das contas e também a mansão Marchand. Norma não sorria, seu olhar era de tristeza apesar de herdar uma bela fortuna, já Felipe parecia nervoso e irritado.

-Para meu fiel mordomo Edgard deixo 50 mil libras em dinheiro, que estará disponível no dia seguinte da leitura desse testamento.

-E para minha empregada Betty a quantia de 30 mil libras, disponível também após a leitura desse testamento. O restante dos bens, carros, barcos e a casa de campo devem ser vendidas e o dinheiro doado para a minha instituição de caridade Meninos de rua a qual sou presidente. Dito isso eu encerro a leitura do testamento de Frances Marchand.

-Isso é um absurdo, como ela pode deixar dinheiro paras os empregados, e doar alguns bens para aqueles orfãos e nada para mim que sou sobrinho dela.

-Foi o desejo de sua tia Sr. Frances Felipe, e não há nada que eu possa fazer a respeito.

-Felipe se acalme..disse Norma.

-Me acalmar Mamãe, que tipo de pessoa ela era a ponto de me excluir de seu testamento, logo eu que sempre me importei com ela, que cuidei dela muitas vezes quando estava doente,  o que eu fiz de errado todos esses anos.

-Felipe você sabe que tudo que é nosso é seu também meu filho..disse Louis.

-Eu não quero viver na sombra de vocês, quero minha independência, espero que ela queime no inferno.

Estava com tanta raiva que ao sair da sala jogou um vaso no chão, bateu a porta com força e não voltou mais.

-Sinto muito pelo comportamento de Felipe Sr. Olivier.-Disse Norma.

-Não precisa se desculpar sra. Norma, eu entendo a situação, eu preciso ir agora mas se precisarem de mim é só entrar em contato.

-O que vamos fazer com Felipe Louis..Norma estava com tristeza em sua voz.

-Não se preocupe com ele, quando ele voltar vamos ter uma conversa de homem para homem.

-E quanto a tia Emily o que vamos fazer, e se ela continuar falando aquelas coisas absurdas.

-Não se preocupe com ele, todo mundo sabe que ela é uma velha mentirosa.

-Eu preciso descansar um pouco não me sinto bem.

-Quer que eu chama o Dr. Frank?

-Não meu querido, estou bem só preciso me deitar um pouco, se você puder me levar um chá mais tarde ficaria agradecida.

-Vou pedir para Betty levar no seu quarto, pode ir e descanse.

Ao subir as escadas Norma parou de repente e com um olhar tristee preocupado disse...

-Lous, você acha que Felipe matou Frances...

-Não minha querida, jamias ele faria isso com ele, ele pode ser um rapaz impulsivo e até as vezes mal educado, mas matar uma pessao jamais, não se preocupe tudo vai ficar bem.

 

Capítulo 6 - Felipe Marchand

 

Eu acho que Felipe esta tendo uma crise pessoal, ou talvez seja algo a ver com a idade que está chegando, ele deve ter o que uns 30 anos e ainda não tem uma profissão, e para piorar mora com os pais. Disse Eddie enquanto apreciava seu café sentado na cafeteria preferida de Louise A La Tour.

-Eu reparei que seu frances está muito bom Eddie, andou praticando...disse Louise.

-As vezes quando tenho tempo, costumo ler alguns livros em frances...C' est la vie mon chérie.

-Três bien mon ami, fez direitinho o deve de casa...

-Eu procuro sempre me esforçar em tudo que faço.

-Eu sei meu amigo por isso eu sempre posso contar com você. O que o faz pensar que Felipe

está tendo uma crise de meia idade.

-É só você ver os sinais, vive irritado, não sabe o que fazer da vida, ,não se casou e nem uma 

namora ele tem.

-Você também não tem namorada Eddie..

-Sou uma pessoa ocupada, não tenho tempo para relacionamentos.

-Eddie por favor, isso não é desculpa. 

-Você tem razão, não encontrei a pessoa certa anda. 

-Vai encontrar meu amigo, tenha paciência. 

-Precisamos falar com Felipe Luise, ele costuma ir todo dia ás 15 horas na Le Club um 

inferninho para viciados, fica perto do porto.

-Como você sabe disso Eddie.

-Aquele homem que eu estava falando na mansão no dia do funeral, ele conhece bem Felipe 

e me disse que ele costuma ir lá todo dia, uma espécie de fuga da realidade.

-Quem é esse homem...

-Apenas um conhecido, ninguém importante.

 Ao chegarem na Le Club já passavam das 15h30, o lugar era escuro e estava um pouco vazio

apesar de ser uma boate 24 horas, algumas mulheres dançavam em pequenos palcos , Luise avistou 

Felipe em um local privado no andar de cima, ao subir as escadas foram barrados por dois seguranças,

mas Felipe autorizou os dois a entrarem, estava visivelmente drogado com duas mulheres, a mesa tinha 

muita bebida e um pó branco que parecia ser cocaína, ele reconheceu Luise.

-Detetive, a que devo a honra...e quem é seu amiguinho engomado.

-É meu colega Eddie Mase. 

-Mas é claro, lembro de ter visto ele com você no enterro da tia Frances.

-Você poderia nos responder algumas perguntas em particular?-Pergunto Louise.

-Sem problema, sou um livro aberto...mandou as meninas se retirarem. -Podem se sentar e fiquem a vontade, 

querem beber algo?-Perguntou ironicamente.

-Não obrigado, estamos de serviço. -Disse Luise.

-O que vocês querem saber, por acaso sou suspeito de matar a tia Frances por ela me tirar do 

seu testamento.

-Por que, você teria algo a esconder?..disse Eddie.

-Na verdade não detetive, mas se fosse hoje com certeza teria, aquela velha maldita não me 

deixou nada mesmo eu fazendo tudo por ela, até quando quebrou o quadril em um tombo da

escada eu cuidei dela, fiquei 3 meses fazendo tudo que ela pedia e recebo isso com gratidão.

-E que motivos ela teria para não deixar nada para o Sr.?

-Não sei, quem sabe vamos até lá e perguntamos...estava visivelmente drogado e era irônico 

em suas palavras. 

-Onde o Sr. estava na hora do crime?

-Na mesa de jantar com meus pais...

-E o Sr. se ausentou em algum momento, ou seus pais?-Perguntou Louise com seriedade

 na voz. 

-Meu pai foi até a adega pegar mais vinho e minha mãe em um certo momento foi ao toalete

 se me recordo bem, eu fui até o pátio fumar um cigarro mas não demorei muito.

-Que horas foi isso...

-Acho que era perto das 20h15 mais ou menos.

-E o Sr. notou algo estranho ou viu alguém andando pelos arredores da casa.

-Sim, eu vi Victor o jardineiro andando pelo pátio...ele parou ao chegar perto da janela

do quarto da minha tia, ele ficou olhando por uns minutos e depois foi embora, vocês 

deviam falar com ele.

-Depois disso você não viu mais ele?

-Não, eu entrei e voltei para a mesa de jantar. 

-Você tem algum problema com o Dr. Frank?-Perguntou Mase. 

-Eu não gosto daquele homem, ele é como uma cobra que rasteja sem ser visto 

até dar o bote. 

-Ele foi mencionado no testamento?

-Não...ele não é da família.

-Você acha que ele teria motivos para matar a Sra.. Frances? 

-Aquele homem por dinheiro faria qualquer coisa, ele tem dívidas de jogos em toda

a cidade, ele não trabalha mais no Hospital, foi afastado por ir trabalhar bêbado. 

-Hum..não sabiamos disso, ele não nos contou quando o interrogamos...disse Eddie. 

-Ele tem segredos, ele é um homem manipulador e arrogante..disse Felipe com raiva

 nas palavras.

-Todos temos segredos rapaz , onde podemos encontrar Victor o jardineiro?

-Ele mora na mansão, na casa de hóspedes na parte dos fundos. 

-Obrigado pelo seu tempo...mais uma coisa não saia da cidade nos próximos dias..disse Luise.

-Pode deixar detetive, você sabe onde me encontrar...Luise estava descendo as escadas quando

  parou e se dirigiu para Felipe...tinha um tom de dúvida em sua voz.

-Sr. Felipe, por que seu pai foi na adega e não pediu para Edgard o mordomo buscar o vinho?

-Por que da última vez Edgard trouxe o vinho errado e papai quase o demitiu, pergunte a ele

se estou dizendo a verdade... 

-Obrigado...Louise desceu as escadas com pressa pois queria sair daquele lugar o quanto 

antes. Vamos falar com o casal Marchand Eddie, precisamos confirmar o que Felipe disse,

algo me diz que mentiu em alguns momentos. 

 

Capítulo 7 - O casal Marchand

 

Sentados na biblioteca em um sofá confortável estava o casal Marchand, ao lado do Sr. Louis em uma pequena mesa um cinzeiro com um charuto aceso, esse era um dos poucos vícios de Louis além de gostar de vinhos caros. A Sra. norma estava calma e não parecia a mesma que vimos no funeral. Com um casamento sólido de mais de 30 anos nunca haviam discutido, foram morar na mansão na época que a Sra. Frances quebrou o quadril no tombo da escada. Depois de recuperada pediu que os dois ficassem morando com ela pois se sentia muito sozinha, além de Felipe é claro. Eddie e Louise sentaram em poltronas de frente para o casal, a empregada Betty entrou na sala com um bandeja de chá, serviu os convidados e se retirou.

-Como vocês estão lidando com tudo isso, acredito que não deve ser fácil viver aqui com todas as lembranças da Sr. Frances...disse Louise.

-Estamos bem detetive, devemos seguir em frente e honrar a memória da minha querida irmã, vai ter dias tristes e outros melhores, mas vamos superar tudo isso juntos.-Disse Norma com tristeza nas palavras.

-Eu entendo e sinto muito...espero que nossa conversa não demore pois não quero incomodar vocês, sei que o luto não é fácil pois já perdi meus pais e até hoje sinto muita falta deles.

-Naquela noite vocês notaram algo de diferente na sr. Frances, pelo fato de ela sair mais cedo do jantar, ela parecia preocupada ou triste?..perguntou Mase.

-Na verdade não, minha irmã sempre foi uma pessoa reservada e depois da morte de Adrian ela ficou muito deprimida, não foi a primeira vez que ela deixou o jantar mais cedo.-Disse Norma.

-Eu notei uma mudança de comportamento nos últimos dias, parecia que ela estava com medo de algo, quase não saia do quarto e mal falava com a irmã...disse Louis.

-Felipe me disse que o Sr.foi até a adega naquela noite buscar vinho, por que não pediu ao mordomo?-Indagou Louise.

-Eu tive um desentendimento com ele certa vez, por causa de uma garrafa de vinho que ele me trouxe errada, por isso decidi eu mesmo buscar.

-E que horas Sr. foi até a adega?

-Acho que já eram quase 20 horas, não sei ao certo.

-E Felipe se ausentou em algum momento?-Perguntou Eddie.

-Sim, ele foi fumar um cigarro no pátio mas não demorou muito.

-Cerca de quantos minutos mais ou menos?

-Uns 20 minutos mas não tenho certeza.

-Eu também tive que sair , fui até o toalete....disse Norma.

-A Sra. demorou quanto tempo?

-Acho que 15 minutos..

-Vocês não escutaram nada vindo do quarto da Sra. Frances, o barulho do tiro ou passos no corredor.

-Não ouvimos nada, estávamos conversando alto, e o quarto de Frances fica no segundo andar no fim do corredor, e com a porta fechada fica difícil ouvir algo.-Disse Norma

-Como era a relação com sua irmã? -Perguntou Louise.

-Éramos muito amigas desde pequenas, ela sempre me ajudou por eu ser a caçula, certa vez eu quebrei um vaso de mamãe, um vaso que ela adorava e que foi presente de meu pai, mas Frances disse que ela tinha quebrado e acabou levando castigo em meu lugar, ela era uma pessoa adorável vou sentir muito sua falta.

-Sinto muito..disse Louise.

-Vamos falar um pouco de Felipe, como pais eu sei que é difícil dizer, mas vocês acham que Felipe teria algum motivo para matar a tia?

-Não, isso é impossível ele a amava..disse Norma.

-Não foi o que ele nos disse hoje mais cedo, nós o encontramos em uma boate chamada Le Club, ele parecia bem chateado com sua tia Frances

-Ele está chateado por não ter sido mencionado no testamento, ele é jovem e não mede as palavras, mas matar ele nunca seria capaz disso.-Disse Luis olhando bem nos olhos de Louise.

-Entendo, e quanto ao Dr. Frank qual a relação dele com a família, apenas profissional ou ele era amigo de frequentar festas e eventos na mansão?-Louise perguntou olhando para Norma.

-Sim você está certa, ele era amigo da família e costuma frequentar festas e eventos sociais, muitas vezes jantou aqui e quando Adrian era vivo os dois costumavam se trancar na biblioteca e conversar por horas...disse Norma.

-E a relação dele com A Sra. Frances com o era?

-Muito boa que eu lembre, ele esteve presente por um bom tempo após a morte de Adrian, tinha muito carinho por frances...

-Por que Felipe não gosta dele?

-Felipe é um rapaz difícil de se lidar, não aceita muito quem não é membro da família, é muito desconfiado mas é um bom rapaz..disse Norma sorrindo. Edgard bateu na porta e foi entrando educadamente.

-Com licença madame, os detetives vão ficar para o jantar?..Betty gostaria de saber se coloca mais dois pratos na mesa.

-Se eles quiserem seria uma honra...

-Não podemos Sra. Norma, ainda temos muito o que fazer, quem sabe em uma outra ocasião...disse Louise.

-Pode ir Edgard você ouviu as visitas..

-Qual seria o melhor horário de falar com Victor o jardineiro..

-Louise, acho que devemos falar com Edgard  antes, pois ele esteve na cena do crime..disse Mase.

-Sim claro, você tem razão.Eddie, então podemos marcar para amanhã as 15 horas com Edgard?

-Claro eu direi a ele...

-Muito obrigado por nos atender, mais uma vez meus sentimentos pela sua perda, tenham uma boa noite, vamos Eddie. Os Marchand agradeceram com um balançar de cabeça, Edgard os acompanhou até a saída, enquanto caminhava Louise o lembrou que seria interrogado no dia seguinte as 15 horas, ele concordou educadamente.


Capítulo 8 - O mordomo


Edgard estava na família a muitos anos, era ele quem cuidava de tudo na casa, e sabia de toda a rotina da família. Quando começou era apenas auxiliar de cozinha mas depois ganhou a confiança do Sr. Adrian e passou de auxiliar a mordomo e chefe.Edgard abriu a porta e educadamente cumprimentou Eddie e Louise, pediu que esperassem no escritório pois tinha que avisar a Sra. Norma que iria se ausentar por alguns minutos.

-Fiquem a vontade, eu pedi para Betty trazer um chá, volto em um minuto...

Betty entrou na sala trazendo chá e alguns petiscos, muito educada serviu as xícaras e se retirou sorrindo.

-Que moça educada Louise..disse Eddie.

-Não se iluda meu amigo, essas são as mais perigosas, acredite sou mulher e sei o que estou falando.

-Quer dizer que ela pode ser nossa assassina?-Disse Eddie ao tomar um gole de chá.

-Todos são suspeitos, você sabe muito bem como funciona o pensamento de um detetive.

Edgard retornou depois de alguns minutos, muito educado pediu desculpas pela demora e sentou-se em um sofá de frente para os dois.

-Em que posso ajudar os detetives...disse.

-Me diga uma coisa Edgard, a quanto tempo Betty trabalha para a família?-Louise estava com um olhar de curiosidade, e ao colocar um colher de açucar em seu chá olhou para Eddie e fez sinal com os olhos como se quisesse mostrar algo na parede.Eddie logo interrompeu Edgard e perguntou quem era o jovem na foto com o Sr. Adrian.

-Quem é o rapaz na foto da parede com o Sr.Adrian, ele me parece familiar...

-É meu filho detetive, mas ele já morreu a alguns anos.

-Oh, sinto muito Edgard, posso perguntar como aconteceu?

-Sim, foi em uma caçada com o Sr. Adrian, ele foi atacado por um javali e teve o intestino perfurado morrendo em seguida.

-Deus que tragédia, sinto muito..disse Louise.

-Foi a muito tempo, já estou conformado com sua morte, ele era muito apegado ao Sr. Adrian e eu não o culpei na época, foi uma fatalidade, quanto a sua pergunta anterior Betty só está aqui a 5 anos, a antiga empregada se aposentou e nos indicou Betty, é uma boa mulher e faz bem seu trabalho.

-Me diga Edgard na noite do crime o Sr, estava onde?

-Na sala de jantar servindo a família como sempre faço.

-E o Sr. não se ausentou nem por um minuto..perguntou Eddie.

-Não, apenas quando fui chamado pelo Sr. Felipe, o Sr. pode falar um pouco mais devagar por gentilesa, seu sotaque as vezes me confunde.

-Claro me perdoe, meu francês não é muito bom ainda, vou deixar Luise fazer as perguntas.

-Quando o Sr. encontrou Felipe no andar de cima notou algo estranho, talvez no seu comportamento, o que ele fazia naquele momento?

-Ele estava muito nevoso, queria entrar no quarto mas a porta estava fechada por dentro, então me perguntou se existia uma chave reserva, eu disse que não, ele resolver arrombar a porta pois a Sra. Frances não respondia.

-O sr. acha que ele teria motivos para matar  a sra. Frances?

-Acredito que não, apesar de ser um rapaz problemático para  assassino ele não serve, no fundo ele é uma pessoa cheia de medos e traumas, o que o faz seguir por um caminho sombrio nas drogas.

-O Sr. lembra se ele saiu em algum momento durante o jantar, se ausentou mesmo que por alguns minutos.

-Sim lembro, ele foi fumar um cigarro no pátio, antes de sair ainda me disse que quando voltasse queria encontrar seu copo cheio de vinho.

-E o episódio do vinho, eu fiquei sabendo que o Sr. louis foi até a adega buscar uma garrafa, por que ele não pediu para você buscar.

-Certa vez eu trouxe a garrafa errada, o que causo um certo desconforto entre os convidados sendo assim toda vez que falta uma bebida ele mesmo vai buscar., mas isso não me incomoda nem um pouco.

-O Sr. acha que Betty é uma mulher de confiança?

-Com toda certeza, confio plenamente na sua pessoa, por que a pergunta?

-Apenas quero descartar ela como suspeita, não vejo a nescessidade de falar com alguém que vive dentro de uma cozinha, não seria prudente suspeitar de Betty.

-Por que acha isso Louise?-Perguntou Eddie.

-Ela estava o tempo todona cozinha, a não ser que ela tenha se tornado invisível  e passado pela sala de jantar sem ser vista, entende o que digo.

-Sim compreendo, faz sentido.

-E o jardineiro Victor, você o conhece bem, ele trabalha a muito tempo na mansão?

-Ele chegou um pouco antes da morte do Sr. Adrian, é um bom rapaz mas não tenho muito contato com ele.

- A quem ele se reporta na casa?

-Quem cuidava dos assuntos do jardim era a Sr. Frances, ela amava o jardim e sempre que podia ficava horas andando entre as árvores e amava suas flores, Victor sempre conversava com ela, parecia que os dois se conheciam a muito tempo.

-Como assim Edgard, eles eram íntimos?

-Não detetive, disse que pareciam ser muito amigos.

-Entendo o que quer dizer, acho que por hora é isso, obrigado pelo seu tempo e o chá estava ótimo, agradeça a Betty, passe bem.

-Estou a sua disposição se precisar de algo mais.

-Obrigado.

Edgard os conduziu até a saída educadamente, e desejou uma boa tarde. Louise ficou pensativa por um momento e antes de embarcar no taxi se dirigiu para Eddie dizendo.

-Você não achou estranho o que ele disse sobre o jardineiro e a Sra. frances.

-O que Louise, que eles eram bons amigos...

-Sim isso mesmo, uma mulher da alta sociedade ser amiga de um simples jardineiro, isso me soa estranho.

-Louise você esta julgando sem saber a verdade, vamos falar com ele amanhã.

-Com o jardineiro?

-Sim, com o jardineiro e por favor vamos embora estou com fome.


Capítulo 9 - O jardineiro (Uma revelação que choca Louise)


Victor estava no jardim cortando a grama quando eles chegaram , estava frio mas o dia estava bonito e ensolarado, a neve tinha parado de cair no dia anterior, Victor aos vê-los ficou surpreso.

-Bom dia..disse ele.

-Bom dia Victor, sou Louise Bonet e esse e meu colega detetive Eddie Mase, podemos coversar um pouco.

-Sim claro, podemos.

-Posso saber onde voce estava no dia do a assassinato da Sra. Frances?

-Eu fui caminhar pelo jardim como sempre faço toda noite, fumei um cigarro e voltei para casa. 

-E você notou algo estranho naquela noite, ou alguém nos arredores da mansão.Louise sabia que Felipe o tinha visto naquela noite.

-Sim, quando cheguei perto da janela do querto da Sra. Frances euvi alguém andar de um lado para outro, a janela estava fechada mas dava para ver através da cortina, tinha um pouco de luz mas não sei dizer quem era.

-Não lembra se parecia com um homem ou talvez fosse a propria Sra. Frances.

-Não tinha como saber, apenas vi um vulto nada mais, mas lembro de estar indo em direção aos fundos da casa quando escutei passos, eu me virei e vi alguém andando com pressa pelo jardim, mas pensei que era Felipe pois ele costuma vir ao pátio fumar um cigarro a noite depois do jantar.

-Você não conseguiu ver quem era, como era o porte físico?-Eddie até agora não tinha falado nada apenas observava.

-Como disse estava escuro, não sei dizer ao certo como essa pessoa se parecia.

-Qual sua relação com a Sra. Frances?-Perguntou Eddie.

-Apenas de empregado e patrão, por que essa pergunta.

-Não foi o que Edgard nos disse.

-E o que aquele velho rabugento disse sobre mim.

-Que a Sr.Frances passava bastante tempo no jardim conversando com você, e que vocês pareciam bem intimos.

-Isso é verdade, ela vinha muito aqui pois sempre amou esse jardim, me dava conselhos e me contava histórias sobre esse lugar, isso é ser íntimo?-Indagou ele.

-Na verdade é um pouco, uma relação entre empregado e patrão exige sempre uma certa distância, uma questão de ética e respeito, você não acha.-Tinha um ar de sarcasmo na voz de Louise.

-Ela sempre foi muito boa para mim, me ajudou muito quando cheguei e me tinha como um filho.

-Acho que você não esta nos dizendo toda a verdade, por que você mora em uma casa sozinho enquanto os outros empregados vivem na mansão em apenas um quarto para empregados, que privilégios você teria e eles não?

-Eu sou o jardineiro, meu trabalho é aqui fora e não na casa, não tenho privilégio algum e trabalho do mesmo jeito que todos, vivo em uma casa humilde sem luxos.

-Você tinha algo com a Sra Frances, pode falar vai ficar entre nós, mas é muito importante para a investigação se você falar a verdade.-Eddie estava firme nas suas palavras, seu tom era intimidador.

Victor baixou a cabeça por um instante e olhando bem nos olhos de Eddie disse.

-Sim, eu tinha um relacionamento amoroso com a Sra. frances. Louise colocou a mão em sua boca como se fosse tapar um grito, e em seguida disse.

-Você esta nos dizendo que mantinha relações com aquela Sra., ela podia ser sua mãe.

-Podia sim, mas não era e ela me amava.

-E você a amava também?

-No inicio não, mas depois eu comecei a gostar dela e quando soube de sua morte eu fiquei muito triste, nós tinhamos um código para se encontrar, se eu fosse ao jardim as 20 horas e ela estivesse na janela é porque a gente iria se encontrar, e naquela noite ela não aparareceu então eu fui para casa.

-E onde vocês costumavam se encontrar..perguntou Louise.

-As vezes na minha casa, em algumas ocasiões eu ia até seu quarto.

-Mas como você entrava na casa?-Perguntou Mase.

- O que vou dizer poucos sabem, no quarto da Sra. Frances tem uma pequena estante com livros, atrás existe uma porta secreta que da acesso a uma escada que leva em duas direções, uma vai até o final da mansão, a outra sai exatamente abaixo do quarto da Sra. frances.

-Então foi por ali que o assassino entrou, talvez mais pessoas nessa casa conheçam essa passagem secreta.

-E foi por ali que também saiu Louise.

-Isso faz de mim um suspeito.-Disse Victor preocupado.

-Acho que você não teria motivos para matá-la Victor, você concorda.

-Jamias faria mal a ela, eu a amava, tem uma outra coisa que preciso contar.

-Diga Victor.

-A Sra. frances tinha uma agenda com capa verde onde ela escrevia tudo que acontecia com ela durante o dia, era como um diário mas ela nunca me deixou olhar o que escrevia, ela dizia que eram suas memórias e que talvez um dia ela me deixasse ler.

-E onde esta essa agenda victor?

-Eu não sei talvez em seu quarto, ela nunca me mostrou onde guardava, era como um segredo a sete chaves.

-E se o assassino achou o diario Louise, e se ali estiver a prova de que precisamos para pegá-lo.-Disse Eddie.

-Vamos descobrir meu amigo, precisamos fazer uma busca no quarto da Sra. Frances.

-Vocês não vão dizer nada para a Sra. Norma sobre mim, posso perder meu emprego.

-Fique tranquilo Victor, seu segredo está em boas mãos, você foi muito util em nossa investigação, mas por que não nos procurou antes..indagou Louise.

-Fiquei com medo de vocês acharem que eu a matei, e se contasse para a família seria demitido.

-Nós entendemos Victor, obrigado por enquanto e se lembrar de algo mais nos procure.

-Sim detetive pode deixar que entro em contato.

Luise não se conteve por muito tempo e com o rosto em choque disse a Eddie..

-Eddie meu amigo estou chocada com essa história, quem diria a Sra. Frances amante do jardineiro.

-É Louise as pessoas as vezes nos surpreendem, quem diria uma mulher refinada com um homem qualquer, onde vamos parar.

-Eddie não seja ridículo, isso é machismo.

-Que seja Louise, se for para resolver o crime eu não me importo.

-Você é uma figura Eddie Mase.

 

Capítulo 10 - A agenda verde.


Louise deu um suspiro antes de tomar um gole de seu café preferido, estava sentada na cafeteria esperando por Eddie, estava pensativa e parecia cansada como se não tivesse conseguido dormir a noite. Eram 9h55 quando Eddie chegou e logo foi pedindo desculpas pelo atraso.

-Bom dia Louise, desculpe o atraso o relógio não despertou e a noite passada cai em um sono profundo, você parece cansada não dormiu a noite?

-Dormi muito pouco, fiquei repassando a conversa com Victor e quando vi já era bem tarde.

-Chegou a  alguma conclusão?Eddie fez sinal para uma garçonete e pediu um café expresso.

-Nada que seja relevante até agora, mas ainda estou chocada com esse romance proíbido.

-Por que Luise, o que esta te incomodando tanto nessa história.

-Não sei ao certo, mas algo está errado e não sei o que é. 

-O que acha que vamos encontrar nessa tal agenda verde.

-Talvez o nosso assassino esteja em uma de suas páginas.-

- E se a agenda não estive lá, voltamos a estaca zero...disse Mase.

-Não se esqueça da passagem secrete que Victor mencionou, talvez tenha alguma pista por lá, e se o assassino deixou algo para tras Eddie.

-É o que vamos descobrir minha amiga. disse Eddie empolgado enquanto bebia seu expresso.

A neve voltava a cair naquela manhã, fazia muito frio e o céu estava nublado em tons de cinza, louise ao descer do taxi quase escorregou mas Eddie segurou seu braço antes da queda.

-Cuidado Louise, o chão está escorregadio.

-Obrigado Eddie, se não fosse você seria um tombo feio.

A mansão parecia bem quieta como se ninguém morasse no local, ao bater na porta duas vezes Louise escutou passos vindo em direção a porta lentamente, era Edgard e parecia doente.

-Perdão pela demora, estou um pouco resfriando hoje, quem devo chamar para falar com os detetives.-Disse Alfred enquanto assova o nariz.

-Não viemos falar com ninguém Edgard, vamos fazer uma busca no querto da Sra. Frances, estamos a procura de uma agenda com capa verde, o Sr. alguma vez viu essa agenda.

-Não Sra. nunca a vi, ela pertencia a Sra.Frances?-Perguntou com voz anasalada.

-Sim, era como um diário de anotações, você pode avisar a Sra. Norma que vamos olhar o quarto por alguns minutos por favor.

-Pois não madame, vou avisar.

Eddie e Louise subiram as escadas em seguida, o lugar estava muito silencioso naquele momento, uma atmosfera assustadora era sentida no ar.

-Eddie parece que estou em um filme de terror, aqueles com casas mal assombradas,-Disse Luise enquanto fechava seu casaco, parecia estar com muito frio.

-É o frio misturado ao silêncio quase perturbador que torna tudo mais misteriosos, essa casa parece uma enorme tumba fria e silenciosa..disse Eddie.

-Luise girou a maçaneta e ao abrir a porta umar frio passou por ela fazendo com que encolhesse os ombros, um calfrio passou pela sua espinha fazendo sussurrar algo.

-Deus Eddie, parece que um fantasma atrevessou meu corpo, que sentimento estranho.

-Calma Luise é apenas o vento que escapa pela passagem que Victor mencionou, não existem fantasmas, vamos entrar e fechar a porta assim teremos mais privacidade.

-Veja meu amigo a tal estante de livros que Victor mencionou.

-Deixe eu tentar move-la, você esta sentindo o ar gelado que esta vindo, é da passagem.

Eddie empurrou a estante de livros e logo se revelou uma pequena porta, ele colocou suas mão sobre ela e com um empurrão a passagem se revelou, uma escada levava até o sub-solo e parecia ter algum tipo de iluminação.

-Victor não mentiu sobre a passagem Luise.

-Espere Eddie vamos procurar a agenda primeiro, coloque a estante no lugar pois não quero que ninguém a veja.

-Você tem razão, se o assassino descobrir que nós sabemos sobre a passagem pode acabar fugindo., vamos começar olhando nessa estante.

Os dois procuraram em toda a estante mas nada de encontrar a tal agenda verde, Luise foi procurar na cama e Eddie olhou nas gavetas da escrivaninha de canto, mas não achou nada também, Luise olhou atrás de quadros e dentro do guarda-roupas da Sra.Frances mas nada encontrou.

-Nada Eddie, e agora o que vamos fazer.

-Calma minha amiga, estamos olhando o óbvio, se era algo tão importante para ela não pode estar em um lugar fácil de se ver, não concorda.

-Você tem razão, mas onde pode estar, um lugar onde ninguém pensaria em olhar...cruzou os braços e de repente sentiu um ar frio nas suas pernas, estava parada ao lado da cama no lado direito onde ficava um pequeno bidê com um abajur de cor bege.

-Tem alguma passagem de ar aqui Eddie, você não está sentindo esse vento frio nas suas pernas?

-Não estou vestindo calças, não sinto nada.

-Tem alguma entrada de ar por aqui e não é da passagem secreta.

-Espere Louise fique parada onde esta.

Eddie seguiu reto em direção a parede, se abaixou e olhando por debaixo do bidê encontrou uma pequena entrada de ar coberta por uma grade, parecia estar meio solta, ele arredou o bidê e com um leve puxão ela se abriu. Enrolada em um lenço lá estava a pequena agenda, Eddie se voltou para Louise e disse.

-Encontrei Louise, veja é a agenda verde.

-Deixe eu ver Eddie, é ela mesma, Deus Eddie que segredos vamos encontrar nessas páginas.

-Fique com ela Louise, vou ver se encontro alguma pista na passagem secreta.

Ao empurrar a estante Eddie notou algo no chão, parecia um pequeno botão de um casaco.

-Louise encontrei algo, é um pequeno botão marrom de algum tipo de casaco, acho que nosso assassino deixou algo para trás.

-Deve ter ficado preso na hora que empurrou a estante, ele não deve ter notado quando o botão foi arrancada de seu casaco, guarde bem ele Eddie é uma prova importante, e dependendo do que estiver nessa agenda pegaremos nosso homem.

Eddie desceu as escadas e começou a vasculhar o lugar, enquanto Louise fcou lendo o pequeno diário verde.Ao percorrer o túnel que dava acesso ao pátio dos fundos Eddie  notou varias pegadas que tinham direções opostas, como se alguém estive ali muitas vezes.A passagem que dava para o jardim ficava embaixo da escada, Eddie teve que se espremer para passar pelo canto da escada e conseguir acessar a tal passagem, ele empurrou a parede que se abriu como uma porta, estava agora no pátio em meio as flores e arbustos que a Sra. Frances tanto amava, Victor estava falando a verdade pensou Eddie. Quando voltou encontrou Louise sentada na cama com a agenda em mãos, parecia estarentretida com o conteúdo nem viu Eddie chegar.- Luise disse ele, ela deu um pulo da cama e quase derrubou  a agenda no chão.

-Eddie você quer me matar de susto..disse irritada, deu um pequeno suspiro e disse.

-Você não vai acreditar no conteúdo dessa agenda, de uma olhada nesse bilhete que estava solto entre as páginas.

-Deus Louise se isso é verdade pegamos nosso homem.

-Mas como ele sabia da passagem Eddie, a não ser que tenha visto Victor acessá-la.

-Ou ele já conhecia a mansão e todos seus mistérios..disse Eddie.

-Vamos falar com com Edgard, quero que ele comunique a família que temos novidades.

Ao descer as escadas Luise encontrou Edgard, o mordomo se dirigiu a ela educadamente e perguntou.

-Encontraram algo nos aposentos da Sra. Frances?

-Sim Edgard mas é sigilo policial, preciso de um favor seu e é muito importante, peça a família Marchand que esteja amanhã aqui ás 15 horas, o Sr., Betty e Victor também, entre em contato com o Dr. Frank preciso que ele também compareça a reunião, e não se esqueça todos devem estar aqui.

-Até amanhã Edgard...disse Luise.


Capítulo 11 - Quem matou a Sra. Frances?

 

Havia um silêncio quase mortal quando eles entraram na biblioteca, todos os olhares se voltaram para Eddie e Louise pois estavam acompanhados de dois policiais, A Sra. Norma estava sentada em uma poltrona perto da lareira pois fazia muito frio naquela tarde. O Sr. Louis estava em pé tomando um copo de whisky, enquanto felipe estava encostado em um belo sofá e com as pernas em cima de uma pequena mesa de centro, o Dr. Frank estava na outra ponta do sofá lendo o jornal do dia, Edgard e Betty estavam em pé perto da porta. Todos se cumprimentaram, os dois policiais ficaram em pé junto a porta de saída um de cada lado, Felipe tirou  as pernas da mesa e tentando mostrar autoridade falou com voz firme.

-Por que tem dois policiais em minha casa, eles vieram prender alguém?

-Ainda não Sr. Felipe, eles estão aqui para nossa proteção..disse Louise.

-Não estamos entendendo o por que dessa reunião detetive.-Norma perguntou com voz doce e preocupada.

-Não tem por que se preocupar Sra., nós ja vamos explicar o que está acontecendo.

-Chegamos até aqui por um motivo, que é esclarecer o assassinato da Sra. Frances, vou deix ar Louise falar pois esse caso é dela, estou aqui apenas como consultor.Disse Eddie

-Em primeiro lugar eu queria agradecer a presença de todos, e dizer que sou grata pela colaboração de todos nessa investigação, e também a meu amigo Eddie Mase que foi muito importante em todo esse processo difícil e desgastante, teve dias que pensei que não iria conseguir, mas com muita determinação conseguimos chegar a um culpado.Alguém aqui nessa sala é o assassino.Todos vocês por menor que seja teriam motivo para matar a Sra. Frances, a irmã caçula que vivia a sombar de frances, o cunhado que a muito tempo está falido e sem dinheiro, Felipe o sobrinho dedicado e que fora excluido do testamento, Dr. Frank Mergulhado em dívidas de jogos de azar, os fiéis empregados que por alguma razão estão no testamento da Sra. Frances, e Victor o jardineiro que tinha um relacionamento próximo da Sra. Frances, por falar nele onde está Victor alguém o viu?

Todos negaram ter visto Victor, Louise pediu para um dos policiais ir até a casa de hóspedes procurar por Victor.

-Qundo foi a última vez que você viu Victor Edgard?-Perguntou Luise.

-Ontem a tarde detetive, hoje eu não o vi.

-Estranho isso, o que você acha Eddie.

-Talvez ele esteja com medo de algo, ou escondendo a verdade.

-Não tenho certeza quanto a isso, você sabe do que estou falando.

O policial voltou depressa e chamou os dois para conversar fora da sala, estava nervoso e parecia bem abalado.

-Ele está morto.-Disse o policial.

-O quê?-Disse Luise quase em tom de desespero.

-Morto Sra Louise, quando cheguei encontrei a porta aberta e o Sr. Victor estava na cama com a garganta cortada.

-Mon dieu, e agora Louise o que faremos ele era uma testemunha importante.

-Não se preocupe Eddie, temos todas as provas que precisamos para prender o assassino.

Ao voltar para a biblioteca Louise explicou que Victor não poderia vir por motivos pessoais, não queria alertar o assassino, um suspense foi criado entre os presentes.

-Eu lembro que na época da morte do Sr. Adrian eu ainda estava fazendo estágio na policia francesa, naquela manhã passei por uma banca e vi o jornal local, e na capa tinha uma foto do Sr. Adrian com a manchete que diazia o seguinte: Empresário morre em acidente enquanto caçava, quem vai e herdar o império Marchand? Eu fiquei pensando e se não foi acidente, naquela época eu já tinha um faro para crimes, então ficava grudada nas notícias dos jornais e sempre que tinha algo suspeito eu ficava tentando imaginar se tinha sido acidente ou crime, naquela época eu já era metida a detetive. Mas onde quero chegar com essa história vocês devem estar se perguntando, pois bem eu vou explicar o mais breve possível pois não quero tomar o tempo de vocês, e estamos aqui por uma razão apenas, esclarecer o assassinato da Sra. Frances. Encontramos nos aposentos da Sra. Frances um diário muito revelador.Eu vou ler um trecho agora em que ela se mostra bem arrependida de algumas coisas que fez no passado.

"Os pecados que cometi me deixam sem dormir a noite, meu coração está pesado e cheio de mágoas, não sei se vou conseguir seguir em frente, as vezes penso em dar fim a minha vida...mas Deus não me permite. O que fiz a Adrian é imperdoavel, mas as vezes o amor nos faz de bobos e acabamos cometendo erros irreparáveis, que Deus me perdoe na sua misericórdia."

-Por que ela mencio Adrian detetive.-Perguntou Norma com um a expressão de dúvida.

-Vou chegar lá Sra. Norma, mas antes preciso revelar algo muito importante e espero que não tenha julgamentos precipitados. O que vou dizer agora pode chocar vocês mas é a verdade, e eu estou aqui para dizer apenas a verdade dos fatos, mesmo que isso comprometa a reputação dos envolvidos.

Louise deu uma pausa e respirou fundo antes de falar.

-A Sra, Frances tinha um caso..disse ela com voz firme  Todos ficaram com um olhar perdido sem saber o que dizer até que Felipe se manifestou.

-Você está louca ao dizer isso, está difamando o nome da minha tia, isso é um absurdo.

-Não Felipe é apenas a verdade, está no diario e Victor nos confirmou, ele era o amante de sua tia.

-Aquele jardineiro sem cultura, isso é impossível..começou a rir semparar. 

-É verdade eu já tinha visto os dois juntos, eles tinham muita intimidade, eu percebi desde o inicio e certa vez vi a Sra. Frances sair da casa de hóspedes tarde da noite.-Disse Edgard.

-Minha irmã era uma mulher idosa e com classe , isso é mentira.-Indagou Norma.

-O amor não escolhe classe nem idade Sra. Norma..disse Louise.

-Vocês não podem julgar uma pessoa que não está mais aqui, ela não pode se defender nem explicar seus motivos..disse Eddie.

-Tem algo mais pertubador do que um simples caso de amor nessa história, a morte do Sr. Adrin não foi acidente.

-O quê ? -Disse Felipe.

- A morte do Sr. Adrian foi planejada, foi uma conspiração entre a Sra. Frances e seu amante o jardineiro. Victor tinha conhecimento de armas pois ficou dois anos no exército, e muitas vezes era ele que cuidava da limpeza das armas do Sr. Adrian, a Sra. Frances sabia que ele sempre utilizava a mesma arma em suas caçadas, naquele dia Victor preparou a arma e modificou o  gatilho de disparo fazendo com que a arma emperrrasse, e ao tentar dar o segundo tiro a arma travou fazendo com que a bala esplodisse em direção no rosto do Sr. Adrian o matando na hora, a Sra. frances tinha muito medo que ele descobrisse seu caso a ponto de expulsa-la da mansão, teria sua reputação manchada e ficaria na miséria.Mas o que tudo isso te a ver com seu assassinato, muito  já que o assassino descobriu sobre seu caso e começou a chantageá-la.

Todos estavam em silêncio e chocados com toda a história, Norma não se conformava com o fato de sua irmã ter conspirado para a morte de seu querido cunhado, estava indo quase as lágrimas quando Luis se aproximou e a abraçou com ternura.

-Tudo que ela estava passando foi registrado nesse diário, as ameaças e tudo que ele dizia e mandava através de bilhetes, no inicio ela pagava o que ele pedia mas chegou um momento que não aguentou mais e começou a confrontá-lo, e foi ai que começou os problemas de verdade. Ela se distanciou de Victor que ficou muito chateado, ela alegava a ele que se sentia mal com a situação e  pediu que não a procurasse por um tempo. ele entendeu e se afastou, mas nosso assassino tinha tudo que precivasa em mãos, algumas fotografias dos dois juntos estavam na agenda , enviadas para que ela soubesse que ele tinha o controle da situação. Quando ela disse que não pagaria mais um centavo a ele começaram as ameaças de morte, foi então que ele pediu 1 milhão de libras e el recusou. As ameaças foram ficando cada vez mais frequentes a ponto de ele decidir matá-la. Mas como nosso homem tinha acesso a Sr.a Frances sem ser visto por ninguém, se não fosse por Victor talvez nós nunca saberiámos, no quarto da Sra. Frances existe uma passagem secreta atrás de uma estante de livros, ela leva a dois lugares da mansão, o lado direito que sai direto no jardim e o corredor central que sai nos fundos, ele podia transitar a qualquer hora sem ser visto, mas como ele descobriu essa passagem, ele na verdade já a conhecia por ser uma pessoa que frequenta a mansão, e talvez alguém o tenha informado sobre tal lugar, mas uma de minhas teorias é de que ele viu Victor sair de uma das passagens quando visitava a Sra. Frances, sendo assim ficou fácil chegar até ela sem ser visto.Na noite do crime Victor estava andando pelo jardim e ao olhar para janela do quarto da Sra.frances viu alguém andando de um lado a outro mas pensou que fosse ela, em seguida foi embora mas escutou passos e ao se virar viu alguem sair depressa pelo jardim, era o assassino fugindo depois de matá-la.

-Por que matar minha tia se ele precisava de dinheiro, o que ganharia com isso?-Perguntou Felipe.

-Muito Sr. Felipe, na tal agenda verde existia um código de acesso a uma conta na Suiça e ele sabia, certa vez ele escutou a Sra. Frances comentar com Victor que se algo acontecesse os dois fugiriam para a Suiça, e que ela tinha acesso a uma conta com milhares de libras, no dia do crime ele procurou a agenda mas não encontrou, então desconfiou de Victor e foi até sua casa mas também não achou nada. Depois de muito insistir em procurar resolveu confrontar Victor, mas ele não sabia de nada e depois de uma discussão o matou, sim Victor está morto, o policial Jones o encontrou em sua cama com a garganta cortada.

-Meu Deus ..Disse Norma.

-Betty começou a chorar  e Edgard a consolou.

-Naquela noite em que a Sra. Frances foi morta o assassino já estava dentro do quarto esperando por ela, ele serviu vinho e dissolveu uma grande quantidade de comprimidos em sua bebida, uma dose que nenhum ser humano poderia suportar, ele a queria inconsciente para procurar sua agenda com calma, mas ao não encontrar ficou com tanta raiva que pegou o pequeno 38 que estava em uma caixa de madeira e atirou em sua nuca, a arma fora presente dela para Adrian em seu aniversário de 60 anos.Mas ele também cometeu um erro ao sair do quarto, quando empurrou a estante para fechar a passagem secreta obotão de seu casaco ficou preso entre a parede sendo arrancado sem ele perceber, Eddie o encontrou quando fizemos uma busca no quarto atrás da agenda. Agora vou ler o bilhete que encontrei solto dentro da agenda e que revela o nome do Assassino, quero lembrá-los que tem dois policiais na porta e uma viatura na entrada da mansão, e qualquer tentativa de fuga é impossível. Todos estavam assustados, Felipe parecia desconfortável e o Dr. Frank mexia em sua gravata descontroladamente.

Dia 2 de agosto , quinta -feira foi quando recebi esse bilhete e ao ler fiquei bem assustada pois se tratava de algo ameaçador, logo percebique estava correndo risco de vida, pensei em contar aos outro mas algo me dizia para esconder a verdade, Deus sabe o quanto já sofri com tudo isso e não queria por minha família em perigo. O bilhete dizia o seguinte, Louise olhou para todos e começou a ler.

"Esse é meu último aviso, quero 1 milhão de libras até amanhã a tarde ou esse bilhete vai ser a última coisa que você vai ler nessa vida, você sabe que não estou de brincadeira e do que sou capaz de fazer, e não se esqueça que posso machucar sua família também, você não vai querer que sua frágil irmãzinha se machuque, e depois de tudo isso ainda vou revelar para a imprensa todo os podres dessa família, não se atreva a me desafiar.

Louise olhou para todos, fez uma pausa e quebrandoo silêncio que pairava na sala disse:

-Assinado dr. Frank Stone.

-Isso não prova nada.-Gritou Frank.

Eddie andou até um lado da sala e pegou um um belo casaco em cor marrom, entregou na mão de Louise e se dirigindo a Frank perguntou.

-Esse casaco é seu Dr. Frank?

-Sim é meu, o que você está fazendo com meu casaco e onde o encontrou?

-Quando o Sr. chegou deu para Edgar guardar não se lembra, e o botão encontrado caido perto da passagem secreta é o mesmo que está faltando em seu casaco, a mesma cor  o mesmo tamanho, sendo assim prova que o Sr. esteve no quarto da Sra. frances naquela noite. O revolver 38 usado no crime tambem estava na sua casa, e tem suas digitais. O senhor tem dívidas de jogos e está falido, foi afastado  do hospital por ir trabalhar bêbado e está sofendo ameaças dos seus credores, matou Victor por achar que ele escondia a verdade sobre a agenda verde, não suportou ver a Sra. frances com ele pois nutria uma paixão secreta por ela, isso está na agenda, como não foi correspondido resolveu chantageá-la, sua idéia inicial era se casar com a sra.Frances e herdar sua fortuna depois de sua morte assim  poderia saldar suas dívidas e viver como um rei, o Sr. sabia da passagem pois foi o Sr..Adrian que lhe contou por ser muito seu amigo, ele a usava para sair da mansão sem ser visto pois gostava de sair com prostitutas e era viciado em ópio, mais uma confissão da Sra. frances que está no diário. Mas tudo deu errado para o Sr., foi então que resolveu acabar de vez com os dois e fugir para a Suíça com a agenda verde, e colocar a mão nas milhares de libras que tinha em uma conta em titulos ao portador, só precisava da senha que estava na agenda verde.

-Dr. Frank Stone, o Sr. esta preso pelo assassinato da Sr.a Frances e do jardineiro Victor Salazar, o Sr. também é acusado de chantagiar e ameaçar a vida da família Marchand, por roubo e difamação, podem levá-lo policiais.

-Sua detetive intrometida, vou provar minha inocência e vou rir da sua cara nos jornais.

-Cidado Frank seus credores tem aliados dentro da cadeia..

Luise se dirigiu a família agradeceu a todos.

Após dois dias ficaram sabendo que o Dr. Frank tinha sido assassinado dentro da cadeia, o segredo da famílha Marchand agora estáva  enterrado para sempre. Louise fez questão de levar Eddie até a estação de trem em Nice, queria se despedir do amigo e conselheiro que a ajudou a resolver o caso.Eddie parou em frente a porta do trem e largou sua mala no cháo, olhou para Louise com os olhos quase em lágrimas e disse.

-É aqui que nos despedimos minha querida amiga, foi uma bela aventura. Louise o abraçou e com ternura deu um beijo em seu rosto, em seguida disse.

-Adeus meu amigo, você sempre vai ser bem vindo aqui, boa viagem.

-Eu sei.-Disse eddie e foi entrando no trem, de repente se virou sorrindo e disse.

- c'est la vie ma chérie.-Louise sorriu e disse .

-Bon voyage mon cher ami.

Ficou parada ali até o trem sumir, enxugou uma lágrima e foi embora.

 

Fim

 

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