terça-feira, 30 de novembro de 2021

 Confissões de um assassino(Terapia de um Psicopata)


Frank chegou ao consultório da doutora Emily Jones ás 9 horas como previsto, estava ansioso pois teria uma reunião de negócios muito importante naquela tarde, sua posição na empresa dependeria do fechamento de um grande negócio com uma empresa do Japão, mas ele precisava desabafar antes de continuar com sua vida e a hora certa era agora, não aguentava mais viver uma vida dupla e precisava compartilhar com alguém todo seu sofrimento, uma vida de mentiras agora seria exposta para alguém que ele nunca tinha visto, mas em sua mente ele precisava colocar seus demônios para fora antes que eles o consumissem por completo. Como Ceo de uma grande empresa farmacêutica tinha muitas responsabilidades e quase não tinha tempo para diversão, apesar de levar uma vida de Playboy. Festas e jogos faziam parte de sua agenda, além de muitas drogas e mulheres, mas sua preferida era a cocaína que ele chamava de "Paraíso de neve", seu uso constante o deixava a maior parte do tempo irritado e muitas vezes sangrava pelo nariz em plena reunião deixando todos preocupados, mas sempre tinha uma desculpa e como era muito esperto todos sorriam de suas piadas. Sempre foi rico, seus pais eram donos de vários hotéis na cidade de Nova York, foi criado com muitas regras e teve uma infância bem complicada devido a um transtorno de bi polaridade descoberto aos 6 anos de idade. Tinha pavor de seu tio Eduard irmão de seu pai, muitas vezes se escondia ao ver o tio chegando em sua casa, era um menino muito bonito e chamava a atenção, seu tio sempre fazia brincadeiras intimas com ele e o deixava constrangido perante seus pais. Muitas vezes se escondia na cozinha e era acolhido por Mary a empregada e sua babá por muitos anos, tinha uma relação de mãe e filho com ela. Muitas vezes dormia em sua cama pois tinha pesadelos a noite e precisava ser amparado pois acordava aos gritos. Passou por vários médicos mas nunca superou o trauma de infância. Com o passar dos anos se afastou de sua família e se formou em administração de empresas se tornando um empresário de sucesso. Enterrou seus medos no passado mas as vezes a escuridão tomava conta de seu coração e o tornava uma pessoa triste e violenta. Suas preferências eram prostitutas, muitas vezes as machucava mas como era uma pessoa muito poderosa o dinheiro comprava o silêncio das pobres mulheres. As drogas e seu temperamento mais tarde iriam fazer com que sua vida se transformasse em um inferno sem fim, cansado de viver uma mentira resolveu fazer terapia depois de anos, o primeiro passo seria dado hoje com a Dra. Emily Jones.

Capítulo 1 - revelações

Frank parou em frente a porta e ficou olhando para o nome escrito em letras prateadas, Dra. Emily Jones -Terapia da mente e alma, por um momento pensou em ir embora mas criou coragem e bateu a porta levemente, uma voz suave vinda de dentro o encorajou a entrar. Ao abrir a porta viu uma bela mulher loira com óculos e ar de professora de ensino médio. Ela se dirigiu até ele e se apresentou gentilmente com um sorriso no rosto. Sente no sofá e fique a vontade, você deve ser meu cliente das 2 horas, Sr. Frank W. Smith. Você por acaso não é filho do empresário Robert W. Smith dono dos hotéis Wallace?, perguntou ela. Frank apenas acenou com a cabeça meio que sem graça, não queria seu nome associado a seus pais.  

-Me diga Frank por que decidiu me ver, eu andei pesquisando sobre você e notei que sua vida é quase perfeita, existe algo além do trabalho que incomoda você?

-Na verdade eu não queria vir, mas não pude evitar pois tenho muito o que dizer e me confessar para um qualquer não faz meu estilo, prefiro lidar direto com profissionais e você parece ser a pessoa certa.

-Fico feliz em ouvir isso, mas se confessar parece algo que uma pessoa com culpa faria você não acha, você se sente culpado de algo, cometeu algum tipo de crime?, saiba que existe o sigilo entre paciente e médico e nada do que disser vai sair daqui, por pior que seja sua culpa.

-Sim eu sei, me sinto culpado de viver uma vida dupla e tenho sangue em minhas mãos.

-Quando você diz vida dupla, você está dizendo que tem algum tipo de bi polaridade?

-Não vejo por esse ângulo doutora, eu sou uma pessoa com muitos traumas de infância e esses demônios me acompanham o dia inteiro.

-Quer falar sobre esse trauma?

-É por isso que estou aqui, preciso colocar para fora todo esse sentimento que me sufoca e me faz sentir ódio do mundo.

-Que tipo de ódio é esse, por que o mundo de modo geral afeta você.

-Não é o mundo e sim as pessoas que vivem nele, principalmente os homens.

-O que os homens tem que você não gosta, existe alguém especifico que você não goste ou que tenha algum tipo de rixa.

-Não apenas uma pessoa do passado, mas ela já morreu e levou um pedaço de mim junto com ela.

-E quem é essa pessoa Frank?

-Meu tio Eduard irmão de meu pai.

-E que tipo de mal ele fez a você para o odiar tanto.

-Eu fui abusado por muitos anos por ele, e a única vez que tentei dizer aos meus pais fui espancado, depois disso aceitei tudo em silêncio até meus 15 anos quando dei um basta, dei um soco em sua genitália e sai correndo, depois disso ele nunca mais me tocou e nem sequer me olhou nos olhos, virei um fantasma para ele, foi melhor assim pois para mim ele sempre esteve morto e enterrado.

-Sinto muito em ouvir isso Frank, mas você acha que o tempo não foi suficiente pera esquecer, você ainda carrega marcas do passado, com isso afeta sua vida depois de anos.

-Eu odeio os homens e suas mentiras, e odeio meu pai por ele não acreditar em mim.

-Você acha que um dia vai perdoar seu pai?

-Nunca nessa vida, eu quero que ele morra com remorso e que nunca tenha paz.

-E sua mãe Frank, o que você pensa sobre ela?

-Minha mãe morreu quando eu tinha 20 anos, não pude ir ao funeral pois não queria encontrar meu pai e meu tio, mas visito seu túmulo em seu aniversário.    

-O que você diria a seu pai se o encontrasse na rua?

-Nada, ele não existe para mim, ele morreu a muito tempo só não sabe ainda.

-Você acha que ele nunca vai se perdoar por ferir seus sentimentos?

-Não nunca, ele é um homem frio e sem coração, vive de aparências e só pensa em dinheiro.

-O que você acha de trazer ele um dia aqui para conversar? 

-Isso nunca vai acontecer pois ele está morto e mortos não falam, e vou pedir a você que nunca mais me pergunte sobre esse homem, ele não existe, estou aqui para falar de mim.

-Entendo mas só queria chegar a um entendimento, mas notei que o problema não é seu pai e sim algo que está no fundo de sua alma, algo te incomoda e você precisa libertar o que tem dentro para ser livre novamente.

-É quase isso, eu tenho uma alma sombria e essa escuridão as vezes me consome e preciso fazer o que ela quer.

-Você é capaz de fazer mal a alguém ou são apenas pensamentos?

-Sim e já fiz muitas vezes.

-Quem você machucou Frank?

-No inicio batia em prostitutas, mas depois eu percebi que elas não eram o problema.

-E quem realmente é o problema?

-Os homens são o problema, eles merecem ser punidos.

-Você não acha que está projetando seu passado traumático em pessoas que não fazem parte de sua vida.

-Não de jeito nenhum, eles devem pagar pelos seus erros sem perdão.

-Que tipo de erros você se refere, todos somos humanos e somos sujeitos a errar, você não acha?

-O homem quer poder e dinheiro, só assim pode se sentir superior em relação aos outros e fazer o que quer sem nenhum tipo de remorso, eles devem ser punidos.

-Mas você não acha que está sendo hipócrita, você também é homem e tem poder.

-Mas não faço disso uma regra, eu tornei uma pessoa melhor depois que deixei meu pai para trás.

-Então sei pai é o responsável por toda sua raiva?

-De certa forma sim, por ser um homem frio e não apoiar o filho no momento mais difícil de sua vida, ele não significa nada para mim, e cada vez que eu mato é como se estivesse vendo seu rosto e do meu tio..

-Você mata, me defina matar.

-Eu sou um assassino e vou te contar como lido com minha raiva, e como você me falou o que disser aqui fica entre nós.

- Sim o que você disser não vai sair dessa sala por pior que seja.

-Eu tenho um fetiche, um lado meu que se revela em cada sexta-feira da semana e sai a procura de prazer e dor, eu me visto de mulher e saio a procura de homens sem fé e sem alma, aqueles que o mundo nunca vai sentir falta.

-E o que exatamente você faz com esses homens, os espanca e faz sexo?

-Não eu os mato sem piedade.

-E o que você sente quando os mata, prazer?

A Dra. Emily Jones não está acreditando no que está ouvindo, com uma cara de quem duvida do que está ouvindo é surpreendida pela reação de seu paciente.

-Você acha que estou brincando, que vim aqui porque estou entediado com minha vida, você não imagina o que é ser eu e viver uma vida de mentiras.

-Eu acredito em você, me diga quando começou esse fetiche e quando aconteceu pela pela primeira vez.

-Eu me inspirei nas prostitutas que costumo sair, observei como elas andam se vestem e como abordam seus clientes, e é claro naqueles homens que se vestem de mulher. Tem muitos pervertidos nessa cidade que gostam de homens vestidos de mulher, a maioria são homens casados e que tem medo de assumir sua real opção sexual. Covardes que não pensam nas suas famílias e sim no seu próprio prazer, pobres de espirito e pecadores aos olhos de deus.

-E você acha que o castigo deles é a morte?

-Sim, morte e sofrimento.

-Me conte como foi a primeira vez que você matou uma pessoa, o que sentiu?

-Eu sou como o Dr. Jakyll as vezes tenho que libertar o monstro dentro de mim. A primeira vez não foi tão difícil como pensei, eu apenas fiz e foi como se minha mente se libertasse de uma prisão. Me senti muito bem na hora, foi algo prazeroso e intenso. Lembro que tinha me arrumado como uma verdadeira mulher, uma peruca loira e saltos altos, um vestido preto batom e um bom perfume. Eu estava na esquina perto de um beco na rua 34 quando um carro prata encostou, era um homem gordo repugnante, ele me chamou e baixou o vidro, estava suado e ofegante, perguntou quanto cobrava o programa e se eu fazia inversão de papéis, o legítimo gay enrustido que se esconde atrás de uma mentira. Combinamos o preço e eu pedi que ele encostasse o carro perto do beco, a rua estava bem calma apesar do horário, eram apenas 10 horas da noite. Ele desceu do carro enquanto eu caminhava em direção ao beco escuro, quando chegou perto tentou me beijar, eu segurei seu pescoço e pedi para ele colocar a língua para fora, nesse momento tirei minha faca de caça e cortei sua língua pela metade, ele começou a se sufocar com o próprio sangue e se curvou quase caindo ao chão. Então eu puxei sua cabeça para trás e cortei seu pescoço de um lado a outro, o sangue jorrou na parede e ele começou a se debater no chão. Fiquei ali parado olhando ele morrer lentamente em agonia banhado em seu próprio sangue. Me certifiquei que estava morto, então peguei o corpo e coloquei em seu porta-malas e dirigi até o cais e empurrei o carro para dentro do rio, até hoje ele está lá esperando para ser encontrado, depois disso fui para casa e tomei um bom banho quente e tomei um copo do meu melhor Scott e fui dormir. 

-E como você se sentiu no outro dia, foi um dia normal como todos os outros ou você sentiu algum tipo de remorso?

-Foi um dia normal como qualquer outro, trabalho e almoço de negócios.

-Vamos falar um pouco de sua mãe, gostaria de saber como era sua relação com ela.

Frank suspirou e baixou a cabeça como se aquilo fosse algo difícil de falar, sua mãe foi a única que ficou ao seu lado nos momentos difíceis de sua infância.


Capítulo 2 - A mãe (Amor e sofrimento)

-É difícil falar de minha mãe sem me emocionar, ela era uma pessoa doce e carinhosa, nunca levantou a voz para ninguém e nunca me bateu nem de brincadeira. Ela era um anjo aqui na terra, mas infelizmente tinha um marido que não a valorizava. Eu lembro de ela me dizer para não esperar nada das pessoas, que tudo que eu quisesse nessa vida eu teria que ir atrás, ela me educou de maneira correta e me deu muito amor, mas infelizmente não foi o suficiente. Meu pai por outro lado só me criticava e muitas vezes me batia, ela sempre tentava me socorrer mas acabava apanhando daquele maldito, pobre mulher vivia acuada como um animal em uma gaiola, muitas vezes eu encontrei ela chorando escondida em seu quarto, mas quando eu perguntava ela dizia que era um cisco que caiu em seu olho, mas logo ela abria um sorriso e me abraçava com ternura, dizia que tudo iria ficar bem e que eu seria um homem bem sucedido e feliz, em uma parte ela acertou. Minha mãe era a caçula de quatro irmão, a menina frágil e meiga, aos 8 anos quase morreu ao ter leucemia, seu coração ficou frágil e ao longo dos anos viveu a base de remédios e cuidados redobrados, mas o que  matou minha mãe não foi seu coração e sim o desgosto. Ela viveu anos se dedicando a cuidar de mim, enfrentou um marido que a tratava como uma mulher qualquer, nunca deixou minha mãe fazer nada na vida e a controlava como se fosse seu animal de estimação, nem sair com as amigas ela podia e muito menos sair de casa sozinha, a única companhia que ela tinha era eu, as vezes ela ficava na varanda tomando chá olhando para o vazio, um coração cheio de dor e quase vazio de sentimentos. Minha mãe nunca foi amada pelo meu pai, ela era um brinquedo para ele, a hora que ele queria  era só apertar um botão e lá estava ela pronta para o que ele desejasse, era uma mulher submissa mas ao mesmo tempo tinha fé e essa fé fazia com que ela continuasse de pé, e claro muito por minha causa.

-Você acha que o amor que tinha pela sua mãe fez de você uma criança feliz, ou os momentos ruins eram muito mais impactantes na sua vida.

-Com certeza sim, me deixou mais forte apesar de ela não estar presente nos momentos ruins, claro em alguns ela me socorreu mas foram muito poucos perto de todo sofrimento a que fui submetido na minha infância. Isso me faz lembrar de um cliente que tive uns meses atrás, se é que posso chamar esses homens de clientes, na verdade para mim eles são como gado prontos para o abate, só não sabe o dia e a hora mas estão condenados a morte com certeza. Uma certa noite eu fui sair como de costume mas desta vez eu não estava vestido de mulher, fui apenas dar um passeio para pensar um pouco e me distrair, não queria ir a um bar com amigos ouvir conversa fiada sobre mulheres e negócios. Quando cheguei perto da rua 53 eu vi um homem abordar uma prostituta e logo me chamou atenção o seu jeito de falar, eu fiquei parado próximo a eles como se estivesse olhando mensagens em meu celular. Foi então que percebi que ele era um tipo de cliente diferente, ele perguntou para prostituta se ela poderia ser sua mãe por algumas horas, achei aquilo muito estranho e me fez pensar que tipo de pervertido inclui sua mãe em seus atos sexuais. Eles entraram em seu carro e foram embora, no outro dia eu procurei a mulher e perguntei a ela o que ele queria na verdade, ela me disse que ele colocou fralda e pediu a ela que colocasse talco em suas nádegas, chupou bico e tomou leite, e queria a todo momento que ela o chamasse de filho, que tipo de gente faz esse tipo de coisa, somente um pervertido sem limites.

-Mas você não acha que pode ser algum tipo de trauma de infância, ou talvez ele não tivesse contato com sua mãe, ou ela o abandonou quando criança e isso seria uma maneira de suprir a falta dela. 

-Pode ser que sim, mas ainda acho que ele é um pervertido que tinha atração pela própria mãe.

-E você o encontrou de novo ou nunca mais o viu?

-Sim ele foi especial de certo modo, um dos que mais gostei de matar pelo fato de ser um pervertido diferente, ele queria sexo mas queria que eu fosse sua mãe naquele momento.

-Por que ele foi tão especial?

-Ele foi divertido por assim dizer, o fato de ele ter essa tara pela sua mãe tornou a coisa mais divertida e especial, eu tive tempo de sobra com ele e pude saborear cada ato de crueldade que fiz. Eu o abordei em uma noite fria de sexta-feira, ele foi muito simpático comigo dizendo que adorava homens vestidos de mulher, eu achei engraçado na hora mas depois eu pude ver o tipo de homem que ele realmente era. Eu tenho uma casa afastada da cidade, com um porão a prova de som e quase não tenho vizinhos por perto, é um local onde vou quando estou precisando de descanso, e também serve como local de trabalho onde levo alguns de meus clientes, só os especiais é claro e o homem que estou falando foi um deles. Quando chegamos eu servi uma taça de vinho e claro coloquei um sonífero que logo fez efeito, depois o levei para o porão e o amarrei em uma cadeira, quando ele acordou estava sem roupa e com a boca costurada, não podia falar nem se mexer. Quando acordou estava assustado e se debatia sem sucesso, eu fiquei por um tempo olhando para ele como se fosse um brinquedo pronto para ser usado pela primeira vez. A primeira coisa que fiz foi pregar suas mãos a cadeira com uma pistola de pregos, ele começou a gemer e as lágrimas escorriam em seu rosto, eu não podia estar mais feliz e comecei a sorrir de satisfação. Depois eu cortei uma de suas orelhas mas ele desmaiou então eu tive que esperar ele se recompor, fui até a cozinha e comi um sanduiche e tomei um como de leite, preciso me alimentar as vezes. Quando voltei ele já estava acordado e me olhava com desespero, peguei novamente a pistola de pregos e coloquei em seu joelho direito mais um prego, ele gemeu feito um porco e quando iria desmaiar eu dei um tapa em seu rosto, eu já estava cansado pois na verdade ele era um cara muito sensível e não suportava dor. Em seguida coloquei mais dois pregos em seu crânio e acabei com sofrimento, aquilo me deu paz e me senti bem, como se tirasse um peso de meus ombros.

-E o que fez com o corpo Frank?

-Eu tenho um forno enorme no porão como aqueles de crematório, coloquei seu corpo e esperei até sobrar só as cinzas.

-Então sua casa é como se fosse um matadouro?

-Na verdade não, levo apenas aqueles que acho especiais e que merecem mais atenção se é que você me entende.

-Bom eu ainda não estou convencida de tudo isso, talvez seja algo da sua cabeça que venha em sonhos e você quer colocar para fora, por isso me procurou.

-Não me ofenda doutora, o melhor está para o final e você vai saber que não estou mentindo.

-Você costuma guardar algum tipo de objeto de suas vitimas, ou alguma parte do corpo como lembrança.

-Não sou esse tipo de gente, eu apenas curto o momento nada além disso, poderia tirar fotos mas seria um pouco incriminador você não acha?

-Com certeza seria uma prova contra você, algo que em um tribunal faria com que você fosse condenado.

-Não sou idiota a ponto de fazer isso, sou um homem inteligente e tudo que faço tem um preço e esse eu não estou disposto a pagar, prezo minha liberdade e minha vida até agora está muito boa.

-E você não acha que está na hora de parar antes que você cometa um erro ou alguém perceba o que está acontecendo.

-Só vou parar quando estiver satisfeito, quando eu achar que devo mas está longe de isso acontecer.

-Você tem algum desejo de vingança contra seu pai?

-Pai que pai, para mim ele está morto a muito tempo.

-Não existe uma pequena possibilidade de você perdoar seu pai pelo passado.

-Eu já disse a você que meu pai morreu a muito tempo, acho que não estou sendo muito claro ou você não quer me levar a sério.

-Minha função aqui é tentar ajudar você é para isso que serve a terapia, não quero que você se sinta desconfortável comigo, eu só quero seu bem.

-Eu vim até você porque queria compartilhar meus pensamentos e você é alguém que tenho me identificado nesse pouco tempo que estou aqui, e como disse antes o melhor está por vir.

-Você tem ideia de quantas pessoas já matou, tem um número aproximado.

-Não costumo contar minhas vítimas, é algo que nunca pensei em fazer.

-Por que se identifica comigo, você me conhece de outro lugar ou está fazendo algum tipo de jogo comigo?

-Não seria um jogo mas algumas peças irão se encaixar ao longo de nossa conversa.


Capítulo 3 - Jogo de xadrez

-Você tem algum tipo de jogo preferido Frank?

-Sim, gosto de jogar xadrez.

-E você é bom nesse jogo, gosta de estratégias?

-Sim sou muito bom em estratégias, sou corajoso mas tenho muita cautela ao jogar.

-Então você se considera um estrategista.

-Com certeza, na vida precisamos ser espertos e jogar sempre para ganhar.

-Vamos jogar então, mas será um pouco diferente do xadrez que você está acostumado.

-Diferente em que sentido doutora.

-Eu te faço uma pergunta e conforme a resposta eu digo xeque ou xeque mate, se eu acreditar digo xeque, se achar que mentiu xeque mate. O que acha quer jogar?

-Claro por que não, pode ser divertido.

-Você já amou alguém além de sua mãe?

-Sim claro eu sou humano.

-Xeque, já passou fome ou roubou?

-Não, nunca passei fome e nunca roubei nada de ninguém.

-Xeque mate.

-Por que, é a mais pura verdade.

-Não Frank o momento que você mata alguém você está roubando a vida daquela pessoa.

-Isso não conta doutora, é trapaça sua eu disse a verdade.

-Vou deixar essa passa, me diga um arrependimento.

-Não ter matado meu pai quando tive a chance.

-Xeque, você sente atração por homens?

-Não eu os odeio.

-Xeque, você já me conhecia antes de me contratar?

-Não.

-Xeque mate, você está mentindo.

-Sim você está certa eu já conhecia você antes de vir aqui, eu a encontrei em uma festa a um tempo atrás, mas juro que não sabia quem era você.

-Eu sabia que já tinha visto você em algum lugar, xeque mate Frank.

-Me diga o que você acha da Bíblia Frank.

-Um livro bem escrito como qualquer outro.

-E você já leu alguma vez?

-Quem não leu doutora, é leitura obrigatória, acabou o jogo você não disse xeque.

-Na verdade sim, mas tenho algumas dúvidas a seu repeito.

-Que tipo de dúvida doutora?

-Não sei acho que você não esta me dizendo tudo, você é muito espero.

-Já disse o melhor vou deixar para o final, você vai ficar surpresa com o que vou revelar.

-Não vejo a hora de saber esse grande mistério.

-Você vai saber com certeza, mas deixe eu te dizer algo a respeito do xadrez.

-Me diga algo que eu ainda não sei Frank.

-No xadrez devemos observar nosso adversário como se fossemos nós mesmos, adivinhar o próximo passo, pensar como ele pensa e nos colocarmos em seu lugar, não se trata apenas de estratégia e sim de atenção e paciência. Cada passo, cada olhar e cada gesto mostra o que será feito na próxima jogada, tudo calculado e analisado através de sus olhos, os olhos falam por nós doutora.

-É uma boa análise Frank, acho que você deveria ser terapeuta.

-Obrigado mas essa não é minha área, estou bem onde estou agora. Todo esse papo de xadrez me fez lembrar de um cliente bem incomum.

-E quem é esse cliente Frank, um jogador ou um apostador?

-Um jogador de xadrez e dos bons para ser exato.

-E o que aconteceu com esse cliente, você o matou?

-No inicio não levei ele muito a sério, quando ele me abordou achei que era mais um pervertido como qualquer outro mas depois ele me convenceu. Ele me levou até sua casa em um bairro muito nobre onde gente importante costuma morar. Foi bem educado no começo, senti um certo tipo de empatia por ele e comecei a questionar o real objetivo de estar ali. Ele me perguntou se eu gostava de jogar xadrez e claro que eu disse sim, então perguntou se eu queria jogar uma partida. Eu concordei em jogar com uma condição, após 3 partidas quem ganhasse poderia fazer o que quisesse com o perdedor e ele concordou.

-E quem ganhou Frank?

-Eu ganhei é claro, perdi no inicio mas depois fui mais esperto e consegui entender o seu raciocínio até que ele cometeu erros básicos, foi uma pena pois estava começando a gostar dele.

-E por que você acha que começou a gostar dele, o que te chamou atenção?

-Ele foi um adversário a altura e se mostrou um homem bem simpático, mas eu não estava ali para fazer um amigo e sim para satisfazer o desejo que vive dentro de mim, precisava libertar o monstro e alimentar meu ódio.

-Você usa algum tipo de droga Frank , ou algum tipo de remédio controlado para ansiedade ou sofre algum tipo de bi polaridade?

-Apenas cocaína as vezes, em festas ou antes de reuniões mas por que a pergunta doutora?

-Muitos problemas de atitude e até de mudança de comportamento são relacionados as drogas, só estou tentando fazer uma análise do seu perfil, se você está sob efeito de alguma droga pode alucinar e criar coisas em sua cabeça que não existem.

-Você não está me levando a sério mesmo doutora, o que mais preciso fazer para você acreditar em mim?

-Eu acredito Frank, mas não cheguei a um diagnóstico ainda, mas me diga o que fez com homem do xadrez?

-Eu dei mais uma chance a ele, quando ele acordou estava em minha casa no porão amarrado a uma cadeira, ele se assustou e perguntou onde estava e eu disse que em minha casa, agora ele teria uma última chance de sair vivo, uma pequena charada. Esqueci de mencionar que em seu crânio eu coloquei um aparelho com pontas e duas lâminas de cada lado indo em direção ao seus ouvidos, se ele errar a charada o dispositivo aciona furando seu tímpano, enquanto as pontas furam seu crânio. A pergunta é bem simples e tem a ver com o xadrez.

-E qual era a charada Frank?

-Na verdade eu dei 3 opções para ele com apenas uma chance de acertar, a primeira resposta era xeque a torre mas não mate o rei, a segunda xeque a torre e deixe que eu mato o rei, e a terceira bispo diga ao peão para  checar os aposentos do rei e veja se ele está seguro, entendeu a charada doutora?

-Muito engenhoso de sua parte Frank mas não teria como ele saber, a não ser arriscar um palpite pois esse perguntas não existem no xadrez.

-Correto doutora mas fica mais emocionante você não acha.

 -Acredito que ele não tenha acertado a resposta e você o matou, correto Frank?

-Sim está correto doutora, ele não acertou e pediu muito por mais uma chance mas eu sou um homem de palavra, o final você já sabe.

-E qual era a resposta correta?

-A rainha sempre vai proteger o rei então a mais óbvia seria a terceira você não acha?

-Faz sentido Frank, mas acho que mesmo assim é algo que não tem como saber naquele momento, o medo nos faz perder os sentidos e não raciocinamos direito, pobre homem.

-Foi divertido ver aquela máquina engenhosa fazer meu trabalho, o sangue escorrendo e a expressão de dor em seu rosto aquilo me deu muito prazer.

-Muito cruel da sua parte Frank, mas acho que você está vendo muitos filmes de terror.

-Gosto de ser criativo doutora, não assisto filmes de terror pois minha vida é cheia de fantasmas e eles me assombram todo dia.

Capítulo 4 - O policial

-Você já foi preso Frank?

-Nunca fui preso mas tenho bons amigo dentro da polícia, na verdade eu tinha um cliente que era policial mas ele já não está mais entre nós.

-Como assim Frank você o matou, era um de seus clientes?

-Sim de fato, ele foi por uma noite é claro.

-E esse policial era conhecido seu ou foi apenas uma coincidência.

-Eu não o conhecia doutora, apenas mais um no meu caminho e não ligo para rótulos ou seja quem for é apenas mais um na minha lista de depravados.

-Me diga Frank o que você fez com ele, afinal um policial não pode desaparecer sem que alguém perceba você não acha?

-Existem certos tipos de policiais que ninguém vai sentir falta, os corruptos e aqueles que usam de sua autoridade para se dar bem, e esse indivíduo se encaixa nesse perfil. 

-Eu sei onde você quer chegar Frank, você acha que todas as pessoas são descartáveis não é verdade?

-Nem todas doutora apenas aquelas que não contribuem pra a sociedade, são como ratos de laboratório prontos para serem sacrificados por um bem maior. Você é casada doutora correto?

-Sim eu sou, mas o que minha vida particular te a ver com isso Frank?

-Você vai entender mais para o final da consulta, você é feliz com seu casamento?

-Não preciso responder, você é meu paciente e não sou eu que estou em análise.

-Nossa doutora acho que toquei no seu ponto fraco, vejo que você mudou o tom de voz e ficou sem jeito ao falar de felicidade, será que tem algo acontecendo em casa?

-Chega Frank vamos voltar ao caso do policial, se você continuar com esse joguinho vou ter que encerrar nossa consulta.

-Me desculpe doutora não queria ofender.

-Tudo bem Frank, vamos voltar ao caso do policial, o que aconteceu?

-Eu já estava observando ele a muito tempo, notei que ele era um cliente assíduo nas ruas e sempre aparecia na mesma hora, abordava prostitutas e travestis. E uma certa noite ele me abordou, combinamos o preço e eu o levei até a minha casa, quando entrei no carro ele já me avisou que gostava de usar algemas e outras coisas, eu disse ok e continuamos. Chegamos em minha casa e eu pedi que ele entrasse na garagem com o carro. Não queria deixar pontas soltas, assim que entramos ele tentou me agarrar mas eu recuei e pedi calma, ofereci uma bebida para relaxar e é claro ele aceitou. Coloquei dois comprimidos de sonífero pois ele era uma homem grande e queria ter certeza que ele iria apagar logo. Quando ele acordou estava em uma mesa no meu porão preso com suas próprias algemas, sua cabeça estava presa em um torno, você deve saber como funciona com uma manivela que vai sendo girada e duas prensas pressionam o que estiver entre elas. Ele não podia falar apenas me ver, como gosto muito de praticas cirúrgicas eu costurei a boca dele como fiz em vários outros. Eu comecei a girar a manivela aos poucos e ele começou a se debater e gemer, então eu parei e deixei ele respirar um pouco, eu olhava para ele e perguntava, está tudo bem, você está confortável e ele só gemia, foi bem engraçado no inicio, foi então que girei mais e mais, ele não se mexia mais e seus olhos começaram a saltar e seu nariz, boca e ouvidos começaram a sangrar. Foi então que ouvi um estalo e seu crânio rachou e começou a jorrar sangue como uma cachoeira, seu olhos explodiram ficando uma gosma branca e vermelha, seu maxilar entortou quebrando sua mandíbula, eu apertei mais um pouco até que vi seu cérebro caindo no chão como se fosse carne picada, foi lindo de ver doutora.

-E o que você fez depois disso Frank?

-Eu queimei o corpo e joguei o carro no rio, mas antes disso coloquei fogo e limpei minhas digitais, e guardei as algemas de recordação é claro, uma pequena lembrança do nosso querido policial.

-O que você sente quando comete esses crimes, isso tem a ver com algo sexual ou é apenas algo reprimido pelos anos de abuso na infância.

-Não existe nada de sexual, eu nunca fiz sexo com esses homens e gosto de mulheres, eu já disse a você antes é algo que me faz bem, os homens são criaturas ruins e merecem pagar pelos seus erros, eu faço justiça para aqueles que não podem se defender, que vivem uma vida de abuso e se tornam pessoas sofridas e acabam muitas vezes por acabar com suas próprias vidas, eu sou um exemplo pois se não tivesse saído de casa talvez hoje não estivesse aqui.

-Eu entendo seu ponto de vista mas não justifica matar essas pessoas, temos um sistema judiciário para isso, todos tem direito a um advogado antes de serem levados a uma prisão ou condenados a própria morte, julgados em um tribunal e não em atos de pura crueldade.   

-Não me faça perder a fé em você doutora, eu sempre achei essas pessoas que cuidam da  saúde mental uns charlatões mas você é diferente, então não me faça mudar de ideia a seu respeito por favor.

-Todos temos nossas próprias opiniões Frank e todos devem ser respeitados, se eu penso diferente de você não quer dizer que estou errada, e charlatões existem em qualquer lugar mas eu estudei muito e sacrifiquei muito da minha juventude para estar aqui hoje e ser uma mulher bem sucedida e respeitada entre os profissionais da minha área.    

-Concordo com você doutora, por isso eu escolhi você mas tem algo muito mais especial além de você ser uma mulher incrível, vamos para a próxima fase e que será a mais empolgante até agora. Quero que você conheça a minha última vítima e na verdade você já o conhece de longa data.

-Como assim Frank, eu conheço a vítima?

-Sim doutora, mas deixe eu dizer algo antes.

Capítulo 5 - A revelação (Grand Finale) 

-Nós já nos conhecemos doutora como você disse antes, você sabia que me conhecia de algum lugar e é verdade, da festa de arrecadação do Hospital de Caridade. Eu estava lá naquela noite e vi você com seu marido, também percebi uma certa tenção entre vocês a noite toda, algo estava errado eu percebi.  

-Nós discutimos Frank ele não queria estar ali, eu faço parte da instituição e era muito importante para mim ter seu apoio, mas ele acabou indo embora e não voltou mais desde esse dia. Ele não responde minhas mensagens e não atende o telefone, não vai ao trabalho faz uma semana e estou muito preocupada.

-Ele trabalha com o que doutora?

-Ele é advogado Frank, mas o que isso tudo te a ver com você?

-Tem muito doutora, você vai entender onde quero chegar.

-Não me diga que você...Frank interrompe com um gesto de mãos.

-Calma doutora lembre do nosso acordo, tudo que é dito aqui fica entre médico e paciente pois tenha calma e vou te dizer quem é seu marido de verdade.

-Estou ficando nervosa, preciso de um copo de água.

-Está mais calma doutora?

-Sim pode continuar.  

-Você sabia que o seu marido costumava sair com prostitutas?

-Não Frank, eu não acredito que ele era esse tipo de homem.

-Naquela noite na festa depois que vocês discutiram ele foi embora e eu o segui, ele foi direto para o local onde costumo frequentar, o lugar mais sujo da cidade onde homens de má fé costumam buscar prazeres que não encontram em casa. E ele não perdeu tempo e foi logo saindo com a primeira que viu, é doutora seu marido é cheio de segredos.

-Como assim Frank, onde você quer chegar?

-Eu fiquei sabendo que ele gostava de se passar por mulher quando saia com travestis, se é que me entende...

-Você está me dizendo que ele era gay?

-Não doutora, digamos que ele gostava de ser passivo quando saia com homens.

-Isso é mentira Frank.

-É verdade doutora, eu segui ele por vários dias e ele sempre procurava por prostitutas e travestis e fiquei sabendo que a muito tempo ele frequenta esse local.

-Não acredito estou chocada, você sabe onde ele está Frank?

-Sim eu sei e logo você vai ficar sabendo onde ele está, mas lembre que existem regras e o que eu disser é confidencial, não pode ser dito a ninguém.

-Eu sei mas diga logo, estou começando a ficar nervosa.

-Eu fiquei indo por uma semana ao local onde ele costuma frequentar até que uma noite ele me abordou, foi bem discreto e educado no inicio dizendo que era casado mas estava fora de casa já fazia alguns dias, me disse que não sabia se iria voltar pois tinha muitos segredos e não queria voltar para uma vida que não era dele. Combinamos o preço e eu indiquei um local discreto que eu conhecia, quando entrei no carro ele me perguntou se eu podia fazer o papel de ativo, claro eu disse que sim. Quando chegamos ao local ele ficou meio assustado, era um depósito abandonado a uns 200 metros do cais do porto, ele perguntou por que não fomos a um motel, eu disse que costumava vir a esse local e que era bem discreto. Quando entramos estava muito escuro, apenas  a luz do luar iluminava alguns espaços do local, luz que entrava através de algumas janelas quebradas mas que se fazia iluminar o necessário. Eu pedi a ele que ficasse de joelhos e fechasse os olhos, ele concordou sem problema, em seguida e peguei um pedaço de madeira e bati com força em sua cabeça, ele desmaiou na hora. Está tudo bem doutora, estou vendo que você está com lágrimas nos olhos.

-Estou bem Frank, só não estou acreditando em tudo isso mais parece um pesadelo para mim.

-Fique tranquila eu estou quase no final, como disse após ele desmaiar eu coloquei uma fita em sua boca e amarrei seus braços e pernas em correntes que encontrei no local, ele estava nu e suspenso no ar, esperei ele acordar, quando me viu começou a se debater mas eu pedi a ele calma e que tudo iria acabar logo,  eu disse a ele que iria visitar você em uma sessão de terapia e ele ficou bem nervoso se debatendo sem para. Eu então disse a ele que ficar nervoso só iria dificultar mais as coisa, disse que não faria mal a você, foi então que ele relaxou. Eu costume deixar alguns itens nesse local, coisas que uso com meus clientes e hoje eu tinha algo especial, um arco e flecha de competição muito moderno e preciso, eu costumo treinar no clube que frequento. Ele me olhou com medo nos olhos e começou a gemer algumas palavras, mas é claro eu não entendi nada. Eu coloquei a primeira flecha e mirei em sua perna direita, o som foi um osso quebrado, ele gemeu alto. A segunda flecha eu mirei no lado direito acima do peito, foi certeiro no alvo, acho que estou ficando muito bom nessa modalidade. Ele balançou a cabeça enquanto o sangue escorria em seu peito. A próxima fecha foi destinada a seu pulmão direito e foi um completo estrago, ele começou a sufocar então tive que tirar a fita em sua boca, ele começou a cuspir sangue e não conseguia falar, eu pedi calma e que logo tudo iria terminar, pois eu só tinha mais duas flechas. Eu mirei  a próxima em sua barriga, ela foi tão rápida e quando acertou seu estômago jorrou sangue feito uma torneira aberta, ele não se mexia mais. Meu último ato foi uma flecha direto no coração, ele levantou a cabeça e deu seu último suspiro, eu fiquei olhando para ele e em seguida peguei um galão de gasolina e joguei em seu corpo, em seguida acendi um fósforo e fiquei assistindo ele queimar. Aquele cheiro de carne queimada me lembrou um restaurante que adoro e serve um ótimo file bem passado, sua pele começou a se desprender de seu corpo e a fumaça parecia dançar enquanto saia de seu corpo levando todo o mal que nele existia, agora ele estava puro. Eu embora com seu carro, e depois o joguei no velho rio Woodson, depois fui para casa e tomei um banho, comi algo com uma taça de vinho e fui dormir.

-Eu ainda não acredito Frank, preciso de provas.

-Aqui está o endereço onde seu marido está, vá até lá e veja se estou mentindo. Agora preciso ir doutora mas foi muito bom esses momentos que passamos juntos, eu agradeço pelo seu tempo mas lembre do nosso acordo, tudo que foi dito fica nessa sala. Tenha um bom dia doutora.

-Após Frank sair a doutora Emily cancelou todos os seus clientes da tarde, ligou para a polícia dizendo que recebeu um bilhete anônimo a respeito de seu marido. Quando chegou ao local indicado ficou em choque, Frank dizia a verdade e ela jamais iria esquecer daquele dia em que ficou algumas horas frente a frente com o homem mais cruel que ela conheceu em sua vida, ela jamais iria esquecer dele e de todo mal que ele confessou a ela. Sua vida nunca mais seria a mesma, seus sonhos agora eram pesadelos e ela não podia fazer nada, apenas aceitar a verdade dos fatos.

Fim

  

   

  

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