quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Jogo das sombras 

Capítulo1 - Charlote Johnson

A senhora Johnson chegou apressada na biblioteca central, pela primeira vez em anos estava atrasada por alguns minutos, passou por Alfred e deu apenas bom dia hoje não tinha tempo de colocar o papo em dia. Apesar da idade avançada era uma senhora muito ativa e elegante, era a responsável em chefiar a biblioteca a anos, e tinha muito orgulho de fazer parte da história do lugar , começou muito jovem como assistente vindo a se tornar a mais antiga funcionária em ativa até hoje. Muito querida por todos e uma mulher dedicada e atenciosa, sabia onde cada livro estava e qual fora alugado e o tempo que cada um retornaria a seu devido lugar, mesmo doente nunca faltou a nem um dia de trabalho. Dizia que iria se aposentar no dia em que morresse, até lá faria de tudo para que o lugar fosse um modelo de bom gerenciamento para todas as outras bibliotecas do país. Vivia sozinha depois da morte do marido e seu único companheiro era um gato que morava na biblioteca, um certo dia ele entrou com ela e nunca mais saiu. Era chamado de Soneca e vivia em sua volta, quando não estava dormindo em cima dos livros.  

Charlote gostava muito de livros de mistério policial. eram seus preferidos e sempre se imaginou dentro de uma cena de crime, dizia que se um dia cometesse um crime ninguém nunca iria descobrir o culpado pois sabia tudo sobre assassinatos e como a polícia pensava, era muito criativa e inteligente. Certa vez mandou uma carta a Scotland Yard, nela dizia que sabia como resolver o crime que estava sendo investigado naquela ocasião por um jovem detetive chamado Eddie Mase, na época a polícia não a levou a sério o que a deixou bem aborrecida. Achou que por ser mulher ninguém a deu ouvidos, mas não desanimou e continuo com seu trabalho investigativo nas horas de folga, algo que se tornou um hábito com o passar dos anos. Apesar de nunca ter escrito um livro adorava escrever poemas em suas horas livres, geralmente eram de amor e esperança, sempre que havia um evento relacionado a literatura ela era convidada, muito respeitada no meio da literatura e admirada por muitos escritores famosos. Seu nome estava em uma placa junto aos muitos escritores e diretores famosos que passaram pela biblioteca central, por muitos era considerada uma celebridade no meio artístico. Mas naquela manhã tudo estava diferente, o atraso e a pressa de chegar até sua mesa não era algo comum de se ver em Charlote. Estava impaciente e parecia preocupada, sua rotina era toda feita com base no relógio e o atraso de hoje a fez sair da sua área de conforto. Apesar de fazer quase tudo na biblioteca Charlote tinha duas assistentes, Alice e Margaret uma das duas ficaria em seu lugar no futuro, Alice era uma menina tímida e frágil com problemas de saúde, sempre com seu inalador em mãos pois sofria de asma. Já Margaret era uma jovem enérgica e muito determinada, sempre atrás de algo para fazer mesmo nas horas vagas procurava por Charlote a fim de aprender algo mais, era sua preferida só tinha um pequeno problema pois quando era contrariada ficava brava e não media as palavras, a típica adolescente Inglesa. Mas Charlote sabia como contornar a situação e sempre que algo acontecia chamava Margaret em uma conversa particular, onde sua experiência falava mais alto, no minuto seguinte tudo voltava ao normal como se nada tivesse acontecido, Charlote até se gabava dizendo que deveria se psicóloga e não bibliotecária. Naquela manhã Alfred foi até sua mesa com um envelope em mãos, era um convite destinado a Charlote.

-Desculpe incomodar Sra. Charlote,  mas acabou de chegar esse envelope para você.

-Obrigado Alfred, e me desculpe por hoje mais cedo eu estava atrasada e não pude dar atenção a você.

-Não tem problema minha amiga acontece, além do mais vamos ter muitos outros dias para conversar.

-Sim claro, com certeza e muito obrigado Alfred.

-Disponha sempre senhora Charlote.

O envelope com carimbo da associação dos escritores fez com que Charlote abrisse um sorriso, no interior dizia...noite de autógrafos do livro Entre o céu e o inferno de  Thomas Hard, convite individual com coquetel e palestra do escritor, embaixo o nome convidada vip Charlote Johnson. O que mais deixava Charlote feliz eram os lançamentos de livros aos quais era sempre convidada devido a importância que seu nome representava no mundo literário. Se um escritor lançava um livro com certeza seu maior desejo seria ter a mais famosa bibliotecária em sua festa de lançamento, Charlote era como um outdoor ambulante se gostava do livro logo estava entre os mais vendidos, e Thomas Hard era seu escritor favorito. Com uma felicidade estampada no rosto guardou o envelope em sua bolsa e em seguida chamou Margaret.

-Me chamou senhora Charlote?

-Sim minha querida, amanhã tenho que sair mais cedo pois vou a um evento literário, um lançamento do meu escritor favorito Thomas Hard, então vou precisar sair mais cedo  e você vai ficar encarregada da biblioteca, e não esqueça de conferir tudo antes de fechar., sempre faço o inventário de tudo que saiu e dos livros que tem que retornar, não se esqueça disso é muito importante.

-Pode contar comigo não vou decepcionar a senhora.

-Obrigado, acredito que você vai se sair bem.

-Alice diga para aquele pessoal falar baixo aqui é uma biblioteca e não um pub.

-Sim senhora vou pedir agora mesmo.

Charlote estava visivelmente agitada apesar de feliz pelo convite de Thomas Hard, parecia que algo a incomodava fazendo com que seu humor mudasse a cada minuto. Já passava das 10 horas quando lembrou de um compromisso com uma amiga, tinha combinado de tomar um café com Janice uma amiga de infância que estava na cidade, mas havia esquecido completamente. Olhou e relógio e já se passava das 10h15, pegou sua bolsa e saiu apressada mas antes gritou para Margaret..-Pausa para um café, volto em 30 minutos meninas. Janice já estava na cafeteria esperando Charlote que ao vera amiga abriu um abriu um belo sorriso pulando da cadeira e abraçando Charlote.

-Meu deus minha querida amiga. quanto tempo,você está linda.

-Eu linda, são seus olhos querida, você que está maravilhosa parece que está mais jovem.

-Por isso casei com um cirurgião minha querida, custo e beneficio.

-Você é terrível Janice, mas me diga o que você está fazendo em Londres?-Perguntou Charlote.

-Meu marido tem uma conferência e eu aproveitei pra visitar minha melhor amiga que não vejo a anos.

-Quando recebi seu recado na biblioteca quase não acreditei, depois de tanto tempo a gente iria se ver e colocar o papo em dia.

-Pois é minha amiga e olha que se contar tudo vamos ficar aqui por um ano. -As duas riram muito com a piada.

-Me diga minha querida como está suas vida, o que tem feito depois da morte de Arthur.

-Nada demais Janice, apenas trabalho sem diversão.

-Mas a vida não é só trabalhar minha querida, o que seria de nós sem um bom conhaque em um belo por do sol. Janice chamou o garçom e pediu uma garrafa do seu melhor conhaque.

-Não posso beber Janice são 10h30 da manhã e tenho que trabalhar, além do mais o por do sol é só após as 18horas.

-Uma taça não vai te fazer mal,viva um pouco minha amiga não sabemos o dia de amanhã, vamos brindar a vida e a nossa amizade, saúde.

-Apenas uma taça e vou embora, tenho muito o que fazer hoje pois amanhã tenho um evento para ir a noite, um lançamento de um livro de um escritor que gosto muito.

-Você lembra do Victor , aquele rapaz que era apaixonado por você na escola.

-Sim claro, o que tinha mania de levar flores para mim.

-Sim ele mesmo, pois o pobre homem morreu em um acidente de carro ano passado.

-Meu deus que infelicidade, fico triste em saber.

-É a vida querida, por isso faço de cada dia como se fosse o último.

-Não pense assim Janice você ainda é jovem, e tem muito que viver.

-Eu sei mas os planos de deus são outros, nunca se sabe.

-É verdade mas devemos ter fé sempre.

-E você não pensa em se casar de novo Charlote?

-Não isso é algo que não me passa pela cabeça, estou velha para o amor e sou casada com meu trabalho.

-Entendo querida, mas é bom ter alguém com quem conversar as vezes.

-Você poderia ir comigo no evento de amanhã, o que acha?

-Seria bom querida, uma pena eu ter que ir embora se não poderia ir com você.

-Seria muito bom ter você comigo como nos velhos tempos, bom eu preciso ir agora.

-Foi bom te ver Charlote, venha me visitar uma hora dessas.

-Com certeza eu vou, se cuide querida.  

Já na biblioteca Charlote começou a pegar no pé de Margaret, estava muito agitada como se tudo tivesse que ser feito hoje, parecia outra pessoa.

-Margaret você viu que o livro O fim do mundo era para ter sido entregue ontem e até agora nada, o que você fez na minha ausência?

-Eu cuidei de tudo como a senhora pediu.

-Ma por que não ligou para o cliente que está com o livro, será que vou ter que fazer seu trabalho também.

-Não senhora, vou ligar agora.

-Diga a ele que se não entregar hoje vai ganhar multa, e não vai mais poder levar nenhum livro no período de uma semana.

-Sim senhora.

Questionar qualquer ordem de Charlote no dia de hoje seria dar sorte ao azar, já que ninguém a estava reconhecendo naquele momento, parecia outra mulher e longe da doce e simpática Charlote que todos conheciam. Como de costume já passava das 18 horas e Charlote ainda estava na biblioteca,era a primeira a chegar e a última a sair, olhou o relógio e pegou sua bolsa, finalmente estava indo embora depois de um dia estranho e cansativo. Passou por Alfred e deu boa noite sem conversar.

-Boa noite Alfred até amanhã. Ele respondeu de volta mas ficou olhando enquanto ele saia pela porta, fez um gesto de quem não sabe o que está acontecendo ao levantar os ombros , em todos esses anos nunca viu Charlote tão distraida como hoje, era como se algo a estivesse incomodando, acostumado a conversar após o trabalho e até tomar um café, mas hoje tudo estava diferente e muitas dúvidas ficaram em sua cabeça. 


Capítulo 2 - Noite de autógrafos/ Um encontro inesperado

Faltavam apenas alguns minutos para as 19h30 quando Charlote chegou a livraria Culture Book, o local era muito grande e nos fundos havia um salão pra festas e eventos fechados. A noite estava muito agradável por isso Charlote resolveu descer uma quadra antes e caminhar até o local, lembrou da caminhada ao entrar pois no local bem no centro havia uma árvore tão linda quanto as que viu em sua caminhada até ali. Estava com um vestido preto e belos brincos de pérola herdados de sua mãe, chamava atenção apesar da idade avançada, um homem a reconheceu e se aproximou.

-Boa noite senhora, meu nome é Bill e sou encarregado de conduzir os convidados até a sala do evento, eu reconheci a senhora de uma outra ocasião.

-Oh boa noite Bill, de onde me conhece?

-De uma outra noite de autógrafos senhora.

-Sim claro eu estou em quase todas, mas a sessão de autógrafos não vai ser na livraria Bill?-Perguntou Charlote.

-Não senhora, vai ser no salão de eventos,é uma recepção fechada e exclusiva para convidados, não haverá público de fora, temos muita gente importante hoje aqui.

-Me sinto uma celebridade Bill.

-De fato a senhora é, apenas alguns foram selecionados, sendo assim sua presença é muito importante.

-Que honra, vou agradecer muito ao meu amigo Thomas Hard. Nesse momento um garçom passa e oferece uma taça de champanhe para Charlote.

-Que noite é essa, obrigado querido...

-A senhora pode sentar aqui, em seguida vai começar a leitura.

-Obrigado Bill, você é muito gentil.Entre um gole e outro Charlote observava a todos no local, tinha senadores, donos de jornal, juízes e muitas celebridades, mas uma pessoa em especial chamou sua atenção, alguém que ela admirava muito e que nunca tivera a chance de conhecer. Conversado com o prefeito lá estava o famoso detetive Eddie Mase, muito elegante e sorridente. Charlote estava encantada e não via a hora de se apresentar ao seu detetive preferido. Em seguida Thomas Hard entrou na sala e foi aplaudido por todos.

-Obrigado pela presença de todos, espero que se divirtam hoje e gostem do trecho que vou ler de meu novo livro Entre o céu e o inferno, e não esqueçam comprem uma copia porque um escritor precisa comer. Todos riram da piada, até que Thomas mencionou uma velha conhecida e grande admiradora de seu trabalho.

-A noite hoje vai ser perfeita pois meu talismã e amiga está presente, quero que todos aplaudam a senhora Charlote Johnson, sempre que ela comparece em um lançamento significa boas vendas.Charlote estava muito feliz por ser reconhecida pelo seu querido amigo, agradeceu a todos levantando sua taça de champanhe.

-Bom agora vamos a leitura.-Disse Thomas.

-Quero ressaltar que é apenas um trecho e não um capítulo, quem quiser saber mais vai ter que comprar o livro é claro. Esse trecho foi tirado do capítulo 8 que se chama A espada e a luz. 

-E diz o seguinte..."Faz de ti meu servo e tu empunhas a espada de luz, andas pelas trevas sem teu senhor mas tua fé é maior que teu medo, não temas o que não vê e sim o que falta em teu coração. Mas senhor como posso enfrentar aquilo que não posso ver, como vou saber o que me espera na escuridão. Sinta o chamado do teu coração, procure forças onde não há, sozinho você anda mas saiba que deus ao teu lado vai sempre estar, ele observa e te guia até a luz, as trevas querem te seduzir mas tu carregas a espada de luz, e a chama que vem do teu coração, confie pois onde há trevas sempre vai haver luz. Etheros entrou na caverna sem medo, foi então que a espada em sua mão começou a brilhar e se transformou em uma lâmina de fogo, a cada passo que dava ele orava a deus e pedia forças para o mal enfrentar, agora estava confiante e destemido pois podia enfrentar qualquer inimigo..."-É isso pessoal,quem quiser saber mais compre o livro, obrigado.Todos aplaudiram com entusiasmo, Charlote ficou de pé sorrindo, estava mais feliz do que nunca pelo sucesso de seu velho amigo.

-Pessoal eu tenho algumas cópias e vou autografar em seguida, quem quiser pode comprar direto com Roger o dono da livraria, obrigado.Charlote se levantou e foi cumprimentar seu velho amigo, quando chegou perto deu  um abraço caloroso e desejou sucesso.

-Meu querido amigo que esse livro tenha muito sucesso, te desejo do fundo do meu coração.

-Obrigado minha querida, sua palavras sempre me tocam o coração, tome essa cópia é sua e já está autografada.

-Oh que alegria Thomas, essa cópia vai virar livro de cabeceira, espero que você mande um livro para a biblioteca.

-Com certeza irei mandar, não se preocupe Charlote e aproveite a noite. Charlote colocou o livro em sua bolsa e pegou mais uma taça de champanhe, pensou um pouco e criou coragem para falar com seu detetive preferido Eddie Mase, queria aproveitar a oportunidade pois Eddie estava sozinho.

-Com licença por acaso o senhor é  o detetive Eddie Mase?-Perguntou meio sem jeito.

-Sim sou eu mesmo, e a Sra. quem é?

-Charlote Johnson, trabalho na biblioteca central, é um prazer conhecê-lo Sr. Mase.

-Claro a famosa bibliotecária que mandou para a delegacia um dossiê sobre o assassino da navalha, eu lembro muito bem, e só para constar a senhora estava certa e se fosse por mim teria aceitado sua ajuda.

-Sério Sr. Mase fico feliz em ouvir.

-Com certeza, mas é claro que meu comandante não aceitou sua ajuda, puro machismo na verdade.

-Eu entendo, sou uma grande admiradora do seu trabalho Sr. Mase, costumo ler muitos livros sobre assassinatos e acompanho seus casos através dos jornais, me diga o senhor está trabalhando em algum caso nesse momento?-Perguntou Charlote com entusiasmo.

-Na verdade sim, estou auxiliando uma amiga que mora em Paris na França, uma ótima detetive chama da Louise Bonnet, uma velha amiga na verdade já trabalhamos juntos em um outro caso. Agora ela está investigando o assassinato da senhora Frances Ledoux uma viúva dona de um prestigiado hotel em Paris.

-E o senhor vai ter que ir até lá?

-Creio que sim, por enquanto estou apenas auxiliando por telefone, conversamos as vezes e ela me passa detalhes e eu ajudo como posso.

-Interessante isso Sr. Mase, mas me diga qual foi o caso mais difícil que o senhor resolveu?

-Na verdade todos foram difíceis, não existe um caso fácil e quando se trata de criminosos tudo é possível.

-Entendo o que o Sr. quer dizer. O que achou do trecho que nosso anfitrião leu hoje?

-Muito interessante, vou pegar uma cópia do livro pois me deixou bem curioso e gosto muito do trabalho do Sr. Thomas.

-Eu também, sou uma grande fã e amiga pessoal. Eu nunca imaginei que esse lugar fosse tão chique, os vasos parem ser da dinastia Ming, os quadros de pintores famosos e veja a arquitetura um luxo.

-Sim concordo com a senhora, é uma belo lugar.

-E você é amigo de Thomas, para ser convidado o senhor deve ter uma ligação com ele.

-Na verdade não, quem me convidou foi o prefeito mas acredito que o Sr. Thomas deve gostar de uma boa investigação criminal.

-Com certeza sim, seus livros tem um pouco de tudo e crimes é o que não falta.Apesar desse último ser baseado em fatos religiosos. Oh, ai vem ele Thomas nosso querido escritor.

-Estão se divertindo, Sr. Eddie prazer em vê-lo aqui.

-O prazer é meu Sr. Thomas, é uma honra participar do lançamento de seu livro.

-Fico feliz em ouvir, e nossa amiga Charlote está se comportando.

-Sim estou, você não imagina o quanto estou feliz agora,me sinto uma mulher de sorte de poder estar no mesmo local com dois cavalheiros tão importantes em minha vida.

-Charlote é uma mulher especial, ela da vida a biblioteca central, sem ela aquele lugar apenas mais um depósito de livros.

-Não diga isso Thomas, eu apenas faço meu trabalho com muita dedicação e amor.

-E você Sr. Eddie está trabalhando em algo, ou apenas preenchendo papelada.atrás de uma mesa.

-No momento estou auxiliando uma amiga de Paris em um caso de assassinato.

-Muito interessante, me faz pensar em escrever um livro sobre suas aventuras.

-Aventuras é o que não falta Sr. Thomas.-Disse Charlote com entusiasmo.

-Agradeço mas prefiro que fique apenas nas manchetes do jornal, não sou uma celebridade.

-Isso é assunto para um outro dia, se me dão licença vou falar com o prefeito.-Thomas se despediu com carinho de Charlote e Eddie.

-Bom Sra. Charlote eu preciso ir agora, foi um prazer conhecê-la.

-O prazer foi meu Sr. Mase, espero que no futuro a gente possa conversar mais sobre suas investigações.

-Seria um prazer, tenha uma boa noite.

Rose ficou olhando enquanto Eddie se diria a porta de saída, sua admiração por ele era muito grande, encontrá-lo hoje foi o ponto alto da noite e seria motivo para muita conversa com seu amigo Artur no dia seguinte.Já passava das 21 horas quando chegou em casa, decidiu ir para cama e ler um pouco do novo romance de Thomas Hard mas logo pegou no sono, a noite foi boa mas estava cansada.Na manhã seguinte tinha que estar cedo na biblioteca


Capítulo 3 - O crime - (Começa o jogo)

Como de costume Charlote chegou cedo a biblioteca, ao encontrar 

Artur parou um pouco para conversar, parecia ter voltado a ser a Charlote que todos conheciam.A noite anterior parecia ter feito bem a ela, estava feliz e bem comunicativa.

-Bom dia Artur meu amigo.

-Bom dia Charlote, como foi o evento de ontem?

-Maravilhoso meu querido, tudo perfeito e além do mais conheci o detetive Eddie Mase.

-Fico feliz em saber minha amiga, e parece que fez muito bem a você.

-Muito mesmo, estou feliz e a muito tempo eu não me sentia tão bem e viva.

-Tem tempo para um café?-Perguntou Artur.

-Hoje não meu querido, ontem tive que sair mais cedo e estou com muito trabalho atrasado, fica para amanhã.

-Tudo bem querida, tenha um bom dia de trabalho.

-Obrigado,você também meu amigo.Charlote subiu as escadas abriu a porta principal e parou e ficou olhando o lugar, observando as estantes de livros as mesas com ar de nostalgia.Abriu a porta de sua sala e sentou-se a mesa, colocou sua bolsa na cadeira e tirou um pequeno bloco da gaveta, anotou algo e de guardou o bloco. Faltava ainda meia hora para abrir a biblioteca e suas funcionárias ainda não tinham chego. Preparou um café e começou a fazer suas tarefas diárias, parecia tudo normal até que parou de repente e ficou olhando para um pequeno quadro na parede onde dizia:Homenagem a bibliotecária número 1 da Inglaterra, é com orgulho que dedicamos essa placa a Charlote Jhonson, você sempre será nosso orgulho. A placa era feita de bronze e no meio tinha um livro com o nome de Charlote, ao olhar uma lágrima escorreu de seus olhos.Parecia muito emocionada, mas logo sorriu e voltou ao trabalho.Já passava das 9 horas quando as meninas chegaram, mas algo estava diferente no local pois a porta estava fechada e normalmente Charlote a deixava aberta ao chegar, o lugar estava muito silenciosos e nada de Charlote andando pelos corredores entre os livros. O famoso bom dia quando ela as via também não foi ouvido, Margaret olhou para Alice com cara de espanto e disse.

-Tem algo errado Alice, Charlote devia estar aqui agora correndo pelos corredores como de costume.

-Vai ver ela está na sua sala ou não chegou ainda, ontem ela não tinha um evento para ir, talvez tenha ficado até tarde ou bebeu demais..-Exclamou Alice.

-Não, Charlote não é assim ela nunca se atrasa por pior que ela esteja, já veio trabalhar com uma fratura no braço certa vez.Vamos até sua sala quem sabe ela está trabalhando no inventário,ou pode estar no toalete.

A sala de Charlote ficava no fundo da biblioteca, próxima a a seção de livros crimes policias os quais eram de sua preferência. Margaret bateu na porta e nada de resposta, bateu mais uma vez e chamou por Charlote, nada apenas silêncio.

-Vamos entrar Charlote, está tudo bem ai dentro?-Perguntou sem resposta Margaret. Girou a maçaneta e ao olhar para a mesa soltou um grito abafado levando a mão a boca.

-Rápido Alice chame Artur. Alice sai correndo pelo corredor o mais rápido que podia, enquanto Margaret chamava por Charlote a tocava em seu ombro, ela estava debruçada sobre a mesa e com a cabeça de lado, de sua boca saia um líquido branco e espumoso. Margaret não sabia  o que fazer quando Artur entrou pela porta falando em voz alta.

-O que aconteceu, Charlote meu deus.-Colocou as mãos a cabeça em sinal de desespero,chegou perto do corpo e tocou no pescoço para ver se ela tinha pulsação, mas nada notou, enquanto balançava a cabeça disse.

-Ela não tem pulso meninas, está morta.

-Como morta, não é possível olhe de novo.-Alice chorava feito uma criança, soluçava e tentava falar algo sem sucesso.

-Não sou médico mas sei que ela está morta, pobre Charlote deve ter tido um ataque do coração, Margaret ligue para polícia.

-Polícia Artur, por quê?

-Não devemos tocar no corpo, não sabemos a causa da morte e a policia deve ser informada nesse casos, eles tem médicos legistas que podem dizer a causa da morte.

As 10h30 a polícia chegou ao local, e junto com eles Eddie Mase pois ficara sabendo através do comissário que Charlote havia morrido, queria ter certeza de que era morte natural, apesar de conhecer Charlote apenas uma noite Eddie sentiu uma forte ligação com ela, Peter estava junto com ele e logo pegou seu bloco de notas e começou a escrever.

-Posso dar uma olhada no corpo antes de ser removido capitão?-Perguntou Eddie.

-Sem problema Sr. Mase, mas acho que não tem nada para o senhor ver, deve ter sido morte natural.

-Isso eu vou ver Capitão, sempre existe a possibilidade de algo não ser o que parece.Eddie observou a posição do corpo, a espuma branca chamou sua atenção.

-Alguém sabe se é comum em ataques do coração sair espuma pela boca?

-Não senhor, que eu saiba isso é improvável.-Respondeu o legista ao entrar na sala naquele momento.

-Então descartamos coração?

-Com certeza sim, mais provável seria ela ter ingerido algo e ter tido uma reação química, o estômago reagiu a substância causando um refluxo.

-Hum! interessante o que você disse,e poderia ser algum tipo de veneno?

-Não posso dizer agora, mas com alguns exames com certeza.

-E o horário da morte pode dizer mais ou menos?

-Posso deduzir mas não é cem por cento, talvez entre 8h30 e 9 horas mais ou menos.

-Obrigado por enquanto.

-Peter venha até aqui, veja na sua mão direita parece um pedaço de papel. Pegue aquela pinça que você carrega na bolsa, preciso ver o que diz nele. Eddie pegou o papel com muito cuidado e colocou em cima da mesa, abriu delicadamente e nele havia escrito algo que parecia ser um código.

-Veja meu amigo, parece ser um código de números e letras, S-9-C-2-L-TH, mas o que significa isso Peter?, seria um código de leitura da biblioteca,ou algum livro.

-É o que está parecendo Eddie, não custa nada dar uma olhada na biblioteca.

-Chame uma das meninas aqui por favor.Peter saiu e voltou em seguida com Margaret,ela estava assustada e parecia ter chorado muito.

-Sei que é difícil para você voltar aqui, mas me diga se o que está anotado aqui diz algo a você, talvez um código de algum livro, o que você acha?- Indagou Eddie.

-Eu acho que se trata de uma seção de livros da biblioteca, o S é a seção, o 9 o número que corresponde  a ela, o  C seria a coluna nº 2, e TH talvez o nome do livro.

-Muito bem minha cara, você ajudou muito, obrigado, ninguém toque no corpo até eu dizer que pode, venha Peter vamos explorar a biblioteca, e Capitão pode me ceder alguns homens para ajudar na busca?

-Claro que sim, e o que estamos buscando afinal?

-Um livro com as iniciais TH, eu sei que o lugar é grande mas toda ajuda é bem vinda. Depois de procurar por alguns minutos Peter chamou Eddie, e sua voz tinha um tom de euforia.

-Diga meu amigo que encontrou o livro.

-Não mas veja essa é a seção 9, livros de ficção e religiosos.

-Muito bem Peter, você está cada vez melhor...deixe eu ver aqui o que diz depois da seção, coluna 2 Peter, deve ser essa aqui, vejamos livros com inicial em TH.

-Não tem nada com essas iniciais Eddie.

-Correto Peter, mas e se não for o nome do livro e sim o nome do autor.

-Mas é claro Sr. Mase.

-Peter meu caro, TH quer dizer Thomas hard o nosso anfitrião da noite passada, mas é claro o livro é Entre o céu e o inferno, aqui Peter achei.

-Meu deus Eddie isso parece ser uma charada, será que estamos lidando com algum tipo de assassino que joga nas sombras ou seria coincidência?

-Ninguém disse que foi assassinato Peter, mas não vamos descartar a hipótese de um crime.Veja Peter tem um marcador na página 154, vamos ver o que diz. Deus Peter tem uma frase sublinhada que diz:"EXISTE MAIS COISAS ENTRE O BEM E O MAL, BASTA SABERMOS DIFERÊNCIÁ-LAS".

-O que quer dizer isso Eddie?

-Não sei mas vamos descobrir, mas por que a Sra. Charlote estava com um bilhete em sua mão, por que nos levou ao livro de Thomas Hard seu escritor favorito.Algo está errado meu amigo, acho que temos um caso em mãos é provável que seja um assassinato.Eddie voltou a cena do crime e pediu ao legista uma análise urgente do corpo, precisava saber a causa da morte o quanto antes.

-Não posso prometer ao senhor nada, tudo depende da análise dos exames e por sinal já coletei um pouco de sangue e mandei ao laboratório nesse momento, a causa da morte vou saber em dois dias no máximo.

-Faça isso meu caro, comece hoje mesmo pois acho que estamos diante de um assassinato.

-Por que você acha isso detetive Mase? -Perguntou o Capitão desconfiado.

-Espuma saindo da boca, bilhete que leva a um livro com uma mensagem sombria, sinais de que alguém está começando a jogar com a gente, e alguém muito inteligente.

-Mas quem teria coragem de matar uma senhora dócil como ela, uma pessoa que parece não ter inimigos.

-Tudo tem uma explicação meu amigo, e vou descobrir.

Na manhã seguinte Eddie estava em sua sala analisando o livro e sua frase misteriosa, não entendia o por que de todo aquele mistério, por que um código em vez de escrever o nome do livro, seria uma espécie de brincadeira, ou alguém queria testar sua inteligência.Peter bateu na porta e foi entrando com seu bloco de notas em mãos.

-Bom dia Sr. Mase, após olhar com cuidado minhas anotações eu tirei uma conclusão.

-Diga meu amigo, o que descobriu.

-Acho que essa pista tem a ver com nosso famoso escritor Thomas Hard, veja bem ele é amigo de Charlote, ela foi a noite de lançamento de seu livro, livro esse que esta relacionado com o bilhete, o que nos leva a crer que ele está indiretamente envolvido em algo.

-Hum...Peter você está cada vez melhor meu amigo, acho que você tem razão e devemos fazer uma visita a Thomas Hard, o que acha Peter?

-Sim senhor concordo,  vou verificar o endereço e volto em alguns minutos.

-Estarei aqui analisando os fatos, e Peter alguma notícia do legista?

-Ainda não senhor , mas vou ligar para ele ainda hoje.


Capítulo 4 - Thomas Hard (Entre o céu e o Inferno)

Rua Eastwood, nº 34/Ap. 12, esse era o endereço de Thomas Hard o famoso escritor e amigo de Charlote, morava em um bairro chique ao norte da cidade, um lugar onde famosos e políticos costumavam residir, cercado de belas árvores e muito verde, um belo lugar destinado aqueles com posses e longe da ralé de Londres. Ao chegar Eddie se apresentou ao porteiro e em seguida subiu até o segundo andar onde vivia Thomas.Eddie tocou a campainha duas vezes, escutou a maçaneta girar e um senhor muito elegante abriu a porta.

-Pois não senhores em que posso ajudar.

-Sou Eddie Mase detetive da Scotland Yard e esse é Peter meu colega, gostaríamos de ver o senhor Thomas Hard.

-Os senhores tem hora marcada?-Perguntou ele.

-Na verdade não, mas se trata de um assunto de urgência que envolve o senhor Hard.

-Entendo, entrem e esperem na sala de visitas, o senhor Hard está no seu escritório vou comunicar sua presença a ele e volto em seguida. Eddie estava impressionado com o lugar, havia muitos quadros e obras de arte em todo lugar,além da arquitetura sofisticada. Hard apareceu em seguida vestindo um roupão verde claro e chinelos.

-Senhor Mase a que devo a honra da visita, desculpe minhas vestimentas mas estava relaxando no meu escritório.

-Não se preocupe com isso Sr. Hard, acredito que o senhor já saiba através dos jornais da morte de Charlote Johnson.

-Sim claro fiquei sabendo, que tragédia...querem tomar algo um chá, uma bebida ou um café.

-Não senhor está tudo bem, não precisa.

-E você meu rapaz, quer algo?-Se dirigiu a Peter.

-Esqueci de apresentar, esse é Peter meu assistente.

-Muito prazer Peter, não sabia que você tinha um assistente .

-Sim senhor Peter está comigo a alguns anos e é um ótimo observador, vai dar um bom detetive no futuro.

-Eu aprendo rápido, e quem melhor que o senhor Mase para aprender, quanto a sua pergunta eu vou aceitar um café.

-Claro vou pedir ao Eliot que traga um café pra você, e o Sr. não quer nada mesmo?-Se dirigiu  Mase.

-Não estou bem, obrigado.

Thomas entrou com uma bandeja de café, parecia o típico mordomo carrancudo que não gosta de servir visitas, serviu o café e se retirou sem dizer nada.

-O senhor tem uma bela coleção aqui, é uma de sua paixões.

-Sim na verdade é a segunda, a literatura é minha grande paixão mas adoro a arte em si, quadros estátuas e objetos me fazem ir além de minha imaginação, já tive inspiração para um livro só de ficar olhando para um quadro, foi algo surreal parecia que o quadro falava comigo, é estranho mas verdade.

-Interessante, as vezes a inspiração vem de lugares que a gente menos espera.

-Com certeza, mas me diga Sr, Mase o que o trás aqui de fato, claro que deve ter a ver com a morte de Charlote, mas em posso ajudá-lo?-Perguntou Thomas.   

-Tudo indica que Charlote foi assassinada, e ao verificar o corpo encontrei em sua mão direita um papel com um código, e esse código nos levou até uma seção de livros, e particularmente o seu livro senhor Hard, Entre o céu e o Inferno.

-Mas o que isso quer dizer, o que tem a ver comigo.

-Por enquanto nada, pode ser uma coincidência o fato de ter esse bilhete, quem sabe a Sra. Charlote anotou para no futuro saber onde tinha colocado seu livro, vai saber era uma mulher idosa.

-Não concordo com o Sr., Charlote era uma mulher muito inteligente e sabia exatamente onde cada livro estava, qual seção, qual prateleira..ela era uma mulher incrível.

-Bom se isso é verdade então alguém deixou aquele bilhete, talvez o assassino.

-Mas o senhor tem certeza que foi assassinato?

-Tudo indica que sim, estou esperando uma confirmação nas próximas 24 horas do legista.

-Pobre Charlote, quem faria isso com uma mulher tão doce como ela.

-Eu vou descobrir senhor Hard, tudo tem uma explicação nessa vida.O senhor tem uma cópia do seu livro em casa?

-Sim tenho a primeira cópia impressa, geralmente eu peço a editora que me mande a primeira,é algo como uma superstição, um talismã para dar sorte, está na biblioteca vou pegar.Thomas voltou com o livro, estava enrolado em um pano vermelho de cetim.

-O senhor leva a sério esse negócio de talismã.

-Sim é claro e sempre deu certo.

-O senhor me permite examinar o livro ?

-Mas é claro, pode olhar sem problema.

Eddie olhou todas as páginas mas não encontrou nada, tudo parecia normal com o livro, nenhuma frase sublinhada, nada que pudesse levar a alguma pista futura.Ate que ao fechar o mesmo viu a ponta de uma folha saindo de dentro da contra capa.

-Peter me passe a pinça por favor. Puxou com cuidado , era um outro bilhete mas esse estava em um tipo diferente de papel, parecia ter sido retirado de um livro antigo, estava amarelado e muito gasto.Ao abrir Mase descobriu uma nova frase, mas essa não tinha números e dizia: "Entre na toca, mas cuidado com a fera".

-Senhor Thomas alguém mais teve acesso ao seu livro, no caso a essa cópia especificamente?

-Não, apenas Charlote viu essa cópia quando recebi.

-Estranho, o senhor emprestou o livro ou ela apenas viu a cópia.

-Não senhor Mase,  apenas mostrei a ela e conversamos a respeito da história.

-Quem entregou o livro na sua casa, foi alguém da editora?-Perguntou Mase.

-Não sei ao certo, foi meu mordomo Eliot quem recebeu mas posso perguntar a ele.Thomas chamou o mordomo, mas ele não lembrava o nome da pessoa, disse apenas que era um entregador.

-Bom Sr. Mase , não sei o que dizer apenas sinto muito por não poder ajudar mais.

-Tudo bem, o senhor já ajudou bastante. 

-O que eu não entendo é o fato de um bilhete estar dentro de um dos meus livros, o que meu livro tem a ver com a morte de Charlote.-Indagou Thomas.

-Não sei ainda Sr. Hard, mas pretendo descobrir. Agora preciso descobrir o significado dessa frase, alguém esta brincando comigo, alguém muito esperto e que gosta de jogar.

-Pode ser uma metáfora Sr. Mase, um lugar ou até mesmo uma obra de arte ou um quadro.-Disse Thomas.

-Talvez o senhor tenha razão, um lugar...interessante essa observação. Talvez um lugar que tenha animais, um zoológico ou uma loja.

-Ou talvez um bar Sr. Mase.-Disse Peter.

-Isso Peter, um bar na verdade um pub.

-Mas é claro Sr. Mase, existe um pub na rua 35 chamado A toca do coelho.

-Peter você é um gênio meu amigo.-Disse Mase com entusiasmo.

-Obrigado por tudo Sr. Thomas, você nos ajudou muito.

-Fico feliz em ajudar, se precisar estou aqui.

 

Capítulo 5 - A toca do coelho

 

Parei em frente ao pub e olhei para Peter com um sorriso maroto nos lábios, logo disse para mim mesmo, A toca do coelho e que mistérios nos esperam no interior desse local.Eddie abriu a porta e todos no interior se voltaram para ele, foi como se um fantasma entrasse no local, eles se olharam e foram direto ao bar pedir uma cerveja.

-Duas cervejas pretas por favor.

-O senhor é das redondezas?-Perguntou o barman.

-Na verdade não, estamos de passagem e resolvemos matar a sede, lugar agradável você tem aqui.

-Meus avós abriram esse pub a muitos anos, depois foi de meu pai e agora eu gerencio.

-Hum...um legado de família, interessante.

-E por que o nome Toca do coelho?-Peter olhou para Mase com ar de curiosidade.

-Meu avô deu esse nome, ele morava em uma fazenda no interior e costumava criar coelhos, uma certa vez um dos coelhos fugiu e entrou

 em uma toca enorme, meu avô foi atrás e quando chegou no interior havia um lobo enorme devorando o seu coelho, ele conseguiu fugir e voltou mais tarde com sua espingarda e matou o lobo, por isso o nome.

-História interessante, um bom nome para um pub.

-E os cavalheiros o que fazem da vida?

-Perdão eu nem me apresentei , sou Eddie Mase detetive da Scotland Yard e esse rapaz é meu assistente Peter.

-Me chamo Harry, como já disse sou o dono do lugar.

-Me diga Harry o pessoal que frequenta seu pub você os conhece, ou as vezes aparecem estranhos como nós.

-Sim conheço a maioria, são trabalhadores e moradores locais, mas por que a pergunta?

-Na verdade estou investigando a morte de uma pessoa, não tenho certeza ainda se foi assassinato mas alguém está deixando pistas e eu estou seguindo seus passos, e a última me trouxe até o seu Pub.

-O que diz essa pista?

-Olhe e me diga se a frase lembra alguma coisa, um objeto talvez ou uma lembrança como a do seu avô.

-Não consigo associar a frase ao meu Pub, tirando a parte que diz entre na toca nada mais.

-Posso dar uma olhada no local, ver se acho algo suspeito.

-Fique a vontade, só não perturbe meus clientes.

Eddie pediu  a Peter para tudo tudo cada detalhe deveria ser observado, uma pintura, um enfeite oualgo escrito que levasse a uma pista. Os clientes começaram a olhar desconfiados para eles, até que um senhor chamou a atençãode Eddie.

-O que o senhor está procurando?- Perguntou ele.

-Algo que me lembre um coelho ou uma fera, estamos em um jogo e procuramos por pistas.

-Jogo, que tipo de jogo é esse?

-Caça ao coelho meu senhor, e pelo jeito ele está em alguma toca nesse lugar.

-Quem sabe o senhor encontre algo naquele quadro pendurado em cima da porta de entrada.

Eddie se virou para a porta de entrada e ficou surpreso ao ver um quadro em tom amarelado, nela a pintura de um lobo em posição de ataque a um coelho indefeso.

-É isso Peter o quadro, veja está faltando um pedaço logo abaixo do desenho e a cor é a mesma do nosso bilhete.amarelado e envelhecido.

-Senhor Harry, seria possível tirar o quadro que está acima da porta para eu dar uma olhada?-Pediu Eddie com educação.

-Sem problema Sr. Mase, aqui está o velho quadro que meu avô pediu para pintar quando inaugurou o Pub.

-Incrível Peter, veja o papel se encaixa perfeitamente na parte que está faltando, mas onde está a nossa próxima pista. Quem sabe colocando o papel de volta no local apareça algo. Eddie colocou o papel no local mas nada aconteceu, fez uma cara de quem estava perdido e olhou para Peter.

-E se a pista não está no quadro e sim em outro lugar , a não ser que...olhou para a parede e lá estava no mesmo local do quadro, um pequeno bilhete preso com fita durex na parede.

-Veja meu amigo lá está ele, a jogada do papel faltando foi só para despistar que sujeito inteligente.

Ao abrir o bilhete Eddie se deparou com algo inusitado, nele dizia uma frase sem sentido algum para ele, e sem conexão alguma com o Pub...

-Que frase estranha Peter..."Se ajoelhe perante Deus e terá uma revelação", mas o que isso quer dizer.

-Não faço a minima idéia senhor, mas parece algo religioso o que nos leva a crer que ele está nos levando em um caminho diferente, algo como um altar.

-Altar Peter, igreja ele quer nos levar até uma igreja, é lá que está a próxima pista.Mas qual igreja, existem muitas aqui em Londres.

-Acho que ele gosta de nos surpreender, o mais certo seria...Pensou um pouco e Mase com um gesto de mão disse em tom de euforia.

-A catedral Peter, onde mais poderia ser se não a mais bonita e mais visitada igreja de todas em Londres, com sua arquitetura gótica e vitrais exuberantes.

-Com certeza é a Catedral senhor Mase.-Disse Peter.

-Senhor Mase, posso dar uma sugestão?

-Sim claro, pode falar.

-A Catedral é um local santo, acho que se fosse para procurar algo que fizesse sentido seria perante Deus em sua cruz, se é que me entende...eu frequento a Catedral e no altar onde o padre conduz a missa tem um vitral enorme com a figura de Jesus em uma cruz, acho que vai estar ali a próxima pista. 

-Muito bem observado Sr. Harry, foi de grande ajuda só tenho a agradecer, mas agora precisamos ir, passe bem senhor, foi uma honra visitar seu Pub, vou voltar outro dia como cliente.

-Obrigado Sr. Mase e boa sorte.


Capítulo 6 - A Catedral

 

Os dois chegaram a Catedral aproximadamente as 17h30, a missa começava as 18 horas e naquele horário as pessoas já começavam a chegar, fazia um pouco de frio pois era outono e o vento era forte e gelado, ainda tinha sol apesar desse horário já estar quase escurecendo. Mase parou na escada e ficou admirando a arquitetura da Catedral, era fascinado por coisas obscuras e góticas.

-Peter quem fez isso é um gênio da arquitetura, eu nunca vi nada igual e olha que já visiteimuitos lugares.

-Concordo com o senhor, é muito lindo e ao mesmo tempo intimidador.

-Vamos entrar Peter antes que o local fique muito cheio.

Ao entrar ficaram ainda mais deslumbrados com a beleza do local, vitrais em belas cores e desenhos estonteantes, estátuas esculpidas por anjos e alguns dragões e demônios sendo subjugados por Deus.Ao fundo no altar o vitral que Harry tinha mencionado no Pub, uma bela imagem de Jesus na cruz.

-Veja Peter o vitral que Harry mencionou, mas o que quer dizer afinal, não consigo ver nada além de uma bela pintura.

-Lembre o que diz a frase Sr. Mase, se ajoelhe perante Deus e terá uma revelação...

-Sim eu sei o que diz a frase, mas o que significa é a questão, parece que estamos jogando com as sombras Peter.

Ao ver os dois parados observando tudo o reverendo se aproximou lentamente e deu as boas vindas, era um homem de certa idade e um pouco acima do peso, tinha o rosto em tom rosado o que levou Mase a supor que ele era um grande apreciador de vinhos, sua voz era mansa e passava paz e tranquilidade.

-Sejam bem vindos a casa do senhor, em que posso ajudá-los cavalheiros?-Perguntou, ao sorrir Eddie notou um tom amarelado em seus dentes, sinal de que ele era fumante, um padre que bebe e gosta de fumar, isso não seria contra as regras da igreja pensou Eddie.  

-Boa tarde Padre, sou Eddie Mase da Scotland Yard e esse é Peter meu assistente, estamos investigando uma pista sobre um suposto assassinto, e por coincidência nos trouxe a sua bela igreja.

-Que crime seria esse meu filho, e o que teria a igreja a ver com isso.

-Na verdade nada senhor, mas estamos em um tipo de jogo em que pistas nos levam a lugares inusitados, e não temos certeza se é um crime, se trata da morte de Charlote Johnson, apenas sei que algo está relacionado com esse local, só preciso descobrir o que é.

-Deus eu fiquei sabendo de Charlote, ela era uma pessoa encantadora e vinha aqui sempre na missa de domingo.

-Então o senhor a conhecia?

-Sim, eu a conhecia muito bem...muitas vezes ela fez doaçoes para nossa paróquia, uma mulher admirável.

-O senhor poderia olhar esse bilhete e me dizer se tem algo familiar com a igreja.

-Deixe me ver, hum!, acho que se trata de uma alusão ao altar e a imagem de cristo, veja o vitral com a imagem, é o que eu entendo por agora.

-O senhor pode ter razão, mas também pode ser o contrário, talvez ele queira nos enganar, nos fazer ver somente aquilo que está diante de nosso olhos, talvez uma pegadinha.

-Senhor Eddie, quem sabe se chegarmos perto do altar possamos ver algo mais que nos passou despercebido.

-Boa idéia Peter, posso ir até lá padre?

-Fique a vontade meu filho a casa de Deus é sua também.

Ele se aproximou do altar enquanto era observado pelas pessoas que já estavam no aguardo da missa, olhou fixamente para o vitral mas não conseguia encontrar nada que fosse uma pista, de repente o sol bateu em uma das janelas e refletiu a luz no vitral, Peter que estava mais abaixo chamou a atenção de Eddie.

-Olhe Eddie logo abaixo do vitral, é isso que estamos procurando...Estava com um entusiasmo em suas palavras.-Se ajoelhe e vai ver Sr, Mase. Ao se ajoelhar Eddie percebeu algo escrito em números romanos..."A - XI-XII-VII-IX"

-Anote PETER e veja o que cada um deles significa.

-Senhor Mase sãonpumeros romanos, 11,12,7 e 9 e o  A significa apocalipse ele esta falando da bíblia senhor.

-Deus Peter o que seria de mim sem você.Pegue uma biblia e vamos abrir na página indicada, deve ser apocalipse mesmo.

-Aqui senhor apocalipse, mas vamos seguir adiante deixe me ver..aqui a batalha entre anjos e demônios.

-Olhe Peter está sublinhado essa frase, "E o anjo ergueu sua espada de luz e um clarão iluminou as trevas , o demõnio se rendeu a luz e a paz triunfou.."

-Hum!...mais um enigama Peter., estou começando a perder a fé.-Encontrou o que procurava meu filho, perguntou o padre.

-Sim padre, mas é mais um enigama para se resolver.

-Deixe me ver meu filho, talvez eu possa ajudar, hum é uma citação do apocalipse da guerra entre anjos e demônios, acredito que o único lugar que tenha algo parecido seja no Musel Histórico de Londres, nos fundos tem um belo jardim a céu aberto com duas estátuas uma de frete para outra, um anjo com uma espada e um demônio acuado com medo, acho que é lá que vais encontrar sua resposta.

-Como o senhor sabe desse lugar padre?-Indagou Mase.

-Eu sei porque estava lá no dia da inauguração da área externa, e foi a catedral que deu as estátuas de presente.

-Incrível padre como as coisa se encaixam de maneira sutil, como nosso amigo joga com maestria e inteligência, estou começando a admirar nosso jogador fantasma.

A missa estava preste a começar, os dois foram convidados a ficar e asssistir a cerimônia, não tinham como negar o pedido do padre já que ele foi de grande ajuda para eles.

-Peter nunca assisti uma missa em minha vida, não sei o que fazer.

-Faça apenas o que o padre diz, quando rezar reze, quando as pessoas levantarem faça o mesmo, é simples meu amigo.

-Você costuma ir a igreja Peter?

-Sim, desde meus 8 anos e nunca faltei a uma missa de domingo.

-Que incrível meu amigo, não sabia desse seu lado religioso.

-Tem muita coisa que o senhor não sabe a meu respeito, Sr. Mase.

-Um dia você me conta Peter, quem sabe te pago uma cerveja e você me conta sobre sua vida.

-Pode ser Eddie, mas até lá quero me concentrar no caso, é o que importa nesse momento.

-Como quiser meu amigo, gosto de sua determinação e no futuro você vai colher os frutos com certeza.

Após a missa os dois se despediram do padre, Eddie prometeu voltar em uma ocasião mais tranquila, a impressão que ficou fora que Eddie não acreditava em Deus, mas Peter estava determinado a mudar isso.


Capítulo 7 - O Museu Histórico (Uma morte no caminho)


O Museu Histórico era uma predio enorme e bem situado no centro de Londres, tinha uma arquitetura moderna pra a época, e era frequentado por muitos estudantes e professores durante o ano letivo. Abrigava as mais belas peças ja criadas pelo homem, além de contar muito sobre a história da humanidade e seu primordios, mais um local que Eddie nunca havia frequentado mas que iria lhe trazer muitas surpresas. Eddie estava deslumbrado com a estrutura do local, já havia visto muitos lugaresem suas viajens mas nunca tinha se deparado com um lugar tão intimidante quanto o Museu Histórico.

-Peter voulher dizer uma coisa, apesar de estar investigando um suposto assassinato estou feliz por estar aqui, nunca imaginei que teria que passar por locais tão especiais como nesses últimos dias, esse jogo está me levando a rever meus conceitos, estou muito envolvidono trabalho e acabo deixando de lado certas coisas importantes na minha vida.

-O que o Sr, quer dizer com isso?

-Diversão meu caro, viver um pouco sem olhar para trás em busca de algo que deixei passar, apenas viver um pouco. Veja esse prédio por exemplo, eu devo ter passado aqui umas mil vezes mas nunca parei para apreciar tal beleza.

-Entendo o que você quer dizer, viver as coisas belas sem se preocupar com nada.

-Exato Peter, pois sempre vai haver um crime para solucionar, mas também sempre vai ter algo mais que devemos apreciar, a vida é bela meu caro...vamos entrar.

A o entrar Eddie ficou parado no salão principal, parecia que algo o tinha chamado a atenção e não era por menos, logo na entrada se via um belo salão decorado com estátuas e belos arranjos de flores, o piso era de mármore branco e cinza, o teto era decorado com gesso em formato de flores e figuras de animais, no centro um belo lustre que mais parecia uma navio suspenso no ar.

-Peter isso é deslumbrante, que lugar magnífico.

-Concordo Sr. Mase, é algo surreal.

Uma jovem se aproximou com um belo sorriso no rosto, era uma das guias turísticas do Museu, sua voz era doce e ao mesmo tempo forte e sua postura era firme e imponente.

-Bom dia cavalheiros, sou Anna e trabalho como guia turística do museu.

-Prazer em conhecê-la Anna, sou Eddie Mase e esse é Peter um amigo.

-Vocês parecem os típicos policias de Londres, aqueles que saem em jornal.

-Na verdade nós somos mesmo, detetive e assistente, você é muito boa observadora.

-Trabalho com pessoas senhor, é uma caractrística que adquiri com os anos, saber analisar as pessoas faz parte do meu trabalho, na verdade facilita muito para mim.Vocês precisam de um guia ou preferem se aventurar sozinhos.

-Na  verdade estamos aqui a trabalho.

-Que tipo de trabalho, algum tipo de investigação secreta.

-Pode se dizer que sim, e aproveitando que você está aqui eu gostaria de saber onde fica a área externa, onde tem o jardim, me disseram que é muito bonito de se ver.

-Infelizmente essa área está fechada, estamos ampliando esse espaço e atualmente é proibido ir até lá.

-E se eu disser que temos uma pista sobre um suposto assassinato, e essa pista nos leva até o jardim externo do Museu.

-Sendo assim eu teria que comunicar meu gerente.

-Faça isso então minha querida, é de muita importância para nós acessar essa área do museu.

Alguns minutos depois um homem de meia idade e usando um terno azul com gravata rosa surge no salão, era magro e tinha um bigode bem saliente, parecia ter saido de uma comédia muda.

-Pois não cavalheiros, sou Bill Wallace o gerente do museu, em posso ajudar.

-Sou Eddie Mase Scotland Yard e esse é Peter meu assistente, estamos investigando um suposto assassinato e temos uma pista que nos levou até aqui, supostamente até o jardim externo do Museu.

-Infelizmente aquela área está interditada no momento.

-Eu só preciso de alguns minutos nada mais, eu me responsabilizo se acontecer algo.

-Não se trata disso Sr. Mase, não posso deixar ninguém entrar naquela área no momento, o que tem lá não pode ser visto até sua reinauguração.

-Mas é uma investigação criminal, não um passeio turístico.

-Entendo mas não estou autorizado a deixar quem quer que seja entrar no local.

-Me diga Sr. Bill, existe por acaso duas estátuas nesse local, um anjo e uma demônio um de frente para o outro.

-Existia até unsa dias atrás, mas foram removidas devido a reforma.

-E onde elas estão agora?

-No depósito do Museu.

-E podemos ir até lá, o que procuro está relacionado com essas duas estátuas.

-Sim é claro que podem, vou pedir para Anna levar vocês até lá.

Anna surgiu com seu belo sorriso, estava feliz em poder ajudar de alguma forma em uma investigação, ela os levou até uma porta nos fundos do museu, uma escada em circulo onde podia passar uma pessoa por vez os levou até uma sala enorme, com vários objetos de arte e muitas caixas.Em um canto escuro lá estavam elas as estátuas que Mase tanto procurava uma de frente para outra.Eddie pediu que Peter olhasse com cuidado a estátua do demônio, enquanto ele investigava a de anjo.Anna ficou observando os dois com aquele belo sorriso no rosto.

-Conseguiu ver alguma coisa Peter.

-Nada Sr. Mase, apenas desgastes do tempo.

-E se a nossa pista se perdeu quando as estátuas foram removidas, ou se ficou por lá no jardim, nunca vamos saber. Eddie se escorou na estátua e viu que ela se moveu como se tivesse rodas.

-Você viu Peter, ela se moveu quando me encostei, tente empurrar a outra. Ao empurrar a estátua ela tambem se moveu levemente quase tocando o anjo.

-Espere um pouco Peter, vou empurrar o anjo e você também empurre o diabinho na minha direção.

-É um demônio senhor.

-Não importa o que seja apenas empurre. Ao empurrar as estátuas se uniram fazendo com que a espada entrasse no peito do demônio, a boca da criatura se abriu e um papel enrolado surgiu como mágica.

-Peter meu caro veja, a boca do demônio se abriu revelando nossa pista, que mente criativa faria algo assim, que homem fascinate é esse suposto assassino.Vamos ver o que diz agora nosso brilhante jogador. Ao abrir uma nova frase com significado obscuro, oque deixou mais uma vez Eddie com uma pulga atrás da orelha.

- "As vezes os mortos tem muito a dizer, basta seber ouvir, no leito de morte ele repousa...", o que diabos quer dizer isso Peter, devemos agora falar com os mortos.

-Acho que ele deve estar falando de alguém que já morreu, é só o que consigo pensar agora.

-Espere Peter tem algo no verso, Ps: Procure por Arthur em seu leito de morte.Quem é Arthur e o que quer dizer em seu leito de morte.

-Quer dizer que Arthur está morto Sr. Mase, e onde mais ele poderia estar se não no cemitério.

-Incrível seu raciocínio Peter, vamos ao cemitério central, mas espere como vamos saber quem é Arthur, deve existir muitos enterrados por lá. Anna ao ouvir o nome Arthur lembrou de algo relacionado ao museu.

-Senhor Mase acho que sei quem é Arthur.

-Sabe minha cara, e quem é ele.

-Na parte de sessão de guerra tem uma foto de uma general do exército e o nome dele é Arthur W. Johnson, ele foi fundador do mais importante regimento pós guerra de londres, foi condecorado com honras pela rainha e inaugurou a ala de guerra a uns 3 anos atrás.

-Você disse que o sobre nome é Johnson?-Perguntou Mase com dúvida.

-Sim senhor, exatamente.

-Meu Deus Peter, ele tem o sobre nome de Charlote, não pode ser.

-Você disse Charlote a senhor da biblioteca que foi encontrada morta.

-Sim ela mesma.

-Eu a conhecia, ela vinha varias vezes ao museu e ficava um bom tempo sentada olhando a foto do general, certa vez eu me aproximei e perguntei quem ele era, e ela me disse que era seu falecido marido.

-Inacreditável Peter, estamos de novo nas mãos desse brilhante oponete, que mente criativa meu Deus, onde vamos parar Peter, caçamos um fantasma nas sombras, brilhante meu caro.Anna você foi incrivel e só tenho  a agradecer, um dia pago um café para você, mas agora temos que ir.

Anna ficou ali parada sorrindo enquanto Eddie subia as escadas as pressas como se fosse desenterrar um defunto no cemitério. Peter foi atrás e quase caiu nas escadas, deu uma olhada para Anna e abanou mei osem graça, Anna o olhava sorrindo.


Capítulo 8 - O cemitério

 O Cemitério de Highgate era a próxima parada de Eddie e seu colega Peter, um dos pontos altos da investigação por ser o local onde o marido de Charlote está enterrado, algo que começa e mexer com o pensamento de Eddie, que ligação todos esses lugares tem com Charlote, e agora mais do que nunca estava disposto a resolver o caso, após uma visita ao legista descobriu que a morte de Charlote foi por envenenamento, Eddie estava certo quando supos que sua morte poderia ser assassinato. Cianureto foi a resposta do legista, um composto químico muito poderoso e que levou Charlote a ter uma parada cardio respiratória. Agora mais do quem nunca ele queria pegar o assassino, mas por que alguém faria mal a uma pessoa tão doce e querida por todos como Charlote, perguntas que povoavam a mente de Eddie e que até agora não tinham respostas, apenas pistas que o levavm de um lugar a outro como em um jogo de sombras.

Eddie parou em frente a portão de cemitério de Highgate, ficou por um instante observando alguns pássaros que cantavam nas árvores, Peter foi dizer algo mas Eddie fez sinal som o dedo em sua boca pedindo silêncio e em seguda falou.

-Fique quieto Peter, ouça os pássaros pois aqui é somente isso que vai ouvir, os mortos não falam mesmo que você procure por respostas.

-O que o senhor quer dizer com isso Sr. Mase?-Perguntou com uma cara assustada.

-Quer dizer que devemos observar e não perguntar, as respostas que procuramos estão nos detalhes e não nas palavras, o silêncio as vezes é o melhor migo do homem pois o faz pensar, e é quando temos as melhores idéias, anote isso no seu bloco de notas se quiser. Peter imediatamente pegou seu bloco e rabiscou algo.

Os dois entraram no local e a cada passo que dava Eddie pensava mais e mais em como seria possível alguém matar uma pessoa tão querida por todos, os túmulos gastos com o tempo e a atmosfera sombria fazia Peter olhar desconfiado a medida que entravam mais e mais no cemitério.

-Não me sinto a vontade aqui Sr. Mase, parece que tem alguém me observando.

-Não seja bobo Peter, ninguém vai te fazer mal algum, estamos no lugar onde os mortos repousam, ou você tem medo que alguma alma possa querer pegar você, não seja criança.

-E se o assassino estiver aqui, e se for uma emboscada?

-Ele é como um fantasma Peter mas não é idiota, ele gosta de jogar e esta nos testando, um grande jogador nunca se revela antes do final, sempre vai haver uma última carta na manga, e agora precisamos encontar o zelador pois não vamos encontarar o túmulo de Arthur sem sua ajuda, o lugar é enorme e vamos nos perder procurando.

-Veja Eddie tem uma pequena casa logo ali, talvez seja seu escritório.

Eddie bateu na porta da pequena casa que já estava bem desgastada com o tempo, ninguém respondeu então resolveu girar a maçaneta e a porta se abriu, disse um olá mas ninguém respondeu. Decidiu entrar mas pediu para Peter ficar na porta cuidando se alguém surgisse do nada, o lugar estava bem sujo e parecia que ninguém o frequentava a muito tempo.Um pequeno armário com várias gavetas estava ao lado de uma parede com fotos de gente morta, que algo bizarro de se pendurar em uma parede pensou Eddie. De repente ouviu um grito vindo da rua, a voz parecia ser de Peter, correupara fora e encontrou Peter sob a mira de uma arma, um homem alto e magro apontava um revolver calibre 38 para a cabeça de Peter, ele parecia bem nervoso e ostentava uma barba longa e grisalha.Ao ver Eddie se virou para ele e também apontou sua arma gritando com voz de autoridade.

-De joelhos os dois agora se não vou atirar sem fazer perguntas.

-Desculpe senhor, não somos ladrões...somos da polícia posso explicar.

-A polícia não invade casas sem permissão, quem sao vocês de verdade ladrões de túmulo.

-Não Sr. sou Eddie Mase e esse rapaz é meu assistente Peter, veja meu documento..-O homem o interromper bruscamente.

-Não ouse colocar a mão em seu bolso se não quer levar um tiro, coloque as mãs na cabeça eu vou olhar seu bolso e se você ou ele tentar algo você já sabe. O homem misterioso colocou a mão no bolso de Eddie e trirou sua carteira, Peter tremia feito uma criança com medo, o homem olhou a carteira de Eddie e se voltou para ele comparando sua foto, hum..murmurou você está dizendo a verdade.

-Posso relaxar agora.-Disse Eddie.

-Sim pode, me desculpe por isso mas tem muitos ladrões de túmulo por aqui, e não é sempre que alguém invade minha casa no meio do dia.

-Me desculpe por isso, mas eu bati e ninguém atendeu então eu reparei que a porta estava aberta e fui entrando, foi algo sem pensar me perdoe.

-Tudo bem sem problema, mas o que os cavalheiros fazem por aqui a essa hora.

-Estamos no meio de uma investigação de assassinato, precisamos localizar o túmulo do Sr. Arthur W, Johson.

-E o que um morto pode dizer que tenha valor em uma investigação, se é possível algum morto falar.-Sorriu de sua própria piada.

-Na verdade é algum tipo de mensagem que procuramos, algo que possa nos levar até o próximo passo, algo que pode estar escrito em seu túmulo, ou deixado em um bilhete por isso estamos aqui. 

-Entendo, vocês estão em algum tipo de jogo cheio de mistérios.

-É quase isso, com uma pitada de suspense e muitas dúvidas...o senhor poderia nos levar até o túmulo do Sr. Arthur?-Perguntou Mase gentilmente.

-Mas é claro que sim, preciso ver a agenda com o nome dele para localizar o local exato do túmulo pois esse lugar é muito grande e as vezes até eu me perco por aqui, a sorte que tudo fica registrado em uma agenda se não eu estaria perdido, tenho cópia dos registros também em uma gaveta,, mas são somente cópias de óbitos.Esta aqui, fica na ala sul nº 356- D2, um local bem privilegiado onde muitas pessoas importantes estão sepultadas, ele devia ser alguém de muito prestígio.

-Sim ele era uma pessao importnte do exército Inglês

-Entendo, daqueles que até frequentava o palácio da rainha.

- Pode se dizer que sim, podemos ir agora Sr, qual seu nome?, não lembro de ter ouvido você dizer.

-Me perdoem cavalheiros a falta de modos, me chamo Bill.

-Bill não é um nome americano.

-Sim na verdade é, sou de São Francisco mas moro aqui desde meus 18 anos quando me rebelei commeus pais e fui embora, foi uma época bem louca de minha vida, peguei uma muda de roupas sai de casa e nunca mais olhei para trás.

-Um americano em solo Inglês, interessante que você não tem nenhum sotaque, acho que já o vi em algum lugar.

-Os anos me fizeram esquecer de onde venho, e além do mais agora me considero Inglês e meu passado foi enterrado no dia que pisei nesse país, você talvez tenha me visto em algum evento social, costumo trabalhar de garçom em festas.

A medida que caminhavam o lugar ficava mais sombrio, corredores cheios de túmulos envoltos em raízes de plantas, estava frio apesar de estar apenas no começo do outono, Peter começou a reclamar do cheiro do local, mas Bill logo o tranquilizou dizendo que aquilo era as plantas que exalavam um perfume diferente depois do contato com o solo, corpos em decomposição e fluidos se misturavam fazendo uma complexa mistura de aromas.

-Não se preocupe meu rapaz você se acostuma, estamos quase chegando no local e você vai ver que o ar vai ficar mais suave pois tem muitas flores e é mais aberto, quase um hotel 5 estrelas para os mortos.-Novamente sorriu de sua piada., Eddie olhou para Peter balançando os ombros e piscando o olho.

Após sair de um corredor estreito e frio eles se depararam com uma bela área aberta, algumas árvores a volta e muitas flores, um aroma diferente se sentia no ar, vários túmulos enfeitados com estátuas e capelas muito bonitas, algumas em arquitetura gótica, Bill apontou para um túmulo onde estava uma bela estátua de um homem vestindo um uniforme, ele estava em pé e segurava uma espada, era Arthur.

-É esse o seu homem, em sua última morada.

-Incrível Peter, veja o cuidado com essa estátua, olhe os detalhes que enfeitam o túmulo, ele devia ser alguém muito importante a ponto de ser tão apreciado mesmo após sua morte.

-Com certeza Sr. Mase..disse Peter.

-O que vocês procuram ?..Perguntou Bill.

-Alguma pista, um bilhete ou algo escrito na lápide...qualquer coisa que nos leve para o próximo passo nesse jogo de sombras.

-Parece algo tirado de um filme de suspense.-Disse Bill.

-Na verdade o suspense está presente em todos os lugares que visitei até agora, e nosso jogador é alguém que tem uma mente brilhante meu caro amigo.

-Então você admira esse seu adversário, Sr Mase?..-Perguntou Bill.

-Quase isso Bill, é mais respeito do que admiração.Alguma coisa suspeita Peter?

-Até agora não Sr. Mase, nada ainda, está tudo no seu devido lugar.

-Mas lembre daquela frase que diz, os veem apenas o que eles querem, e se estamos olhando no lugar errado e se devemos pensar diferente, como na estátua do anjo, você lembra que por um pequeno detalhe descobrimos um mecanismo secreto que nos revelou a pist seguinte. Peter começou a mecher na estátua tentando achar algum tipo de dispositivo que pudesse ativar algo no local, mas nada encontrou.

-Deixe me ver uma coisa, o nome está correto e a frase junto a data de nascimento e morte também, nada incomun até agora, a frase dizia escute os mortos e procure no leito de morte de Arthur, mas o que escutar, o que procurar em um túmulo...Eddie levou a mão ao queixo e ficou em silêncio olhando direto para o túmulo, de repente fez um gesto com os braços e disse.

-Mas é claro Peter, escute os mortos e procure no leito de morte, é uma metáfora...veja bem os mortos não falam e procurar em seu leito de morte quer dizer que temos que procurar pelo corpo, e esse corpo não está aqui.

-Mas como não está aqui Sr. Mase, esse é o túmulo de Arthur.

-Não meu amigo, se você olhar atrás da estátua vai ver uma pequena capela, na verdade um santuário onde se colocam velas e flores, mas se observar vai ver um pequeno vaso com tampa, então vai entender o que quero dizer, os mortos não falam verdade, ainda mais depois que seu corpo foi cremado...

-Cremado Sr. Mase, como assim se ele foi cremado de quem é esse túmulo?-Perguntou Peter.

-É algo simbólico Peter, apenas um enfeite assim como essa estátua, uma homenagem nada mais. Mase se aproximou da capela e abriu o pequeno vaso e dentre as cinzas de Arthur estava um bilhete enrolado com uma fita branca.Veja Peter as vezes temos que olhar além do que nos está a frente, os olhos podem ser traidores e nos cegar, que sujeito brilhante Peter e que mente astuta e engenhosa ele tem,.

-O que diz no bilhete Sr.Mase?

-Aqui diz que estamos no caminho certo meu caro amigo, estou a brincar com você Peter deixe me ver,

"Volte a básico e aprenda que ler não é apenas um ato de liberdade e sim de aprendizado, é na escola que damos os primeiros passos para conhecer um mundo de aventuras, onde os livros te levam além do tempo e espaço"...Eu vivi e morri rodeada de fantasia e aventura...volte no tempo e seja criança novamente...

-Mas que diabos quer dizer isso Peter...

-Não entendi nada Sr, essa vai ser difícil de decifrar.

-Peter meu amigo, acho que sei o  que quer dizer a frase, devemos voltar a biblioteca pois é lá que vai estar nossa próxima pista, veja bem aqui fala de fantasia e aventuras e onde mais poderiamos encontrar tudo isso se não em um livro, ainda não sei o que quer dizer volte no tempo e seja criança novamente, mas a resposta está lá, vamos Peter acho que nossa jornada está quese no final, sinto que estamos perto de solucionar esse crime e pegar esse astuto criminoso que joga nas sombras.

 

Capítulo 9 - De volta a biblioteca

Ao chegar em frente a biblioteca pública Eddie teve uma especie de Deja vu, lembrou do dia do assassinato e ainda se perguntava o por que de uma senhora tão doce ter sido assassinada, que inimigos poderia ter uma pessoa que só fazia o bem, seria por inveja ou teria algo mais sombrio por de trás de tudo isso. Alfred ao ver Eddie sorriu e o cumprimentou com educação, já passava das 2 horas e o local estava calmo e silencioso como de costume.

-Boa tarde Sr. Mase, o que o tras aqui novamente?-Perguntou.

-Mais uma pista meu amigo, preciso encontrar algo que faça sentido em toda essa loucura que até agora está me deixando no escuro, não tenhos suspeitos apenas pistas que me levam a lugares sem dizer exatamente onde devo chegar...estou andando nas sombras.

-Entendo Sr. Mase, fiquei chocado ao saber que Charlote foi assassinada, não entendo o por quê?

-É isso que quero descobrir meu caro, mas preciso de toda ajuda possível, você sabe se Charlote tinha algum livro favorito, ou alguma vez citou algo sobre aprender com os livros ou voltar a ser criança, estudar ou algo assim.

-Que eu lembre não, mas ela vivia falando que ler é um aprendizado, que todo livro nos trás conhecimento e que ela costumava anotar tudo que achava significativo em cada livro.

-Hum...interessante isso, o senhor acha que ela tinha uma agenda ou um diário que anotasse essas frases?

-Talvez tenha, quem sabe o senhor ache algo em sua sala, está tudo no lugar nada foi tirado de lá.

Mase encontrou Margart na entrada do salão principal, ela reconheceu Eddie e foi em sua direção com um sorriso no rosto, educada o comprimentou com voz macia.

-Como vai Sr. Mase, acredito que não o Sr. está aqui por algum motivo e não tem a ver com livros.

-Na verdade sim minha querida, você sabe por acaso se Charlote tinha algum tipo de diário ou um bloco de anotações?

-Não sei dizer ao certo, ela vivia mergulhada em papéis e livros mas acho que se tiver algo o Sr. vai encontrar na sua sala, ela passava a maior parte do dia trancada fazendo o inventário da biblioteca, era muito rigida nesse sentido, sabia qual livro saiu e quando deveria voltar.

-Entendo e sua colega saberia de algo?

-Acredito que não, ela tinha pouco contato com Charlote, eu era seu braço direito dela, ela sempre me chamava para passar informações e eu passava para Alice, ela dizia que eu seria sua substituta no futuro pois eu lembrava muito ela quando nova, pobre mulher que Deus a tenha.

-Muito bem, vou olhar o escritório e se precisar de algo eu chamo você. Eddie abriu a portaolhou em volta e se virou para Peter dizendo.-Peter meu amigo começo a acreditar que esse assassino é um bom apreciador de livros, o que me ocorreu agora que Margaret seria a sucessora de Charlote, o que faz dela uma suspeita, você não acha Peter?

-Não senhor, na hora do crime ela estava com Alice na cafeteria da esquina, as duas tomaram café e dopois vieram junta para a biblioteca.

-Como você sabe disso Peter, eu perguntei no dia do crime e confirmei com as duas, e o álibe bate pois falei com elas em separado, tenho tudo anotado aqui Sr. Mase.

-Peter meu amigo, cada vez mais você me surpreende bom trabalho rapaz.

-Obrigado senhor, mas o que devo procurar especificamente, uma agenda um bloco de notas.

-Qualquer coisa Peter, tudo que for para anotações...e lembre-se olhe alem do que seus olhos querem ver.

Eddie olhou em todas as gavetas e em cima da mesa mas não encontrou nada, Charlote tinha uma estante enorme em L cheia de livros, e alguns quadros muito bonitos na parede, enfeites e flores davam um charme ao local, uma mulher de bom gosto.

-Peter vamos dar uma olhada nos livros, quem sabe tem algo por aqui.

-Devo procurar por algum título específico Sr. Mase.

-Hum!...Algo que fale em aprendizado, liberdade e até sobre a infãncia, aquela frase esta cheia de mistério mas é por esse caminho que devemos seguir, continue Peter sei que vamos achar algo.

Alguém bateu a porta,e ao girar a maçaneta Eddie percebu que era Margaret, ela pediu licença e foi entrando, parecia querer dizer algo importante pois estava seria e retraida.

-Me desculpe incomodar Sr. Mase, mas lembrei de algo importante sobre Charlote.

-Sem problema minha cara, o que tem de tão importante assim para dizer.

-Eu lembrei que certa vez Charlote me chamou em sua sala, ela estava bem chateada pois tinha perdido um caderno de anotações do tempo de escola, ela não lembrava onde havia colocado então pediu para eu e Alice ajudá-la a procurar, mas nós não encontramos nada, ela ficou bem triste e disse que aquele caderno significava muito para ela pois tinha anotações muito importantes, memórias que ela guardava com carinho dos tempos de criança, e algumas coisa atuais, era como se fosse um diário.

-Obrigado Margaret, acho que temos uma referência agora, um caderno de anotações mas como é esse caderno e onde ele pode estar agora.Margaret estava quase na porta quande Eddie a chamou de repente, ela se virou e ficou parada com a mão na maçaneta, olhava com para Eddie com um sorriso no rosto.

-Você sabe o endereço de Charlote?

-Sim eu sei, ela morava na Lonely Street nº 35/ap 5, fica perto da estátua do chafaris, aquela que tem uma mulher com uma criança no colo.

-Eu sei onde é minha querida, obrigado novamente.

-Disponha Sr. Mase, se precisar é só me chamar. 

-Peter acho que tem algo de errado nessa menina, você viu como ela entru aqui, sua aparência era de preocupação como se escondesse algo, e em seguida sorriu como se nada tivesse acontecido.

-Eu não reparei nada de estranho Sr. Mase, acho que ela estava com vergonha quando chegou mas depois relaxou e até sorriu.

-Pode ser Peter, mas não podemos descartar nada e ninguém.

-Peter pegue aquela escada, vou dar uma olhada em cima da estante quem sabe tem algo perdido encontro algo. A escada tinha rodas na base, Mase podia se mover em toda a extenção da estante em L, começou pelo lado direito e foi indo até chegar na outra extremidade, ao colocar a mão sentiu algo que parecia um um caderno, se inclinou um pouco para frente e conseguiu pegar o objeto, era um caderno preto em aspiral, o típico caderno de uma jovem com capa dura  e desenho de borboletas na capa.

-Borboletas Peter, típico de uma menina sonhadora, borboletas significam esperança meu amigo, renovação, liberdade meu amigo. Vamos ver se encontro algo significativo por aqui, anotações de sua rotina, poemas e frases de amor para um tal de Victor, hum...o amor na adolescência o que mais uma menina poderia querer.

-Alguma pista Sr. Mase?

-Por enquanto nada Peter, mas acho que sei onde ele quer nos levar...veja essa última anotação Peter, ela diz que queria votar no tempo e ser criança novamente, mas por que meu amigo, seria uma crise de idade.

-Veja mais abaixo Sr. Mase, bem no canto da folha ela riscou algo que havia escrito.

-É verdade Peter, deixa eu tentar uma coisa, Peter vire a lâmpada na direção da folha.

-Isso meu amigo, agora faz sentido. aqui diz se um dia eu voltar para a minha velha escola terei que enterrar meu passado de vez, e corrigir os erros que cometi quando criança, por que ela riscou a frase e por que isso tem a ver com o assassino.

-Não faz sentido algum, talvez uma visita a sua velha escola nos diga algo.

-Faz sentido Peter, o caderno de anotações remete a infância, o aprendizado com os livros a biblioteca e onde mais podemos ter aventuras se não em uma escola cheia de adolescentes em pleno vapor hormonal. Devemos visitar a escola que Charlote estudou, mas qual o nome dessa escola Peter.

-Deve estar em algum lugar anotado, olhe de novo Sr.

-Já olhei Peter e não tem nada que mencione o nome da escola, chame Margaret Peter.

Peter voltou com Margaret alguns minutos depois, os dois entraram na sala rindo como se fossem velhos amigos, Eddie ficou olhando meio sem graça pois achou que os dois estavam flertando sem se importar com sua presença.

-Vejo que vocês estão se entendendo muito bem.

-Margaret estava me perguntando se eu anotava o nome das garotas que conhecia na cena de crime, é claro que eu disse não, apenas como testemunhas é claro.

-Hum...entendo onde você quer chegar senhorita Margaret, Peter é um homem de boa aparência e muito educado, mas seu foco é no trabalho e nada mais.

-Desculpe Sr. Mase foi só uma brincadeira.

-Isso mesmo Sr, apenas uma brincadeira.-Disse Peter meio se graça.

-Preciso saber de você Margaret se sabe o nome da escola que Charlote frequentou na sua infãncia.

-Não sei Sr. Mase, mas na gaveta do meio o senhor vai encontrar o arquivo pessoal de cada funcionário que já trabalhou aqui.

-Como não pensei nisso, mais uma vez obrigado pela sua informação Margaret, quem sabe depois que tudo isso passar Peter possa levar você para jantar, o que acha meu amigo?

-Seria um prazer é claro, se você aceitar.-Disse Peter no momento que seu rosto ficou corado de vergonha.

-Vamos ver no futuro, quem sabe...disse ela.

-Achei Peter, o arquivo pessoal de Charlote, vejamos o que diz aqui sobre escolaridade, formada em Literatura pela Universidade de Oxford, nossa meu amigo ele falava 3 idiomas, Alemão, Francês e Ingês, hum...interessante Peter uma mulher muito inteligênte, e vejamos estudou no colegio St Paul's School Brentford até os 18 anos, é isso Peter já sabemos onde devemos ir, quem sabe nossa pista final está lá.


Capítulo 10 - A escola (Uma velha rival se apresenta)

 

 Na manhã seguinte Eddie ligou para a escola e agendou uma visita com a diretora Elisabeth Palmer, frequentou a escola na mesma época que Charlote e hoje era uma das mulheres mais respeitadas no meio escolar, conhecida por impor uma disciplina rígida e levar o nome St. Paul's além de seus portões.Já eram quase 2 horas da tarde quando Eddie chegou a escola, a visita estva marcada para as 2 h15, dessa vez Eddie fez questão de ir direto ao ponto sem fazer rodeios, Peter estava com seu bloco em mãos, um homem já de idade os conduziu até uma sala de espera e pediu que os dois aguardassem até que fossem chamados por ele, na porta a sua frente escrito em letras pretas estava o nome de Elisabeth Palmer, e em baixo dizia diretoria sóentre se for convidado, Eddie achou aquilo um pouco arrogante e comentou com Peter.

-Algumas pessoas tendem a se perder com o sucesso, o poder as vezes corrói nossa mente meu caro e nos deixa cegos e ambiciosos.

-O que o Sr. quer dizer com isso.

-Nada meu amigo, apenas uma observação.

Após meia hora de espera o homem retornou e gentilmente conduziu Eddie e Peter até a sala da diretora, ao bater ouviu uma voz rouca e firme.

-Podem entrar cavalheiros.

-Com  licença...Disse Eddie ao abrir a porta

-Boa tarde senhora, sou Eddie Mase e esse é Peter meu assistente, nos falamos por telefone essa manhã.

-Sim Sr. Mase, podem sentar e fiquem a vontade, querem alguma coisa, um café ou um chá?-Perguntou ela gentilmente.

-Não obrigado, estamos bem.

-Mas do que se trata sua visita afinal, o senhor me explicou por telefone que tinha a ver com Charlote nossa ex-aluna, eu fiquei sabendo de sua morte e lamentei muito, nós tivemos uma história no passado muito conturbada, de amigas a rivais infelizmente. 

-Por que rivais, se é que pode me responder.

-Coisas de adolescentes, ela me roubou um namorado e como eu era a garota mais popular da escola fiz de sua passagem por aqui um inferno, claro que me arrependo de tudo mas são águas passadas.

-E você nunca mais viu Chartole depois que ela saiu da escola?

-Não senhor, fazia anos que não a via até saber de sua morte pelos jornais.

-E a Sra. nunca foi a biblioteca onde ele trabalhava, acredito que sua escola tenha feito algum tipo de excursão até o local.

-Sim fizemos vários passeios a biblioteca mas eu nunca fui até lá, não posso me ausentar de meus afazeres aqui. Tenho uma escola de muito prestígio para gerenciar, não posso me dar ao luxo de sair no meio do dia, eu entro as 7 horas da manhã e só saio daqui ás 18 horas.

-Entendo Sra., mas me diga existe algum tipo de livro com os dados dos alunos que passaram por aqui, gostaria de dar uma olhada.

-O que o Sr, procura exatamente?

-Estou atrás de pistas que me levem até o assassino de Charlote, e a última me trouxe até aqui.

-Vou pedir a minha assistente que me traga o livro de registros. Elisabeth fez uma ligação e em alguns minutos uma jovem entrou na sala com um livro em capa preta que dizia, registro de alunos de St. Paul's.

-Aqui esta Sr. Mase, fique a vontade para olhar, vai encontrar a foto de Charlote e alguns dados pessoais, mas acho que o que o senhor procura não deve estar ai. 

-Por que a Sra. acha isso?

-Se é uma pista que o Sr. procura é melhor procurar no lugar onde Charlote mais gostava de ir.

-E onde seria esse lugar?

-Nos fundos da escola existe um jardim com bancos e muito verde, é quase um santuário e é lá que Charlote costumava se encontrar com seu namorado, aquele que ela tirou de mim...quem sabe as respostas que procura estejam lá.

-Eu sinto uma certa mágoa em suas palavras quando menciona esse ocorrido.

-Águas passadas como eu já disse Sr. Mase, e ela me fez um favor se é que me entende, hoje ele é um fracassado e alcólatra.

-Posso ir até o jardim dar uma olhada, e se me permite gostaria de ver a sala onde Charlote estudava.

-Claro que sim, vou pedir para Susan levar vocês até lá.

Susan era uma moça atraente e bem simpática, usava óculos e parecia não ter mais do que 25 anos, recebeu Eddie com um sorriso de boas vindas ao entrar na sala.

-Susan leve esse dois cavalheiros até a sala 23, e depois mostre onde fica o jardim externo por favor.

-Sim senhora, vamos cavalheiros.

-Sou Eddie e esse é Peter, prazer em conhecê-la senhorita, somos da policia e estamos investigando um caso de assassinato.

-Fico feliz em poder ajudar.

-Você trabalha aqui a muito tempo?-Perguntou Eddie.

-Faz uns 3 anos apenas...

-Então você conhece pouco a diretora Elisabeth.

-Na verdade muito pouco, apenas faço o meu trabalho e procuro não saber da vida particular de ninguém.

-Entendo, você é uma pessoa reservada.

-Creio que sim, apenas fico no meu canto e não me meto em problemas.

Susan parou em frente a sala 23 e bateu na porta, uma senhora de cabelos grisalhos abriu a porta e com um sorriso cumprimentou Susan, a sala estava cheia e todos os alunos olharam direto para eles.

-A que devo a honra Susan, e quem são esse cavalheiros.

-Olá Sra. Nancy, esse é Eddie e Peter, eles são da polícia de Londres.

-Polícia...aconteceu algo na escola, alguém morreu?-Perguntou a senhora com espanto.

-Não é isso, eles precisam olhar o local apenas, não sei os detalhes nem do que se trata Sra,Nancy, tem como eles olharem a sala por uns minutos.

-Claro que sim, vou pedir aos alunos que fiquem em silêncio.

Eddie entrou e como de costume se apresentou a todos, agradeceu a Nancy pela gentileza e pediu aos alunos que ficassem quietos enquanto analisava o interior da sala.

-Não vamos demorar pessoal, é apenas alguns minutos.

Eddie e Peter vasculharam toda a sala mas não encontraram nada, sem pistas oualgo que os levassem a outro lugar, ele agradeceu a Sra, Nancy e educadamente se retirou.Susan os conduziu até o final do corredor onde havia uma enorme porta de ferro, estava trancada com corrente e um cadeado, Mase perguntou o por que da porta estar trancada uma vez que o jardim parecia ser um lugar muito bonito de se visitar.

-Ordens da direção, os alunos não podem ter nenhum tipo de distração segundo a Sra. Elisabeth, apenas os professores e o jardineiro tem acesso a esse lugar.

-Então se alguém resolvesse entrar aqui teria que pedir permição?

-Com certeza, mas nunguém de fora vem a esse lugar.

-Hum...isso me leva a acreditar que nosso amigo jogador pode ser membro dessa escola Peter.

-Pode ser que sim Sr. Mase.

Ao abrir o portão os dois ficaram encantados com o local, sem palavras disse Eddie para Peter, um belo jardim rodeado de árvores e flores de todos os tipos, estátuas muito bem distribuidas em perfeita harmonia no local, e no fundo um pequeno lago com peixes de diversas cores e tamanhos, e bem no meio uma estátua de um peixe com a boca aberta por onde saia a água que abastecia o lago, alguns bancos em tom cinza e o teto com vidro que podia ser recolhido ao girar uma manivela.

-Agora entendo porque o acesso aqui é restrito, um lugar magnífico Susan.

-Com certeza é mesmo, temos que agradecer a nossa diretora, pois esse projeto foi idéia dela.

-Vamos ao que interessa Peter, a tal pista que vai nos levar ao próximo nível desse jogo. Susan esse pequeno lago está aqui a muito tempo ou faz parte do projeto atual.

-Ele já existia mas foi restaurado, estava muito desgastado com o tempo e nada mais era do que cimento envolto em musgos verdes e pegajosos.

-Estou tentando achar alguma conexão desse lugar com a última pista que encontramos Peter, dois adolescentes em um banco, um jardim como pano de fundo, promessas de amor eterno, mas o que tem de especial nisso.

-Acho que tem algo a ver com a infância da Sra. Charlote, o lugar as memórias.

-Talvez você tenha razão Peter, apenas memórias...mas onde vamos encontrar essa memórias de infãncia.Ela dizia na frase riscada que teria que enterrar o passado e corrigir os erros Peter.

-O erro que se refere talvez seja do namorado que roubou da amiga, mas como enterraria o passado se voltasse a escola, seria pedindo perdão para Elisabeth?-Perguntou Peter.

-Você está certo Peter, a resposta está em Elisabeth meu amigo, lembra que ela disse que eram amigas e depois se tornaram rivais, está claro a resposta Peter, e se Charlote esteve aqui e pediu perdão a Elsabeth, e se ela não aceitou e acabou matando Charlote por vingança.

-Seria muito obvio Sr. Mase, e por que nos trazer aqui se ela é o assassino, seria como confessar um crime premeditado.

-Por que ela gosta de jogar meu amigo, ela quer ver nosso sofrimento e rir de nós pelas costas.

-Não concordo com o Sr., acho que tem alguma coisa nesse lugar que não notamos, algo que não está na frase, algo sutil mas revelador.

-Mas o que Peter, não consigo encontrar ligação alguma com o bilhete.

-Lembre da estátua do anjo?

-Sim eu lembro, o que tem ela.

-E se alguma dessas estátuas for uma chave para outra coisa, e se ao mover algo a pista vai se revelar, veja bem Eddie temos um homem segurando um livro, uma menina com uma bolsa de escola, logo ali temos um lobo e no outro lado o que parece ser uma mulher adulta com uma varinha em sua mãos, que no caso lembra uma professora, correto?

-E verdade Peter, talvez tenha algo oculto em uma dessas estátuas...algo que deixamos passar, o no sremete ao passado de Charlote, a menina e a professora, correto? Peter veja se encontraalgo na menina, vou olhar a estátua da professora.

Peter olhou cada detalhe na estátu da menina mas não encontrou nada, mas Eddie ao mexer na suposta varinha que a estátua de professora tinha em mãos a mesma recolheu seu braço, e em seguida um barulho de engrenagens pode ser ouvido, a água que saia da boca do peixe parou de jorrar, então algo surgiu de sua boca, parecia um tubo pequeno envolto em plástico e dentro um papel enrolado de cor branca, Mase colocou a mão na boca do peixe e retirou o pequeno tubo, ao abrir retirou o papel e nele dizia...O que está no passado fica no passado...L,S,35/5. Eddie olhou para Peter e disse.

-Lonely Street, nº 35/Ap. 5, é o endereçode Charlote Peter, é lá que vai estar a resposta que tanto procuramos, estamos perto de vencer esse jogo meu amigo, estamos perto de sair das sombras.

-Mas por que ir até a casa de Carlote Eddie, o que poderia ter lá que seja relevante.

-Talvez um livro ou mais uma pista, quem sabe a razão de tudo isso não esteja no apartamento de Charlote, lembra da frase que dizia enterrar o passado, voltar a juventude...tudo isso já foi revelado quando voltamos a escola, mas agora nãose trata mais do que aconteceu aqui e sim do que o futuro pode nos revelar, é isso que ele quer. Ele nos fez dar voltas e revisitar o passado de Charlote e quem sabe entender o porque de tudo isso, mas a resposta final está naquele apartamento.

-Se ele quer nos levar até a luz que seja através das sombras meu amigo...disse Eddie em tom de entusiamo.



   Capítulo 11 - A revelação de todo o mistério (Uma luz nas sombras)

Eddie Mase chegou ao endereço indicado na última mensagem e ficou surpreso ao saber que naquele lugar morava a senhora Charlote Johnson, não sabia se estava certo quando decifrou as letras e números mas agora tinha tinha certeza, o endereço era de Charlote Johnson, olhou para Peter e coçou a cabeça, e com um sorriso torto disse:

-Não é estranho Peter nossa última pista nos levar ao local que residia a nossa vítima, é pouco provável que o assassino tenha estado aqui, a não ser que ele conhecia Charlote.

-Sim senhor, concordo ele pode ser um velho conhecido da Sra. Charlote.

-Bom Peter vamos falar com o zelador, precisamos entrar no apartamento.

-Bom dia senhor,sou Eddie Mase detetive da Scotlan Yard, e esse é Peter meu assistente, estou investigando o assassinato da Sra,Charlot Johson. Temos uma pista que leva a seu apartamento, se o senhor não se importar precisamos entrar e verificar o local.

-Claro senhor Mase, eu o reconheci logo que chegou no local, o senhor é muito famoso e era  muito estimado pela pobre senhora Charlote, ela sempre falava bem do senhor, vivia lendo as matérias que saíam sobre seus casos, que deus a tenha.  

Ao entrar Eddie foi direto procurar a última pista mencionada no bilhete, além do endereço tinha uma frase que dizia: "As vezes a verdade está diante de nossos olhos, mas só vemos aquilo que nos interessa...a maior riqueza de um homem é sua honra, não se iluda com o brilho de uma joia pois ela não é nada se a pessoa não tem um bom coração..".

-Peter estou perdido com essa frase, o que tem a ver joia com honra, o que ele quer dizer com isso?

-Não sei senhor mas pode ser uma caixa, ou algo que lembre uma figura humana, um quadro ou até um porta retratos.

-Claro Peter um porta joias, pense bem se você olhar apenas a beleza das joias não vai perceber o que realmente seus olhos querem ver, você daria um bom detetive Peter e acho que já disse isso a você. 

-Sim o senhor já me disse, fico feliz em ouvir.

-Peter procure por uma caixa ou algo que possa guardar joias, qualquer coisa desse tipo.

-Aqui Peter achei algo, não é apenas uma caixa que guarda documentos.

-Senhor Mase não seria melhor procurar no quarto, pois acho que se é algo pessoal deve estar em um lugar mais íntimo, em uma gaveta ou cabeceira.

-Sim claro,continue procurando aqui,vou até o quarto da Sra. Charlote. 

Ao entra no quarto Eddie viu uma um porta-retratos em um bidê ao lado da cama, era um homem com roupas de militar com varias medalhas e embaixo dizia a seguinte frase: "Homenagem a um grande homem, que serviu com honra seu país, com um coração puro feito um diamante não lapidado."Mase lembrou da frase e percebeu que estava próximo da última pista que resolveria o caso. Abriu a gaveta mas não encontrou nada, então lembrou que a frase dizia algo sobre ver somente aquilo que seus olhos querem ver, estava óbvio demais, foi quando percebeu que o espelho na parede tinha formato de coração. Chegou perto e examinou o objeto, até que percebeu que o mesmo não tinha a parte de trás, era apenas vidro fixado na parede. Mas como pode ser possível, a foto do homem com honra, o espelho em formato de coração, faltava algo mais que ele não percebeu. Voltou a olhar a o porta-retratos e teve uma ideia brilhante, colocou a foto de frente para o espelho e percebeu a silhueta de algo atrás da foto que não podia ser visto a olho nu, com o reflexo do espelho a pista foi revelada. Ele então tirou a foto e lá estava ela, a última pista em formato de carta. Ao abrir Mase sorriu e começou a ler o que seria o fechamento de uma crime arquitetado por uma mente brilhante.

O bilhete revelador

Caro senhor Mase, se o senhor está lendo esse bilhete é porque desvendou todo mistério, e por isso devo admitir que o senhor é mais inteligente do que eu pensei, a essa altura dos fatos já devo estar morta. É estranho estar lendo algo de uma pessoa que não está mais aqui, fico imaginando a sua reação ao ler, quero que saiba que sempre o admirei e acompanhei todos os seus casos, aos quais o senhor desvendou com maestria. Sempre tive vontade de fazer parte de algo assim, por isso fiz todo esse jogo com o senhor, uma espécie de jogo das sombras onde nada é o que parece e tudo fica obscuro a cada movimento. Além de querer testar suas habilidades eu tive um motivo maior para fazer isso, sou uma doente terminal, tenho câncer e os médicos me deram apenas 1 mês de vida. Mas por que deixar a doença me consumir se posso ir embora enquanto ainda tenho minha sanidade, além do mais queria me despedir em alto estilo, ser lembrada como a mulher que jogou com o famoso Eddie Mase e quase o venceu, acredito que seria possível se o senhor não fosse tão brilhante em suas ações. O senhor deve estar curioso com o fato de eu ser uma idosa, mas os anos de experiência e muitos livros sobre crimes e assassinatos me abriram a mente, eu descobri como montar uma cena de crime, qual remédio usar em caso de envenenamento, a propósito eu usei uma cápsula de cianureto ingerida na manhã quando cheguei em minha mesa na biblioteca, preparei tudo antes de ingerir, o bilhete a posição do corpo e em como o senhor iria analisar a cena do crime. Devido a efeito devastador que o veneno iria causar eu tomei antes alguns comprimidos para dormir, então não se preocupe quando o cianureto fez efeito eu já estava bem sedada e não senti nada. E você deve estar pensando em como deixei as pistas, como tive acesso a todos esse lugares, foi fácil já que os frequentava a muito tempo, ser uma pessoa querida entre todos faz com que a gente tenha alguns privilégios, acho que fiz bem o meu papel, foi um jogo interessante de se jogar. Gostei muito de conhecer o senhor  na festa de lançamento do livro de Thomas Hard, por sinal era uma das pistas que deixei no belo livro "Entre o céu e o inferno",posso dizer que foi uma noite adorável e o senhor é uma boa companhia, não sei como não se casou ainda pois é um bom partido, palavras de um velha moribunda mas que o tem como muito carinho em seu coração. Espero que o senhor sempre lembre de mim, não como uma criminosa e sim como uma adversária a altura de todo o seu talento. Vou sentir falta de meus livros e de toda a atmosfera daquele lugar, que considero como minha segunda casa e onde fui feliz por muitos anos de minha vida. Diga a Alfred o porteiro que vou sentir sua falta, e pra ele não ficar triste pois vou tê-lo sempre em meu coração e diga que ele foi um grande amigo, e quem sabe um dia a gente se encontre e coloque a conversa em dia. Bem senhor Mase vou me despedindo, foi um prazer enorme jogar como o senhor mesmo que a distância, espero que o senhor continue a brilhar em tudo o que faz, continue a ser esse homem exemplar e se case com uma bela mulher, o senhor merece alguém especial em sua vida, afinal nem só de crimes vive um homem. Tenha uma boa vida Sr. Mase é o que desejo de coração.

 

Ps: Para uma velha até que me sai bem o senhor não acha? ...com amor Charlote Johnson.

Eddie sorriu ao ler a última frase e disse:-Com certeza senhora Charlote, você foi brilhante como ninguém, e vai ter sempre a minha admiração.

Na manhã seguinte Eddie estava na sala do Comissário quando Peter bateu a porta, estava nervoso e muito bem arrumado como se fosse a uma festa de gala, Eddie sorriu ao ver seu amigo.

-Entre Peter.: Disse o comissário.

-Pode se sentar e fique a vontade, está muito elegante hoje.

-Obrigado senhor.

-Eu chamei você aqui hoje porque Eddie falou muito bem do seu desempenho nesse último caso, em como você agiu como um verdadeiro detetive, mostrou que é inteligente e muito observador por isso quero te dar os parabéns, e dizer que a partir de hoje você foi promovido a detetive assistente, você vai trabalhar com Eddie em mais um caso e depois vai ser efetivado como detetive classe 1, sendo assim terá seus próprios casos para resolver, seja bem vindo a família. Peter sorria como um criança , agradeceu ao Comissário e também a Eddie seu fiel amigo e tutor, ao sair da sala Eddie olhou para o Comissário e disse: -Com certeza esse garoto vai nos dar muito orgulho no futuro.

-Concordo com você meu amigo, e que venham novos casos.

Fim   

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